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·25 de fevereiro de 2024
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O futebol sempre traz fatos curiosos. Que um diga um que aconteceu há 20 anos, quando as seleções de Granada e Barbados se enfrentaram em 1994 pela Copa do Caribe. No duelo, por conta de um capricho do regulamento, os dois times lutaram por gols contra. Isso que o MQJ Memória de hoje vai relembrar.
O regulamento previa algumas situações curiosas. Nenhum jogo poderia acabar empatado. Tinha que ter um vencedor. Se ao fim dos noventa minutos o confronto terminasse igual, aconteceria uma prorrogação de 30 minutos. Além disso, neste tempo extra o time que marcasse o primeiro gol ganharia o jogo, sendo que este gol de ouro valeria dobrado. Ou seja, uma regra que poucos poderiam entender e que causou estragos.
Na rodada final de um dos grupos Barbados e Granada duelaram em um confronto direto. Granada tinha dois pontos a mais que Barbados e três gols de vantagem. O saldo de gols era o primeiro critério de desempate. Assim Granada poderia perder o jogo por um gol de diferença.
Barbados x Granada entrou para a história (Foto: Divulgação)
Com a bola rolando Barbados conseguiu se impor e marcou dois gols. O 2 a 0 lhe daria a classificação, pois os times empatariam em saldo de gols. Aí entraria em cena outro critério de desempate, o confronto direto.
Faltando dez minutos para o jogo acabar Granada marcou um gol. Era o suficiente para se classificar. Os times empatariam em pontos, mas Granada levaria vantagem no saldo de gols (2 a 1). Foi aí que Kevin Millard, técnico de Barbados, entrou em cena.
Como nenhum jogo poderia terminar empatado, se Granada empatasse a partida iria para a prorrogação. No tempo extra Barbados poderia marcar um gol e garantir a classificação, pois este tento valeria dobrado. Assim o técnico deu a ordem para o seu time marcar um gol contra. O zagueiro Terry Sealey então entrou na própria área e fuzilou o goleiro. Era o 2 a 2 que forçaria o tempo extra, dando mais uma chance a Barbados.
– Apenas jogamos com o regulamento – disse na época uma fonte da comissão técnica de Barbados para a imprensa de seu país.
O curioso é que a partir daí, pela loucura do regulamento, Granada se classificaria se marcasse um gol ou se levasse um gol. Barbados então percebeu que corria o risco de ver o rival usar a sua própria estratégia e tentar um gol contra.
Diante deste cenário, Barbados se dividiu em campo em dois grupos. Um de seis jogadores defendia a própria meta. Já outro time, com cinco jogadores, passou a defender a meta de Granada, para assim evitar um gol contra do time.
Imprensa repercutiu vitória de Barbados (Foto: Divulgação)
A estratégia deu certo, pois Granada sequer sabia onde atacar e viu o tempo regulamentar se encerrar, forçando a prorrogação.
– Meu time simplesmente não sabia o que fazer. Não sabia se buscava um gol a favor ou contra. Quem criou o regulamento deveria ser internado em uma clínica de malucos – disse James Clarkson, técnico de Granada, após a partida.
A estratégia deu certo para Barbados. No tempo extra Trevor Thorne fez o gol de Barbados, que valeu dobrado. Como era um gol de ouro, o jogo se encerrou após o lance e Barbados se classificou no saldo de gols (2 a 1). Chegava ao fim um dos jogos mais bizarros do futebol. A Fifa ainda adotou por uns anos o gol de ouro, mas recuou após ver que não dava certo.
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