SPFC 24 Horas
·09 de novembro de 2024
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(Foto: Divulgação | Portal Efemérides do Efemello)
Marco Antônio Lemos Tozzi, mais conhecido como Catê, nasceu em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, em 7 de novembro de 1973. Desde jovem, ele demonstrava habilidades diferenciadas com a bola nos pés, o que lhe rendeu o apelido que o acompanharia ao longo da vida. Amigos e familiares exclamavam “Que categoria!” cada vez que ele driblava seus adversários em partidas informais, o que acabou abreviado para Catê. Com uma trajetória promissora, o jogador se tornou uma das grandes promessas do futebol brasileiro no início dos anos 1990.
Catê foi revelado nas categorias de base do Guarany, seu clube local em Cruz Alta. Com talento evidente, ele logo despertou o interesse de times maiores, sendo transferido para as divisões de base do Grêmio. Então, não demorou muito até que o São Paulo, clube com tradição em revelar grandes jogadores, adquirisse o passe do jovem atacante. Em 1991, o tricolor paulista contratou Catê por 30 mil dólares, um investimento significativo em um jovem talento na época.
Sob o comando de Telê Santana, técnico lendário do São Paulo, Catê teve suas primeiras oportunidades no time principal no início de 1992. Desse modo, mesmo ainda sem ser titular, ele foi escalado em duas partidas importantes, a primeira na estreia do São Paulo na Taça Libertadores, contra o Criciúma, e a segunda contra o Flamengo, no Campeonato Brasileiro. Então, na época, devido à proximidade dos jogos finais da Libertadores, o técnico do São Paulo escalou uma equipe mista. Assim, Catê começou a ganhar visibilidade e experiência em grandes competições.
Apesar de promissor, Catê não conseguiu firmar-se como titular absoluto do São Paulo. A equipe, repleta de estrelas como Raí e Müller, considerava Catê um “reserva de luxo”. Contudo, sua habilidade e dedicação nos treinamentos faziam dele uma peça importante no elenco. Telê frequentemente acionava Catê para compor o time em momentos decisivos, mostrando o valor de sua técnica e comprometimento.
No segundo semestre de 1994, Catê viveu um dos momentos mais brilhantes de sua carreira durante as finais da Copa Conmebol. Na ocasião, o São Paulo optou por usar seu time reserva, apelidado de “Expressinho”, para disputar o torneio. Então, no jogo de ida, realizado no Morumbi, o tricolor paulista aplicou uma goleada histórica de 6 a 1 sobre o Peñarol, do Uruguai. Catê teve uma atuação memorável, marcando três gols e consolidando-se como o grande nome da partida.
Ao longo de sua passagem pelo São Paulo, Catê disputou 136 partidas, obtendo 56 vitórias, 40 empates e 40 derrotas, além de marcar 23 gols. Então, seu desempenho foi essencial para o clube em diversas competições. No São Paulo, ele teve a oportunidade de conquistar títulos importantes, como o Campeonato Paulista de 1992, as edições de 1992 e 1993 da Taça Libertadores, e a Copa Intercontinental de 1992. Esses títulos marcaram sua trajetória e reforçaram sua importância para o clube paulista.
(Foto: Divulgação | São Paulo FC)
Em 1996, Catê seguiu sua carreira no exterior, transferindo-se para a Universidad Católica, do Chile. Durante sua passagem pelo clube chileno, ele foi uma peça fundamental na conquista do Torneio Apertura de 1997, título importante no cenário local. Desse modo, sua experiência no futebol chileno ampliou sua bagagem como jogador e permitiu que ele conquistasse o respeito da torcida chilena.
Além de sua carreira nos clubes, Catê teve passagens pelas seleções de base do Brasil, onde obteve destaque. Ele foi campeão sul-americano pela seleção sub-20 em 1992 e, no ano seguinte, sagrou-se campeão mundial pela mesma categoria. Logo, essas conquistas demonstravam seu talento e reforçavam a expectativa que existia em torno de sua carreira no futebol profissional.
Depois de pendurar as chuteiras, Catê decidiu seguir a carreira de treinador. Então, ele assumiu o comando do Itinga, um clube maranhense que disputaria a primeira divisão do campeonato estadual pela primeira vez em 2008. Embora não tenha tido uma carreira longa como treinador, Catê mostrou interesse em contribuir para o desenvolvimento do futebol no país, especialmente em clubes de menor expressão.
Infelizmente, a trajetória de Catê teve um fim trágico. Na manhã de 27 de dezembro de 2011, ele sofreu um acidente automobilístico fatal. Seu carro colidiu de frente com um caminhão no quilômetro 131 da Rodovia Sinval Guazzelli, próximo ao município de Ipê, no Rio Grande do Sul. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu ainda no local, deixando familiares, amigos e fãs em luto.
Muitos torcedores e admiradores do futebol brasileiro lembram a história de Catê. Sua carreira foi marcada por altos e baixos, mas seu talento e paixão pelo esporte sempre foram evidentes. Então, mesmo não tendo alcançado o status de superestrela, ele teve uma trajetória respeitável e conquistou títulos importantes com o São Paulo e pela seleção brasileira de base. Esses feitos garantem a ele um lugar na memória do futebol nacional.
Catê pode não ter sido o protagonista em todos os clubes por onde passou, mas sua habilidade e dedicação o tornaram querido por muitos. Desse modo, ele mostrou que o futebol é feito tanto de jogadores titulares quanto de reservas, todos essenciais para o sucesso de uma equipe.