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Fala Galo

·05 de outubro de 2022

Isso é Atlético Mineiro, mas…

Imagem do artigo:Isso é Atlético Mineiro, mas…

Por Max Pereira

O Atlético finalmente voltou a vencer em casa. Longe de ser brilhante e perfeito em todos os seus setores, mostrou mais consistência defensiva do que vinha exibindo nos seus últimos jogos, Hulk voltou a marcar e o time, coletiva e taticamente, mostrou depois de muito tempo uma coesão interessante e, para muitos críticos, até então totalmente insuspeita. Com dois gols construídos em lances polêmicos e reclamados pelo adversário e que, como não poderia ser diferente, ainda suscitam opiniões divergentes dos analistas de plantão, o certo é que o Galo conseguiu neutralizar o argentino Cano, um dos maiores artilheiros da atualidade no futebol brasileiro, e correr pouquíssimos ricos. No geral, mesmo sem a posse de bola, o Atlético fez por onde sair vencedor.


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O time inegavelmente mostrou evolução. E sabe que ainda está longe de seu último objetivo nesta temporada e que só vai alcançá-lo jogo a jogo, um passo de cada vez. Difícil, porém possível. Mas, fora das quatro linhas as coisas continuaram e continuam confusas, preocupantes e prenhes de notícias desencontradas e midiáticas. Coisas do Atlético, diriam muitos. Coisas que precisam ser enfrentadas com inteligência, tato e muito discernimento, diriam outros tantos e eu, entre estes últimos.

Quem conhece minimamente os meandros do futebol sabe que o mundo da bola nos dias atuais nada mais tem a ver com aqueles tempos românticos que muitos saudosistas ingenuamente querem reviver. Ao contrário, o futebol de hoje é um negócio multibilionário, multifacetado e complexo no qual, seja para o bem, seja para o mal, se conjugam vários fatores e muitas variáveis e ainda se interagem vários e diferentes agentes internos e externos. E, infelizmente, muitos dos efeitos nocivos dessa babel de interesses variados que permeia o mundo da bola, são inevitáveis e, por vezes, incontroláveis.

Ainda assim, é obrigação de quem cuida do Atlético e de quem quer contribuir com a sua saúde institucional, buscar blindar o máximo possível a agremiação, seus funcionários e seus atletas e estruturá-la administrativa e funcionalmente para minimizar sempre mais e mais os possíveis e inevitáveis danos que sempre se instalam nos interiores do clube, muitas vezes minando perigosa e terrivelmente o rendimento da equipe em campo.

Os inimigos de sempre do clube, os amigos do conteúdo panfletário e midiático e uma profusão de interesses nunca amigáveis muitas vezes se aliam, intencionalmente ou não, porque a resultante de suas estratégias favorece em comum os seus objetivos, ainda que estes sejam diferentes entre si.

Nunca é demais lembrar que vivemos na era das fake news. Quantas pessoas, vidas, famílias e negócios foram arrasados em razão de notícias falsas, distorcidas. E, para agravar, muitos têm uma tendência incontrolável de acreditar ACRÍTICA E CEGAMENTE em tudo de ruim que se veicula aqui ou ali, particularmente e, independentemente de qual motivo for, se não se gosta do alvo da maledicência. O mundo do futebol, claro, não poderia passar impune e nem imune à praga das fake news.

Quem em suas redes sociais não tem recebido uma chuva de posts e de informações segundo as quais Nacho estaria insatisfeito e de saída do clube? Como a “notícia” de que ele estaria ensaiando a sua volta ao futebol argentino já na próxima temporada não colou, uma quase “certa” troca com Edenilson do Internacional, vez que o volante colorado já teria anunciado que não quer e não vai mais permanecer na equipe gaúcha, invadiu as redes sociais de atleticanos e não atleticanos, além de ter sido explorada de alguma forma pela mídia tradicional.

Quem, igualmente, não foi brindado com uma série de postagens segundo as quais Zaracho, incomodado pelo ataque que sofrera de torcedores do Atlético, também já estaria de saída do clube, revendo as propostas recebidas e que antes pouco ou nenhum interesse lhe haviam despertado. Zaracho, inclusive, já teria autorizado o seu agente a procurar outro clube ou, se for preciso, negociar a sua rescisão com o Atlético.

E o incrível Hulk não passou impune. Givanildo teria entrado em rota de colisão com Cuca e também estaria negociando a sua rescisão com o Atlético que poderia ocorrer a qualquer momento. Houve até quem tivesse publicado que o Ronaldo, dono da SAF azul, ao tomar conhecimento dessa “noticia”, numa jogada de mestre já teria acertado com o artilheiro a sua ida para o outro lado da Lagoa já na próxima temporada. Como esta “notícia” não rendeu os frutos esperados, o destino de Hulk agora é o Flamengo que, sabendo que vai perder Gabigol e talvez Pedro ao final desta temporada, já estaria se acertando com o atacante atleticano que, por sua vez, estaria vendo com muito bons olhos esta transferência.

Paulinho vem ou não vem? Rodinei vem ou não vem? Vojvoda, que não vai renovar com o Fortaleza vem ou não vem? Cuca fica ou sai? Tite vai ser o novo treinador do Atlético? Gallardo é ou não é o preferido da direção alvinegra para substituir Alex Stival? Cuca teria perdido de fato o vestiário e o nível de rejeição a ele dentro do grupo já seria incontornável? Ou Cuca ainda seria prioridade do comando alvinegro? É verdade que o atual treinador atleticano teria condicionado a sua renovação com o clube a uma carta branca para fazer o que bem entender e definir com quem quer e com quem não quer trabalhar e ainda que o clube investiu em reforços? O que significaria esta carta branca? Uma limpa no elenco?

Quem vai comprar a SAF atleticana? O homem mais rico do mundo? O dono do PSG ou o dono do Liverpool? Ou seria um fundo de investimento? Seriam investidores americanos de grande porte ou alguém de nível médio como se passou a comentar nas ultimas horas? E a pergunta que não quer calar: além do dinheiro e do potencial econômico-financeiro, quais seriam as outras exigências que o clube faz ou deveria fazer para definir a quem, ao fim das negociações, o clube deve e pode vender a sua SAF? Afinal, ao fim de tudo, quem vai ficar e quem vai sair, seja no elenco atleticano, seja no corpo de funcionários?

Não é de se surpreender que as notícias e “notícias” que andam pululando por aí e mesmo aquelas que, em princípio, poderiam ser alvissareiras, são tratadas e veiculadas de modo prejudicial ao clube, porquanto geram bastante intranquilidade no seio do elenco, dos funcionários e, óbvio, da grande massa atleticana. A perspectiva, por exemplo, de limpa no elenco ventilada aqui e ali e subtendida em muitas informações do próprio Atlético que nunca se poupa em espalhar aos quatro ventos a necessidade de vender e vender premido pelo crescente e quase incontrolável crescimento da dívida do clube, claro, deve incomodar bastante aos atletas.

Ainda que isso tudo seja Atlético Mineiro, i.e., próprio desse Galo maluco e esquizofrênico, e pareça um carma insuperável, muito podemos, nós torcedores, os próceres do clube, funcionários de todas as áreas da agremiação dentro e fora do futebol, e atletas fazer para minimizar e até mesmo eliminar os estragos. Por exemplo, não reproduzir e nem compartilhar, nem mesmo reprovando ou criticando, nenhuma noticia ou informação antes mesmo de checa-la um sem número de vezes. Não repercutir nenhum conteúdo meramente panfletário, midiático ou especulativo ou ainda que possa contribuir para potencializar crises intramuros do clube. Quanto menos este tipo de “noticiário” viajar ou voar por aí menos mal ele causará.

*AS INFORMAÇÕES DO TEXTO, NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO PORTAL FALA GALO.

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