AVANTE MEU TRICOLOR
·08 de novembro de 2024
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·08 de novembro de 2024
Jovem treinador orienta Welington no primeiro trimestre (Wagner Meier/Getty Images)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Fazendo uma campanha digna de nota no Vitória, onde vem conseguindo livrar a equipe baiana do rebaixamento, Thiago Carpini voltou a falar sobre a frustrante passagem pelo São Paulo no início deste ano.
Em entrevista ao portal 'Coaches Voice', o ex-comandante tricolor falou sobre a sua passagem pelo Morumbi e alfinetou a falta de tempo apropriado para colocar em prática o seu trabalho da forma como acharia mais apropriado.
"Na primeira oscilação de um jovem treinador, dizem: ‘Ah, mas ele não tem experiência’. A gente quer tanto uma reformulação, mas não tem paciência para colocá-la em prática", disse.
"Senti um pouco disso no São Paulo. Comandei a equipe em apenas 18 jogos. Fomos campeões da Supercopa do Brasil, tivemos bons resultados e alguma oscilação, o que é natural em um início de projeto. Acho que o trabalho merecia uma sequência. Talvez a minha idade tenha pesado na decisão contrária da diretoria. Todo mundo começou um dia. Ninguém é experiente no início da carreira", completou ao sítio.
Carpini relembrou a decisão de deixar o Juventude para assinar com o São Paulo. E de como considera um privilégio a oportunidade de ter podido trabalhar no clube.
"Cheguei a renovar o contrato com o Juventude, eu seria o treinador do clube em 2024. Ajudei a montar o elenco e recusei propostas de grandes clubes, como Santos e Cruzeiro. Mas, então, apareceu o São Paulo com um projeto irrecusável.
Acho que foi a melhor decisão que tomei na minha vida. Independentemente de como acabou o meu vínculo com o São Paulo, a experiência foi maravilhosa. Quatro anos antes, eu estava buscando um campo que tivesse um pedacinho que fosse de grama para treinar o Água Santa", revelou.
"Em pouco tempo, cheguei a um gigante como o São Paulo, com toda a sua estrutura impecável. Lembro do meu primeiro dia, ao ver jogadores como James Rodríguez, Lucas Moura, Rafinha, Arboleda, Calleri… Foi uma sensação de viver um sonho. Trabalhar no São Paulo coloca um carimbo positivo na sua carreira. É o São Paulo de Telê Santana, Muricy Ramalho, Rogério Ceni, Dorival Junior, Fernando Diniz, Hernán Crespo e de tantos grandes técnicos que passaram por lá. E eu também tive esse privilégio", apontou.
Segundo ele, a passagem pelo São Paulo acabou o colocando um degrau acima na prateleira, expressão que era usada habitualmente por ele mesmo nos tempos de Morumbi.
"Quando cheguei ao Vitória, senti que as pessoas me olhavam diferente do que havia acontecido até então na minha carreira. Eu já não era mais um jovem promissor. Eu era o Carpini, que foi campeão pelo São Paulo. Estou muito orgulhoso de toda a minha caminhada até aqui. E estou convencido de que a competência de um treinador não está atrelada à sua idade. O Brasil necessita de treinadores jovens e bem preparados, assim como necessita de paciência. Não tenho dúvidas de que esse é o caminho para a mudança que necessitamos", completou.