Jogador do Talleres acusa Bobadilla, do São Paulo, de xenofobia | OneFootball

O lateral-esquerdo venezuelano Miguel Navarro, do Talleres, afirmou que o meio-campista Bobadilla, do São Paulo, praticou o crime de xenofobia contra ele. O ato em questão teria ocorrido logo depois do segundo gol dos anfitriões, marcado por Luciano, aos 39 minutos do segundo tempo.

Durante a partida, foi possível notar que uma confusão se formou antes da bola voltar a rolar no MorumBis imediatamente após o tento que definiu o marcador no duelo pela Libertadores. Ao ponto, aliás, de algumas imagens flagrarem Navarro chorando e recebendo apoio, até mesmo, de atletas são-paulinos.

No primeiro momento, ainda à beira do gramado, Miguel Navarro se limitou a dizer que “queria ir para casa” e que o jogador paraguaio “sabia o que tinha dito pra ele”. Porém, já na zona mista, o atleta do Talleres tratou de contar o ocorrido onde Bobadilla teria lhe dito a expressão enquadrada na xenofobia:

“É realmente lamentável falar esse tipo de coisa. Quando eles fazem o 2 a 1, eu disse pro árbitro apressar o jogo. Porque, não lembro quem fez o segundo gol… Luciano, acho que foi ele. Ele estava dando praticamente a volta ao campo. E eu disse ao árbitro para apressar o jogo, porque precisamos jogar. E, do nada, o Bobadilla vem e me diz: ‘Vocês sempre fazem cera.’ E digo a ele: ‘Que cera? vocês estão ganhando’. E, aí, ele me disse: ‘Venezuelano morto de fome’.”

Tristeza e cobrança

Navarro disse que queria até mesmo sair do confronto pela Libertadores após o ocorrido. Porém, o cenário onde o Talleres não podia mais fazer alterações acabou o convencendo de permanecer:

“Sim, eu quis sair. Mas, pelo trabalho dos meus companheiros, eu não quis sair de campo e deixá-los com um jogador a menos. Então, eu terminei o jogo, mas minha cabeça não estava mais lá no momento. Que se faça Justiça, não se pode mais passar isso.”

Antes de ir aos microfones, o lateral-esquerdo venezuelano fez uma denúncia formal contra Damián Bobadilla na área da Polícia Militar do MorumBis. O acusado também seria ouvido ainda na noite da última terça-feira (27), mas não foi encontrado no vestiário do São Paulo. Desse modo, a tendência é que ele preste depoimento na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE).