Inter e Real Madrid somam grande histórico de confrontos e até chegaram a disputar título | OneFootball

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Calciopédia

·07 de dezembro de 2021

Inter e Real Madrid somam grande histórico de confrontos e até chegaram a disputar título

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No encerramento da fase de grupos da Liga dos Campeões 2021-22, Inter e Real Madrid ficaram frente a frente pela 19ª vez na história. Interistas e merengues chegaram a nutrir uma grande rivalidade na década de 1960, época de ouro para ambos os clubes. O timaço de Helenio Herrera superou a equipe de Alfredo Di Stéfano, Ferenc Puskás, Paco Gento e outros craques blancos para conquistar sua primeira orelhuda. O gigante espanhol, por sua vez, não deixou barato e também protagonizou grandes momentos diante da Beneamata.

Depois de 22 anos sem se bicarem por competições europeias, Inter e Real Madrid voltaram a se encontrar na Liga dos Campeões durante a temporada 2020-21. Eles caíram no mesmo grupo do torneio, com os espanhóis avançando de fase e os italianos segurando a lanterna. Uma temporada depois, o sorteio da Champions os colocou novamente na mesma chave.


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O espanhol Suárez encara Santamaría, num dos duelos entre Inter e Real Madrid nos anos 1960 (imago)

No primeiro jogo, os merengues suportaram a pressão dos interistas e retornaram da Itália com uma vitória de 1 a 0 na bagagem, conquistada nos minutos derradeiros da partida. Nesta terça-feira, 7 de dezembro, o Madrid recebeu a Inter para o último duelo do Grupo D, com ambas as equipes já classificadas. Quem vencesse assumiria a liderança do grupo; em caso de empate, os blancos permaneceriam em primeiro, com dois pontos de diferença para a Beneamata. Os merengues fizeram 2 a 0, graças a belos chutes de Toni Kroos e Marco Asensio.

Aproveitando o embate no Santigo Bernabéu, valendo a liderança do grupo, vamos relembrar os duelos históricos de Inter e Real Madrid em competições continentais.

O primeiro Inter-Madrid

Nos anos 1960, Inter e Real Madrid se digladiaram cinco vezes pela então Copa dos Campeões. A primeira batalha entre os times foi a mais épica. Em 1964, milaneses e merengues se classificaram à final da competição, que seria realizada em Viena.

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Mazzola foi o autor de dois gols da Inter na final da Copa dos Campeões de 1964, contra o Real Madrid (imago)

Embora a Inter contasse com um elenco cheio de astros e um técnico do calibre de Herrera, o Real Madrid chamava muito mais atenção. É que, na época, eles haviam ganhado o torneio cinco vezes, além de serem atuais tetracampeões de La Liga. Junta-se a isso a comissão de frente dos blancos, com Di Stéfano, Puskás e Gento.

No entanto, apesar da alta expectativa em torno de mais um título europeu do Real Madrid, a Inter saiu vencedora da final. Nos últimos minutos do primeiro tempo, Sandro Mazzola recebeu de Giacinto Facchetti, ajeitou com a perna direita e soltou um balaço no ângulo de Vicente Train.

O time de Madrid chegaria a acertar a trave, no segundo tempo, em chute cruzado do capitão Gento. Mas quem balançaria as redes seria novamente a Inter. Mazzola protegeu a bola no ataque e tocou para o centroavante Aurelio Milani mandar uma pancada de longa distância. O goleiro blanco chegou a tocar na bola, mas não a ponto de evitar o segundo tento nerazzurro.

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Em 1981, Altobelli até se esforçou, mas o Real Madrid eliminou a Inter na semifinal europeia (Getty)

Com Felo, aproveitando escanteio cobrado por Puskás, o Real Madrid diminuiu o prejuízo. A noite, contudo, seria mesmo da Beneamata. Seis minutos após o gol madrilenho, o líbero José Santamaría deu um presente para Mazzola, que avançou e marcou para dar números finais ao duelo. Assim, a Inter conquistaria sua primeira Copa dos Campeões – de forma invicta – e incendiaria a forte rivalidade citadina com o Milan, vencedor da edição de 1962-63.

A revanche

A Inter manteve sua base e se tornaria bicampeã europeia em 1965, derrotando pelo placar mínimo o Benfica na decisão da Copa dos Campeões. Os comandados de Herrera tinham força para buscar o tri, mas adivinhe só quem impediu tal feito? Sim, o Real Madrid. Na semifinal da edição 1965-66, a equipe madrilenha conseguiu dar o troco nos milaneses, ainda que não tivessem mais Di Stéfano e Puskás no plantel. Já do lado nerazzurro, a estrutura do time era praticamente a mesma que derrotava os próprios blancos dois anos antes.

O primeiro jogo da semi ocorreu no Bernabéu. Aos 13 minutos da etapa inicial, o Real Madrid furou a forte defesa interista. O meio-campista Pirri aproveitou um lance de confusão e estufou as redes do goleiro Giuliano Sarti. Por falar em arqueiro, o do Madrid, Antonio Betancort, seguiu em campo durante o segundo tempo inteiro mesmo lesionado. Isso porque, naquela época, ainda não existiam substituições.

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Bini marcou gol histórico sobre o Real Madrid, mas a Inter não superou os espanhóis (Getty)

No jogo de volta, realizado no Giuseppe Meazza, o Real Madrid segurou o empate para avançar à decisão, derrotar os sérvios do Partizan Belgrado e levantar sua sexta orelhuda. O atacante Amancio facilitou o trabalho do time de Miguel Muñoz ao abrir o marcador em Milão aos 20 minutos do primeiro tempo. A Inter apenas reagiria efetivamente na reta final da etapa final, graças ao gol de Facchetti, o que, porém, não seria o suficiente para evitar a classificação dos espanhóis.

“Melhor de três”

O último confronto entre interistas e merengues, na década de 1960, ocorreu em 1967. Eles se encontraram novamente num mata-mata da Copa dos Campeões, mas desta vez valendo classificação à semifinal. O embate seria uma espécie de “melhor de três”, uma vez que a Inter havia levado a melhor em 1964 e o Madrid, ganhado em 1965. A Inter continuava com sua espinha dorsal (Sarti, Facchetti, Luis Suárez e Mazzola) muito forte, enquanto o Real Madrid tinha em Gento, remanescente da época de ouro merengue, sua principal estrela.

Em campo, a Beneamata se sobressaiu e venceu ambos os confrontos, sem tomar gols. Com o apoio da torcida, os nerazzurri superaram o indigesto adversário graças ao gol solitário do atacante Renato Cappellini. Ele aproveitou cruzamento na medida de Mazzola e, de cabeça, balançou as redes de Betancort. Na volta, Cappellini se destacaria novamente e calaria um Bernabéu abarrotado de torcedores madridistas. Esperto, o atacante conferiu o rebote concedido pelo goleiro José Araquistáin e fornecer uma vantagem ainda maior à Inter.

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Mesmo com Rummenigge, a Inter levou virada do Real Madrid na Copa Uefa de 1984-85 (El País)

Na etapa final, o meio-campista blanco Ignacio Zoco jogou contra o próprio patrimônio e passou a régua no duelo. Assim, a Beneamata avançaria à fase seguinte e, após deixar o CSKA Sofia pelo caminho, alcançaria mais uma decisão de Copa dos Campeões. Porém, um triunfo por 2 a 1 do Celtic, de virada, impediria o segundo título europeu aos nerazzurri. De qualquer forma, a rivalidade entre Inter e Real Madrid estava longe de terminar.

Oito jogos nos anos 1980

Após as emocionantes partidas da década de 1960, o time de Milão e a equipe de Madri não se toparam no decênio seguinte. Porém, nos anos 1980, eles descontaram o período de hiato e afloraram a rivalidade. Foram oito jogos entre as agremiações – sendo os dois primeiros, válidos pela semifinal da Copa dos Campeões de 1980-81, memoráveis.

Sob a batuta de Eugenio Bersellini, a Inter dispunha de muitos astros que viriam a ganhar a Copa do Mundo de 1982 com a Itália, entre os quais Alessandro Altobelli, Gianpiero Marini, Ivano Bordon, Giuseppe Bergomi e Gabriele Oriali, que não atuaria nos dois jogos contra o Real Madrid. Por sua vez, o time merengue não contava com um plantel à altura daquele que varrera a Europa nos anos 1950 e 1960. No entanto, havia peças de valor no grupo, como José Antonio Camacho, Juanito, Vicente del Bosque e Uli Stielike.

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Valdano pede para a torcida blanca não atirar objetos no gramado; Zenga, goleiro interista, chegou a ser atingido (El País)

Dentro das quatro linhas, o esquadrão de Vujadin Boskov fez valer o mando de campo e cravou 2 a 0 sobre os milaneses, em Madri, pelo combate de ida. Santillana “parou no ar” e testou firme para anotar o primeiro; Juanito guardou o segundo, completando para o gol após linda trama dos blancos. Em Milão, os italianos venceram, mas por apenas 1 a 0: o tento do capitão Graziano Bini não foi suficiente para impedir a qualificação dos espanhóis. De qualquer forma, o Real não sentiu o gostinho de conquistar mais uma Copa dos Campeões, visto que perderia a final para o invicto Liverpool, em Paris.

Na temporada 1982-83, mais dois confrontos entre italianos e espanhóis. Pela primeira vez eles se enfrentariam em uma competição que não fosse a Copa dos Campeões. Desta vez, o torneio em questão era a Recopa Europeia, antigo campeonato da Uefa. Quem levasse a melhor avançaria à semifinal da competição. Agora como técnico do Real Madrid, Di Stéfano teria uma revanche pessoal contra os nerazzurri – o lendário jogador havia perdido a final da Copa dos Campeões de 1964 para a Beneamata.

O primeiro jogo, em San Siro, terminou sem vencedor. A Inter saiu em vantagem aos 15 minutos: Oriali cobrou falta rasteira e Agustín não conseguiu impedir o tento. Os donos da casa fizeram a torcida explodir mais uma vez, porém a arbitragem anulou – de forma errônea – o gol de Altobelli. No segundo tempo, o Real empatou. Ricardo Gallego não quis saber da longa distância, soltou um petardo, Bordon aceitou o chute viu os espanhóis voltaram para Madri com um empate na bagagem.

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Zenga lamenta a incrível virada sofrida pela Inter no Bernabéu (Allsport Hulton/Archive)

Na capital espanhola, um triunfo, de virada, por 2 a 1 selou a classificação dos merengues à final. Altobelli abriu o placar para a Inter e deu esperanças à torcida, mas José Antonio Salgueiro e Santillana fizeram o 2 a 1 no segundo tempo. Os espanhóis, entretanto, sucumbiram diante do Aberdeen na final.

Dois tombos na Copa Uefa

Se Inter e Real Madrid já haviam entrado em campo por Copa dos Campeões e Recopa Europeia, em 1985 e 1986 chegaria a vez de as equipes medirem forças pela Copa Uefa. Porém, na competição em questão, os italianos não seriam páreo para os merengues, ainda que tivessem no elenco jogadores do porte de Karl-Heinz Rummenigge, Giuseppe Baresi, Walter Zenga, Bergomi, Altobelli, entre outros.

O primeiro duelo aconteceu em 1984-85, valendo vaga na final do torneio. No Giuseppe Meazza, a Inter sufocou os rivais e venceu por 2 a 0, graças a Liam Brady e Altobelli – um gol em cada tempo. A derrota em Milão acarretou na demissão do técnico Amancio Amaro, bandeira do clube. Para seu lugar, a cúpula escolheu o também ídolo Luis Molowny.

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Zenga, Mandorlini e Tardelli contra Hugo Sánchez, Maceda e Santillana: aflorada rivalidade entre nerazzurri e blancos (El País)

O novo treinador alterou a escalação para o combate da volta, mandando ao banco alguns jovens “patrocinados” por Amancio. Resultado: remontada em Madri. Santillana (duas vezes), na etapa inicial, e Míchel, nos 45 minutos finais, sacramentariam a épica virada. Na decisão, os espanhóis passaram pelo Videoton, da Hungria, e se sagraram campeões.

Uma temporada depois, outra vez Inter e Madrid frente a frente. Novamente pela Copa Uefa. Novamente na fase de semifinal. Os nerazzurri mantiveram a estrutura do ano anterior e ainda reforçaram a equipe com Marco Tardelli. Se a Inter buscara um excelente jogador no mercado, o Real Madrid não ficara atrás, levando o bomber Hugo Sánchez para o Santiago Bernabéu. No ataque, os merengues ainda tinham o argentino Jorge Valdano e o jovem Emilio Butragueño.

Havia grande esperança de que a Inter pudesse dar o troco no Real pelo revés de um ano antes. O cenário, contudo, seria o mesmo de 1984-85. A Inter venceria em Milão, mas cairia na Espanha. A doppietta de Tardelli e o gol contra de Pepe Salgueiro construíram o triunfo de 3 a 1 no Meazza – Valdano descontara para os visitantes. No segundo jogo, porém, o Madrid despachou a Inter mais uma vez, revertendo o placar da partida de ida.

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Butragueño e Baresi disputam espaço: mais uma vez, o Real Madrid levou a melhor (imago/Buzzi)

Os merengues venceram no tempo normal por 3 a 1 e, na prorrogação, fizeram 5 a 1. Hugo Sánchez (duas vezes), Santillana (duas) e Rafael Gordillo anotaram os tentos madrilenhos, enquanto Brady, de pênalti, descontou. Sánchez e Santillana se tornaram, assim, algozes da Beneamata. Na decisão, o Real Madrid ganharia do Colônia e alcançaria o bi da Copa Uefa.

1998

Depois de vários embates por Recopa Europeia e Copa Uefa, Inter e Real Madrid voltariam a se encarar pela Liga dos Campeões. Na temporada 1998-99, época em que atravessava boa fase e tinha um timaço, a Beneamata topou com o time madrilenho pela primeira vez na fase de grupos. O adversário impõe respeito por si só, mas mais ainda naquela temporada. É que eles eram os atuais vencedores da Liga dos Campeões, encerrando um jejum que durara 32 anos.

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Duelo de Robertos: dessa vez, Baggio levou a melhor sobre Carlos (Arquivo/Inter)

A Inter, por sua vez, havia sido campeã da Copa Uefa e apostava na qualidade de um elenco estrelado para bater seu carrasco dos anos 1980: Ronaldo, Iván Zamorano, Javier Zanetti, Diego Simeone, Youri Djorkaeff, Roberto Baggio, entre outros astros. Todos esses atletas estavam nas mãos de Luigi Simoni.

A primeira rodada do Grupo C colocaria italianos e espanhóis cara a cara. O jogo ocorreu no Bernabéu e teve vitória dos donos da casa, por 2 a 0. Nos 15 minutos finais da partida, Fernando Hierro fez o primeiro, de pênalti, e Clarence Seedorf guardou o segundo dos merengues. A Inter lamentou a derrota, mas entrou com sangue nos olhos para vencer o jogo da volta, em Milão. E conseguiu.

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O show do 10: Baggio anotou uma doppietta sobre o Real Madrid e garantiu o triunfo nerazzurro (Arquivo/Inter)

Num San Siro pulsando, os nerazzurri derrotaram os blancos por 3 a 1. A exemplo da partida disputada em Madrid, os goleiros foram buscar bolas dentro do gol apenas na etapa derradeira. Zamorano iniciou a contagem, enquanto Seedorf empatou. Depois do tento de igualdade, porém, só deu Inter. Baggio, que entrara durante o decorrer do duelo, desempatou e fez o terceiro, tudo isso num intervalo de quatro minutos. Man of the match.

O desfecho daquela chave ficou com a a Inter na cabeça e o Madrid, vice. Com isso, ambos se classificaram à fase seguinte. Tanto os nerazzurri quanto os madrilenhos encerram sua participação naquela edição de Liga dos Campeões nas quartas de final. A Beneamata caiu para o time que viria a conquistar o título, o Manchester United, ao passo que os blancos sucumbiriam diante do Dynamo Kyiv. E a história continua.

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