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·19 de dezembro de 2019

Há 36 anos, o Independiente era campeão sobre o Racing

Imagem do artigo:Há 36 anos, o Independiente era campeão sobre o Racing

Após se tornar o primeiro time Argentino Campeão Mundial em 1967, a degradação do River Racing foi gradativa. Contudo, buscou títulos disputando os Campeonatos dos anos seguintes como: o triangular-final em 1968, as semifinais em 1969 e até o vice-campeonato em 1972. Posteriormente, quando esse último elenco comprovou sua ineficácia em campo a crise no clube se agravou. Sobretudo, os Blanquiceleste conseguiram sair com a faixa de campeões ainda em 1967. Já o Independiente recebeu o rival na rodada final do Torneio Nacional, partida  que terminou em 4 x 0, com dois gols do Luis Arime, e título vermelho.

CLÁSSICO DE AVELLANEDA

O famoso Clássico de Avellaneda de 1970 foi a favor do Independiente que em pleno Cilindro, casa do adversário, virou com gol do título de Héctor Yazalde, ex – rancinguista, dez minutos antes do fim da partida. Em 1971, o Rojo alcançou novo título argentino, aproveitando a derrota do Vélez em casa para o Hurucán. Deste modo, constituiu seu lugar na Libertadores, alcançando em 1973 a primeira conquista mundial. O treinador Juan José voltou ao comando do Racing em 74 e conseguiu um desempenho respeitável, no entanto o rival passou a ter mais vitórias no Clássico. O clube azul e branco chegou a um ponto no quadrangular-final do Metropolitano e finalizou em terceiro no nacional daquele ano.


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Veio o tetra na Libertadores em 1975, mesmo dia em que o Racing perdia para o Boca de 4 x 3. No ano seguinte. O Independiente não renovou o ciclo continental e os torcedores mais lunáticos desfrutavam do prazer de ver o Racing lutando pela primeira vez para não cair. Nove anos depois do auge , La Academia livrou-se do rebaixamento por apenas um ponto. Em virtude disso o presidente trouxe de volta em 1977 ídolos como: Agustín Cejas e Rubén Díaz, Alfio Basile como treinador. Figuras carimbadas da seleção argentina que brilhavam no interior.

Villa e Killer integrariam a Argentina campeã da Copa de 1978, sendo os únicos vencedores como jogadores do Racing. No entanto, passaram longe de virar ídolos. Embora tenham desembolsado 80 milhões de pesos na contratação de Villa, que foi vista como catalisadora da crise racinguista. Apesar de nem em campo se ver uma justificativa. Como resultado o time mais uma vez brigou para não cair e no Nacional, ficou em segundo no grupo. Porém, não conseguiu ultrapassar o Talleres que chegou à decisão, mas perdeu para o Independiente. Sob ordens de Omar Sivori, o Racing chegou às quartas de finais do Nacional em 1978. Entretanto, o campeonato daquele ano foi conquistado pelo rival. Em 1979, da mesma maneira que no ano anterior, foram as quartas-de-final do Nacional.

A MÁ FASE DO RIVER RACING

O Independiente, após o titulo de 78, iniciou sua colheita. Entre as vitimas, o técnico Jose Omar – ex jogador do clube entre 1966 e 1972. Ubaldo Fillol, El Pato, chegou em 1966 após negociação direta com o Racing. Em 1981, voltou ao Cilindro junto com Uruguaio Juan Ramón e fez boas partidas no Metropolitano, em virtude de não poder usar o estádio Cilindro desde abril. A montanha de dívidas fez o time achar que lucraria bem mais se alugasse o campo como depósito de batatas. Ainda assim, La Academia era bastante cogitada no Nacional, mas não saiu da última chave. A crise não se afastava e o clube entregou Olarticoechea ao River e Calderón ao grande rival.

Buscou soluções como o centroavante da seleção de 1978, Leopoldo Luque. No entanto, o jogador já não tinha a mesma habilidade de antes e o Racing acendeu novamente a lanterna na fase de grupos do Nacional de 1982. Em 1981, o San Lorenzo havia se tornado o primeiro rebaixado entre os cinco grandes argentinos. A comoção foi tamanha que o Metropolitano de 1982, embora ainda rebaixasse seus dois lanternas, já serviria também para a pontuação de 1983. Mesmo com essa alerta, o Racing não engatou. Venceu novamente a partir da 12ª rodada e conseguiu se salvar na antepenúltima rodada com 5 x 3 sobre Sarmiento. Quatro dos gols foram de Roberto Ropero Díaz, maior artilheiro do clube nos últimos 40 anos.

O REBAIXAMENTO DO RACING

Por outro lado, o Rojo não era campeão desde o Nacional de 1978, uma enormidade para quem praticamente tinha um troféu por ano. O Independiente vinha de um vice campeonato para o Estudiantes no Metropolitano de 1982 e no Nacional de 1983. Nas cinco primeiras rodadas do Metropolitano de 1983, o Racing não venceu. Por isso, naquela altura, o time já estava em último na tabela. Em 11 de dezembro, o San Lorenzo derrotou o Racing por 1 x 0 e para piorar, o Temperley venceu por 3 x 2 o Newell’s dentro do Rosário. A sobrevida racinguista veio na disputa dos 15 minutos finais contra o Ferro: La Academia foi capaz de empatar, com Carlos Caldeiro.

Recebeu o Unión 48 horas depois e conseguiu o empate por 1 x 1 com gol a cinco minutos do fim. Ao mesmo tempo, Temperley garantiu o empate com o San Lorenzo e o Unión teve tempo para responder em campo com Miguel Brindisi, que aproveitou falha geral da defesa Alviceleste para ficar livre diante de Carlos Rodríguez. Assim, a chance de rebaixamento ainda na penúltima rodada ficava real. A ironia é que o jogo seria contra o Racing de Córdoba que abriram o jogo com 1 x 0, mas em 20 minutos o Racing original conseguiu a virada e manteve o 2 x 1 até o intervalo. O visitante virou o jogo no segundo tempo, ainda assim, a derrota não bastava para o Racing cair, pois o Temperley só empatava com o River.

22 DE DEZEMBRO DE 1983

O Racing caía e ainda sofria um quarto gol. A plateia já deixava o Cilindro quando o clube diminuiu faltando cinco minutos e reacendeu alguma esperança por um empate salvador. A notícia do rebaixamento fez com que os jogadores não quisessem jogar o clássico para a próxima rodada e com o San Lorenzo na cola, o Independiente não teve piedade do time recém rebaixado. Carlos Rodriguez, um dos poucos racinguistas com ânimo em participar, foi suficiente. Aos 43 minutos, foi vencido com classe por Ricardo Giusti. De modo que aos três minutos do recomeço, Enzo Trossero deixou a defesa sem ser incomodado, arriscou de longe e marcou, permitindo que o Independiente segurasse tranquilamente o resultado e não houve Papai Noel mais Rojo na história do que o festejado naquele 22 de dezembro de 1983.

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