Trivela
·16 de março de 2022
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·16 de março de 2022
Jaílson é um goleiro que costuma brilhar em grandes momentos. Nesta terça-feira, o veterano se gravou como o herói que levou o América Mineiro pela primeira vez à fase de grupos da Libertadores. O arqueiro já tinha sido importante na primeira partida contra o Barcelona de Guayaquil, quando ajudou a segurar o 0 a 0 no Estádio Independência. Era só uma prévia da atuação fenomenal do medalhão no Equador. Jaílson colecionou defesas dificílimas no Estádio Monumental, em jogo duro ao Coelho, no qual o time só melhorou na reta final. O placar de 0 a 0 mesmo assim se repetiu e a definição do classificado ficou para os pênaltis. O veterano salvaria mais uma vez, pegando uma cobrança, que determinou o triunfo por 5 a 4 na marca da cal. Os americanos chegam com muito moral à etapa principal do torneio, eliminando um adversário forte e que, afinal, vem de uma semifinal no último ano. O sonho dos Canários de disputar a decisão em casa acabou cedo.
Logo no primeiro minuto, Jaílson operou uma defesa milagrosa para evitar o gol do Barcelona. Leonel Quiñónez cobrou uma falta fechada em direção ao gol e o goleiro salvou em cima da linha, espalmando para longe. Os Canários exibiam uma postura confiante e exploravam o lado direito do ataque, enquanto o América tinha dificuldades para sair, diante da marcação por pressão dos anfitriões. O primeiro bom sinal do Coelho viria num lance aos 19, quando Wellington Paulista ajeitou na ligação direta. Everaldo bateu para defesa de Burrai, mas foi marcado o impedimento, embora a posição fosse legal.
Diferentemente dos jogos anteriores pela Libertadores, o América tinha dificuldades para criar suas jogadas pelos lados do campo e incomodar o Barcelona. Por mais que o time se acertasse aos poucos, não conseguia se impor tanto no campo ofensivo. Pedrinho até tentava, mas se via isolado. Os Canários eram mais perigosos de tempos em tempos. Jaílson voltaria a fazer ótima defesa aos 33, numa batida de fora dada por Gonzalo Mastriani. Na reta final do primeiro tempo, os equatorianos se fizeram mais presentes nos arredores da área, mas sem tanto sucesso.
O América Mineiro voltou melhor do intervalo, com mais iniciativa e em busca das ligações com o ataque. Ia conseguindo criar mais, ainda que sem tanto perigo. O jogo começava a ficar mais pegado, com discussões entre os times. Jaílson, ainda assim, seria essencial de novo aos 16. Emmanuel Martínez mandou uma pancada no alto e o goleiro salvou com uma defesaça, espalmando à queima-roupa. Os Canários esboçavam um abafa, mas o veterano estava muito atento nas antecipações e reduzia os riscos.
O Barcelona não exerceu uma pressão tão contínua e o América cresceu na metade final do segundo tempo. O Coelho tentava encaixar os contragolpes e Alê levaria muito perigo numa cabeçada que passou ao lado da trave. Os equatorianos também precisavam acordar e tentavam forçar na bola aérea. Depois de um escanteio, aos 38, Nixon Molina assustou em cabeçada por cima do travessão. Num momento aberto do jogo, Zé Ricardo respondeu num tiro de longe e Burrai desviou com a ponta dos dedos. Nenhum dos times parecia disposto a encarar os pênaltis e a emoção adentrou os acréscimos. Índio Ramírez também deu trabalho a Burrai, antes de uma falta do Barcelona pipocar na área americana, até a marcação do impedimento. Burrai apareceria de novo antes do apito final, para travar Alê na área. A definição acabaria mesmo na marca da cal.
Nos pênaltis, os dois times começaram com precisão. Bruno Piñatares e Wellington Paulista fizeram as primeiras. Jaílson quase pegou o tiro de Byron Castillo, mas a bola o traiu e entrou, antes de Iago Maidana empatar. Emmanuel Martínez e Felipe Azevedo também converteram na sequência. Isso até que Jaílson se agigantasse diante de Leonel Quiñónez e espalmasse o quarto arremate do Barcelona. Índio Ramírez botou o Coelho na frente, até que Damián Díaz empatasse aos Canários de cavadinha. Por fim, coube a Juninho Valoura fazer a quinta batida americana e selar a classificação.
A história do América nesta Libertadores já é memorável. A reviravolta contra o Guaraní na fase anterior foi das mais sensacionais possíveis e, agora, o Coelho supera um confronto contra o semifinalista da última edição. A fase de grupos será saborosa para os americanos. Com um time tão experiente e a estrela de seus veteranos, a equipe de Marquinhos Santos tem capacidade para sonhar com novos feitos nos próximos meses. Novas noites inesquecíveis à sua torcida, que façam o resto do continente conhecer a tradição do América.