Insustentável? Brest desafia tradicionais e segue no G8 da Champions com cartilha 'pirata' | OneFootball

Durante séculos, os piratas se notabilizaram por desbravar oceanos em busca de riqueza. As táticas empregadas, muitas vezes, estavam fora das leis estabelecidas, mas essas tripulações ganharam fama.

Chegamos em 2024 e a competição mais importante do futebol entre clubes, a Liga dos Campeões. Palco para elencos bilionários, a atual edição recebeu um novo formato, com mais partidas, na expectativa de gerar mais interesse do público com jogos entre os times gigantes e, claro, ainda mais receita.

O Brest, da França, é peixe fora d'água nesse meio. A equipe, com orçamento de 40 milhões de euros, um dos menores da Liga Francesa, garantiu uma vaga na principal competição da Europa na edição atual. E o desempenho do time do norte da França deixa o mundo espantado.

Depois de seis partidas, o Brest tem campanha de quatro vitórias, um empate e uma derrota. O revés foi diante do Barcelona, a igualdade contra o Bayer Leverkusen... Nesta terça-feira (10), o Brest obteve uma das maiores vitórias de sua história diante do PSV, da Holanda.

No momento, o Brest é o quinto colocado na Champions e teria uma vaga nas oitavas de final caso mantenha o posto. Rodada após rodada, a equipe se segura como pode e vai garantindo a sua fatia de riqueza. Como se fossem piratas...

"Somos todos um pouco malucos em campo... porque somos competidores, odiamos a derrota. Conseguimos combinar trabalho, intensidade e caráter, além do talento de alguns, e há uma boa química entre os jogadores jovens e os mais velhos. O treinador (Éric Roy) costuma dizer que somos piratas - e mostramos isso no campo",  disse o volante Jonas Martin recentemente ao L'Equipe.

Sem a mesma capacidade financeira e de conjunto de boa parte das equipes da Liga dos Campeões, o Brest tem, de certa forma, jogado todas as suas fichas na competição internacional. O desempenho no Francês é apenas mediano, com a 11ª colocação na tabela.

Sonho vira realidade para o Brest

O técnico Éric Roy é um dos nomes mais falados entre os comandantes nos últimos tempos. Ele foi o responsável por guiar a equipe à terceira colocação na Ligue 1. Ele que estava há 11 jogos sem trabalhar no comando técnico e, inclusive, era comentarista de televisão.

Como se fosse um seriado, ou um filme, o Brest mantém vivo o sonho do futebol romântico. Para se ter uma ideia da diferença de investimento, enquanto o Brest teve 40 milhões de euros de budget na última temporada, o PSG teve... 700 milhões!

A tabela da Liga dos Campeões traz um abismo parecido entre as duas equipes. Enquanto o pequeno Brest, como dito acima, é o quinto, o time de Paris é o 24º e, a duras penas, teria uma vaga na próxima fase, um playoff classficatório.

No próximo duelo, fora de casa contra o Shakhtar, o Brest pode até mesmo assegurar um vaga nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Já a rodada final é simplesmente diante do Real Madrid, o maior vencedor do torneio.

A modesta casa do Brest não será o palco do encontro, já que o estádio Stade Francis-Le Blé, com capacidade para apenas 15 mil pessoas, não atende os requisitos mínimos da Uefa. A casa do Brest na Champions tem sido o estádio do Guingamp.

Seja qual for o destino do Brest na Liga dos Campeões, a equipe já realiza o sonho de milhares de clubes pequenos pelo mundo. Se desafiar é possível.