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·22 de fevereiro de 2023

Jajá, emprestado pelo Athletico, sofre racismo em sua apresentação no Torpedo Moscou

Imagem do artigo:Jajá, emprestado pelo Athletico, sofre racismo em sua apresentação no Torpedo Moscou

O atacante Jajá, emprestado pelo Athletico ao Torpedo Moscou-RUS, passou por ato de racismo na foto do anúncio de sua contratação no Instagram do clube. Criminoso comentou emoji de banana no post, que teve apenas outras cinco interações.

Time da capital russa é último colocado na disputa da liga nacional – somou apenas seis pontos em 17 rodadas. Jajá será o segundo jogador negro no elenco do clube, que também conta com o atacante peruano Yordy Reyna, contratado neste mês de fevereiro.


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Os ultras da torcida do clube se manifestaram sobre a contratação de Jajá em rede social, com comentário em tom de reclamação: “A notícia que merecemos… Herkus [diretor do Torpedo] e companhia companhia assinam com Jajá, internacional brasileiro de 21 anos”.

HISTÓRICO LAMENTÁVEL

Em 2018, o racismo da torcida do Torpedo Moscou chegou até a impedir contratação de zagueiro negro. Erving Botaka-Yoboma, russo, mas de origem congolesa, chegaria ao clube depois de passagem nas categorias de desenvolvimento do Lokomotiv, mas teve manifestação negativa dos ultras do clube, também pelas redes sociais: “Pode haver preto nas cores do clube, mas só há brancos entre os torcedores”.

Torcedores chegaram ainda a publicar foto do jogador com símbolo de proibição, com os dizeres “nosso clube, nossas regras”. Na época o presidente do Torpedo, Roman Avdeyev, rechaçou as atitudes racistas: “A cor da pele não é um critério para as nossas contratações. Nunca foi e nunca será.”

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Mesmo com o posicionamento do presidente, manifestações racistas e neonazistas não foram reprimidas no estádio Sportivnyy Gorodok, casa do Torpedo Moscou. A transferência de Botaka-Yoboma foi cancelada pela “política de não pagar por transferências de jogadores” do clube, como atestado em nota oficial – que ainda reitera: “a cor de pele nunca foi critério para escolhermos os jogadores do clube. O racismo não tem o direito de existir.

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PROBLEMA ANTIGO

Já em 2015 o Zapad-5, coletivo de ultras torcedores do Torpedo Moscou, havia aparecido ao mundo com caso de ofensas raciais. Clube perdeu mando de campo em duas partidas e pagou multa de 4600 euros por cânticos racistas direcionados ao brasileiro Hulk, que jogava no Zenit-RUS.

O jogador, hoje destaque do Atlético-MG, reagiu como se quisesse ouvir mais alto e declarou: “O que você pode fazer num momento como esse? Preferi reagir com um sorriso. Estou tratando os torcedores com respeito e quem sabe podem começar a me tratar igual.”

Hulk ainda destacou na ocasião que sofria racismo na grande maioria das partidas que fazia fora de casa quando atuava no time de São Petesburgo:

– Acho que 70% dos jogos que fiz fora de casa teve este tipo comportamento contra mim. Só posso lamentar que isso continue acontecendo. Gostaria que todas as partes envolvidas no futebol pudessem se respeitar. O futebol é para unir as pessoas, e não para dividi-las de acordo com seus conceitos pessoais.

Hulk sofreu outros atos de racismo na mesma temporada, e escolheu mandar beijos para os torcedores criminosos

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