Jorge García: o uruguaio que ficou perto de jogar no Chelsea e terminou com a carreira ao assassinar o próprio pai | OneFootball

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·11 de junho de 2020

Jorge García: o uruguaio que ficou perto de jogar no Chelsea e terminou com a carreira ao assassinar o próprio pai

Imagem do artigo:Jorge García: o uruguaio que ficou perto de jogar no Chelsea e terminou com a carreira ao assassinar o próprio pai

De um bairro precário no Uruguai para o Chelsea. Este parecia ser o destino de Jorge García, ainda em 2004, quando o clube inglês se interessou pelo jovem de 17 anos na época, que tinha boas atuações na base do Danubio e da Seleção Uruguaia. Entretanto, todo o seu talento começou a desaparecer aos poucos, cercado por problemas extra-campo. O principal deles, foi por ser o autor do assassinato de seu paí, meses depois da morte de sua mãe, que sofreu um tiro nas costas. Mas, por outro lado, o ex-jogador não chegou a ser preso. Isso porque a juíza do caso, Graciela Eustachio, e o Hospital Psiquiátrico de Vilardebó, afirmaram que ele teria problemas de saúde mental.

A HISTÓRIA DE JORGE GARCÍA

A história de Jorge García não era diferente de muitas que vemos no Uruguai e na América do Sul como um todo. Criado em Borro, um bairro pobre de Montevidéu, já era profissional do Danubio aos 17 anos. Por alguns detalhes – dizem que por não acertarem os valores entre os intermediários e os clubes –, García não foi para o Chelsea.


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Logo, passou a disputar a 1ª divisão do Campeonato Uruguaio. Dessa forma, começou a apresentar um bom futebol, sendo considerado promissor, até surgir problemas extra-campos que marcaram sua carreira. O primeiro caso foi em 22 de maio de 2006, ao tentar subornar um policial para evitar a prisão.

No ano seguinte, Jorge teria agredido uma pessoa com um copo numa casa noturna. Meses depois, em dezembro, foi preso por algumas horas ao dirigir, segundo a polícia local, completamente bêbado. No final de outubro de 2010, o jogador voltou a ser notícia policial, uma vez que, além de estar novamente embriagado, foi apreendido gramas de cocaína em seu veículo. Mas poucas horas depois logo foi liberado.

O Danubio cedeu um apartamento a ele em um bairro mais nobre de Montevidéu, em Pocitos, mas ele ficou por lá pouco tempo. Então, voltou a Borro, o seu bairro de origem. Sendo assim, os problemas fora dos gramados começaram a aumentar. Depois de tudo isso, o presidente do clube na época, Arturo Del Campo, disse que se esforçou para ajudar o atleta, mas devido aos diversos problemas do jogador com a polícia, iria deixar Jorge García de lado.

A MORTE DA MÃE

Consequentemente, o vínculo do uruguaio acabou com o clube, e então, depois de meses sem atuar, o uruguaio assinou com o Cerro, mas os problemas extra-campo continuaram. Sua mãe veio a falecer em fevereiro de 2013, atingida por uma bala nas costas, que perfurou seu corpo. Para alguns, sendo um aviso ao jogador, ou até mesmo um acerto de contas (?).

Então Jorge passou um momento mais discreto, sem problemas fora dos gramados. Até chegou a marcar um gol de empate aos 90 minutos que deu o empate aos albicelestes contra o Peñarol. Na comemoração ele apontou as mãos ao céu, em homenagem à mãe.

O ASSASSINATO DO PAI

A permanência no Cerro durou pouco, deixando o clube no início da temporada seguinte. E então, Jorge García semanas depois voltou a ser notícia, desta vez por algo ainda mais grave: o assassinato de seu pai. O motivo seria por ter ficado nervoso durante uma discussão, e com um cinzeiro de madeira, o atacou – estrangulando até a morte. Na casa, limpa e organizada, o pai mantinha um terreiro de umbanda e algumas imagens, e não foram encontradas drogas, algo que se imaginou que pudesse ter causado o crime, pelo histórico de García. Por isso, a suspeita passou a ser que o jogador poderia ter problemas mentais.

Logo, foi preso e indiciado. No julgamento, foi considerado culpado de homicídio qualificado, mas inimputável por não ser responsável pelos seus atos. Sendo diagnosticado, segundo a perícia, com estado de confusão mental aguda, uma doença mental conhecida e uma das primeiras a serem descobertas. No seu depoimento, descreveu o crime que matou o pai em detalhes, mas relatou a sua participação em terceira pessoa, como se tivesse sido cometido por um outro autor, um irmão. Perguntado onde estaria esse irmão, ele apontou para a cabeça e disse: “Aqui, aqui.

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UM FINAL NADA FELIZ

A transferência que poderia ter mudado sua vida não foi realizada. Embora, da mesma maneira, sua carreira prometesse um bom presságio no futuro. O jogador participou dos dois campeonatos uruguaios conquistados pela Danubio em 2004 e 2007-2008. Já em junho de 2017, Jorge García chegou a assinar com o Huracan, do Uruguai, para disputar a 2ª divisão do Uruguai, mas ficou fora em boa parte da temporada, e esteve em campo apenas três vezes. Depois disso não há mais nenhuma informação sobre o ex-jogador.

Contudo, fato é que Jorge García não conseguiu vencer seu principal adversário, os próprios demônios. Eles que o atormentavam há tempos, passaram a controlar a sua vida. Um triste fim para alguém que pintou como grande jogador, mas que foi driblado pela doença da sua mente, transformando sua história em um verdadeiro pesadelo.

Foto em destaque: Divulgação/Tenfield

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