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Ian Chicharo Gastim·28 de fevereiro de 2021
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Ian Chicharo Gastim·28 de fevereiro de 2021
Jorge Sampaoli arrumou as suas malas e deixou o Atlético Mineiro, definitivamente, após a partida contra o Palmeiras, no encerramento do Campeonato Brasileiro de 2020.
Para quem chegou com pompas de técnico de ponta – alcunha que o argentino, curiosamente, tem apenas no Brasil – e com um orçamento pesado, o fim do Brasileirão foi melancólico.
Sampa acumulou cartões amarelos – suspenso, nem pode comandar o Galo contra os paulistas -, polêmicas e encerrou sua passagem de dois anos no futebol brasileiro sem títulos de expressão, algo para que foi contratado no Galo.
Como dizem que a “expectativa é a mãe da decepção”, o técnico foi escolhido como a decepção do Brasileirão 2020 aqui no OneFootball.
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Com auxílio do mecenas Rubens Menin, o Atlético investiu R$ 178,3 milhões – cerca de R$ 165 milhões saíram do bolso do dono da empreiteira MRV – na aquisição de atletas em 2020, sempre atendendo aos pedidos de Jorge Sampaoli.
De acordo com reportagem do UOL, o custo com a montagem do elenco, mais os salários, ficou na casa dos R$ 320 milhões de reais, entre 2020 e o início de 2021, incluindo a chegada de Nacho Fernández – mais um pedido do argentino.
O resultado em campo, no entanto, foi aquém do investimento pesado no Galo, com um terceiro lugar no Brasileirão, onde não brigou, de fato, pelo caneco, e um Campeonato Mineiro.
Vale lembrar que Sampaoli deixou o Santos, em meio a rusgas com a diretoria, justamente por não ter investimentos para montar o elenco.
Só que no Peixe, apesar da grave crise financeira, o argentino brigou pelo título e acabou vice-campeão, resultado superior ao alcançado no Galo, mesmo com todo os aportes.
Uma análise fria dos números do Atlético no Brasileirão até mostra uma boa campanha de Sampaoli.
O Galo foi o time com o segundo melhor ataque da competição, com 62 gols – atrás apenas do campeão Flamengo -, foi a equipe que mais criou chances (451) e a que teve a maior posse de bola em média (61,3%).
Mas quando a gente sai dos números e olha para a realidade, é bem difícil não usar o rótulo de “decepção” para avaliar sua passagem no comando do Galo no Brasileirão.
Apesar de chegar a empolgar a torcida, com seu futebol ofensivo, derrotas para times da parte de baixo da tabela acabaram custando a disputa pelo título Brasileiro, deixando um ar de decepção no fim das contas.
Foi muito pouco para quem chegou com um salário especulado em 400 mil dólares, para tirar o Galo da fila no Brasileirão.
Anunciado pelo Olympique de Marselha nesta sexta-feira (26), Sampaoli vai para a sua segunda passagem na Europa, após a experiência ruim no Sevilla.
O técnico negociou com os franceses enquanto ainda tinha contrato até dezembro de 2021 com o Galo, o que não deixa de ser uma novidade em sua passagem pelo Brasil.
Ainda que ele mesmo tenha reclamado – e com razão – da “cultura de demissão” do futebol brasileiro, Sampa ficou marcado por quebrar vínculos por onde passa, sempre saindo pela porta dos fundos dos clubes.
Foi assim no Santos, e acabou acontecendo o mesmo no Galo, apesar da vaga direta na Libertadores 2021 e a promessa de um time ainda mais forte para a próxima temporada.
Foto de destaque: Bruna Prado/Getty Images