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·26 de dezembro de 2019

Há 11 anos, o Boca era campeão argentino e o River, lanterna

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A coluna Catimbando dessa semana traz uma história entre os dois maiores rivais da Argentina, Boca Juniors e River Plate, que se passou em 2008. Naquele ano, o Boca não só festejou pelas ruas de Buenos Aires seu 23º título do torneio Apertura, como também a derrota do seu arquirrival River, que terminou o campeonato na lanterna pela primeira vez na história do Campeonato Argentino.

REGULAMENTO

O Campeonato Argentino de Futebol de 2008 foi a 79ª edição da modalidade. Naquele ano a primeira divisão da principal competição entre clubes da Argentina ainda seguia o padrão europeu, modelo que ficou vigente entre as temporadas 1990/1991 até 2011/2012. Assim, o campeonato era dividido em dois torneios sendo eles: Torneio Apertura e Torneio Clausura. Sendo o primeiro deles disputado na primeira parte do ano e o outro na segunda metade, tendo cada um eles o seu campeão, ou seja, dois campeões argentino por época. Os 20 participantes jogam todos contra todos e o sistema de disputa é o de pontos corridos, quem somar mais e ficar em primeiro leva a taça. Assim também, em caso de empate no número de pontos acontece um jogo extra em campo neutro.


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CAMINHO DO BOCA RUMO AO TÍTULO

O início do campeonato foi bom para o Boca Juniors, que emendou uma sequência de cinco jogos sem derrota. Já na rodada de estreia aplicou uma goleada de 4 x 0 no Gimnasia Jujuy, com gols de Noir, Gracián, Battaglia e Vargas. Depois, venceu Lanús e Huracán e empatou diante do Independiente e Argentinos Jrs. Foi apenas na 7ª rodada o primeiro revés da equipe. Dessa forma, em casa acabou sendo surpreendido e derrotado pelo Tigre por 3 x 2. O fato balançou o plantel liderado por Carlos Ischia. Porque apesar de ter saído vitorioso do duelo atrasado da 2ª rodada contra o Newell’s Old Boys, os Xeneizes voltaram a perder com a goleada sofrida pelo Godoy Cruz, fora de casa, por 4 x 1 e depois contra o Estudiantes, dentro dos seus domínios.

A partir daí, os auri-azuis só perdeu um jogo até a rodada final. Isto porque, Riquelme voltou a calar críticos e balançar as redes. O meia marcou no minuto final da vitória sobre o Arsenal. Apareceu para marcar dois gols no 2 x 1 sobre o Racing. E por fim, junto com Lucho Figueroa o futebolista que é tido como ídolo master do clube fechou a conta do placar em 3 x 2 na partida diante do Colón, na rodada derradeira. Desse modo, o Boca terminou com 39 pontos (12 vitórias, três empates e quatro derrotas), e com saldo de 33 gols marcados e 17 sofridos. No entanto, o aproveitamento ainda não foi suficiente para soltar o grito de campeão.

FINAL DRAMÁTICA

Na parte de cima da tabela Tigre e San Lorenzo também tinham a mesma somátoria de pontos. Com isso, o empate forçou pela segunda e última vez na história do Campeonato Argentino a necessidade de um triangular-extra (algo que só aconteceu em 1968) para definir quem ficaria com o título. Assim, em campo neutro o primeiro embate terminou com a vitória do El Ciclón sobre o El Matador de Victoria. Outros três dias depois San Lorenzo e Boca se enfrentaram, no campo do Racing. Viatri abriu o placar para o time vermelho e azul e Solari deixou tudo igual. Então, Palacio recolocou os Xeneizes na frente e Cristian Chávez fechou o placar em 3 x 1. O gol marcado já nos acréscimos teria um peso muito maior algumas horas depois.

Setenta e duas horas após veio a finalissíma entre Boca e Tigre, novamente no campo do Racing, o El Cilindro em Avellaneda, com direito a todos os elementos dramáticos que uma final exige. O Tigre precisava apenas de dois gols para levantar o caneco inédito, pois com os tentos ficaria empatado no número de pontos e saldo de gols e levaria vantagem no confronto direto. O time de Victoria, que havia voltado a elite na temporada anterior após 40 anos de ausência, bem que tentou. Assim, aos 22′ do 2º tempo Leandro Lázzaro marcou.

Entretanto, o segundo gol não veio e o Boca que podia até perder por um gol de diferença finalmente pode comemorar. Era um título ganhado em cenário inédito,visto que seu maior rival se encontrava na lanterna da tabela, com uma diferença de 25 pontos, algo nunca visto antes, mas também com capítulo triste. Dois meses antes os jogadores tiveram que suportar a morte do presidente do clube, Pedro Pompilio, que faleceu no dia 30 de outubro com problemas no coração.  Ademais, com o título Sebastián Battaglia, conhecido por ser um volante raçudo, tornou-se o jogador mais campeão na história do Boca.

RIVER TERMINA NA LANTERNA

Torcida do campeão ironiza rival

O River Plate teve uma campanha irregular no Torneio Apertura. Com isso terminou na última colocação com 14 pontos apenas. Só para se ter uma ideia Los Millonarios venceu apenas duas partidas de 19 disputadas, empatou outras oitos e sofreu nove revés. Além disso, sua defesa foi a mais vazada da competição, com 29 gols sofridos. O aproveitamento representou a pior campanha da história do clube no Campeonato Argentino.

Do outro lado, a vitória daquela terça-feira, 23 de dezembro de 2008, inflou a torcida do Boca Juniors que festejou nas ruas da cidade com cartazes ironizando a posição do rival. Um deles incluia a frase “Banquete de Natal” e era representado pela imagem de uma mesa com as cabeças de um tigre, um corvo, em alusão ao San Lorenzo, e uma galinha servidos em uma bandeja. Outros continham gráficos com escudos do Boca, Tigre, San e River em tamanho descrescente com dizeres “Crise Mundial”. Enquanto o River agonizava os torcedores do Boca Juniors eram só alegria. Naquele ano o River Plate só não foi rebaixado porque o sistema da competição não é semelhante do que é convencionalmente usado em outras disputas. Paralelo a classificação atual, xiste um ranking com a média de pontos das equipes nas últimas três temporadas.

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