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·28 de julho de 2025

Há 100 anos nascia Schiaffino, o Mestre da Celeste que calou o Maracanã

Imagem do artigo:Há 100 anos nascia Schiaffino, o Mestre da Celeste que calou o Maracanã

O Uruguai calou mais de 200 mil pessoas no Maracanã em 1950, isso todo mundo sabe. Gigghia se tornou herói por ter vencido Barbosa, outro fato reconhecido mundialmente. Mas o que não é muito falado é que aquela seleção celeste tinha muita qualidade, muito dela devido ao mestre Juan Schiaffino.

Foi-se falado de um time uruguaio violento. Um time que acuou os brasileiros por jogadas duras. Um time que tinha a cabeça erguida, uma confiança em alta. Isso pode, sim, ter sido verdade. Valdir pode ter sido amedrontado por um golpe de um uruguaio. Mas a confiança celeste se dava porque o time tinha muita qualidade. E porque Schiaffino era um craque de mão cheia...


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Início em Montevidéu

Schiaffino nasceu na capital dos uruguaios, Montevidéu, em 25 de julho de 1925. O momento no Uruguai, e no mundo, não era dos mais fáceis. A humanidade tinha passado por uma guerra e logo entraria em outro conflito, dessa vez ainda mais longo.

Schiaffino, apelidado de Pepe, era descendente de italianos e tinha que trabalhar para ajudar a sustentar a família. Trabalhou no comércio e na indústria de Montevidéu.

O futebol conseguia tirar Pepe da dura realidade da cidade. Os jogos nas ruas logo foram levados a outro patamar quando começou a jogar no Peñarol, com 17 anos.

No final da década de 1940, o Peñarol formou um timaço que seria a base da seleção que jogaria a Copa de 1950, com Schiaffino, Roque Máspoli, Obdulio Varela, Alcides Ghiggia, Óscar Míguez e Ernesto Vidal.

O Maracanazo

Schiaffino já era craque quando desembarcou no Brasil em 1950. Campeão uruguaio pelo Peñarol, já havia disputado seis amistosos contra o Brasil antes da Copa (duas vitórias, três derrotas e um empate).

A Celeste Olímpica tinha uma seleção fortíssima. O início de campanha foi com uma enorme goleada sobre a Bolívia, por 8 a 0, dois dos gols de Schiaffino.

O Uruguai, porém, empatou com a Espanha e suou para vencer a Suécia. Para ser campeão do mundo, precisaria vencer o Brasil, com mais de 200 mil pessoas no Maracanã.

O time entrou em campo motivado pelo clima de festa que rondava o Rio de Janeiro. O discurso era de que o Brasil já era o campeão, e os uruguaios entraram em campo para provar que não estava nada decidido.

Nem mesmo após o gol de Friaça. Schiaffino calou o Maracanã com o gol do empate, e Gigghia colocou o último prego no caixão brasileiro com a virada. A Celeste Olímpica era campeã do mundo de novo! Schiaffino ganhou o prêmio como melhor jogador do Mundial.

Nova Copa e ida para a Itália

Schiaffino seguiu mais quatro anos no Peñarol e voltou a ser figura importante para o Uruguai na campanha da Copa de 1954. Com sua técnica e visão de jogo, mas ao mesmo tempo o bom posicionamento em campo e capacidade de marcação, o jogador foi mais uma vez protagonista.

O Uruguai, entretanto, não conseguiu mais um título. Na semifinal, em um jogaço, para muitos "o jogo do século", os uruguaios acabaram eliminados pela Hungria, de Puskás.

Tetracampeão uruguaio, Schiaffino deixou o Peñarol depois da Copa e, em transferência recorde para a época, foi vestir as cores do Milan na Itália.

Schiaffino, mesmo com 30 anos, chegou para dominar o meio-campo rossonero e, logo em sua primeira temporada no futebol italiano, conquistou, com protagonismo, a Serie A. Foi o principal garçom do sueco Gunnar Nordahl.

Apesar de ter perdido o título na temporada seguinte para a Fiorentina, do brasileiro Julinho Botelho, Schiaffino marcou 16 gols em 29 partidas.

O grande desempenho pelo Rossonero fez Schiaffino ser chamado também para jogar na seleção italiana, embora nunca tenha jogado uma Copa pelo país.

O único troféu que faltou na galeria foi da Liga dos Campeões, já que o Milan não conseguiu superar o Real Madrid, de Di Stéfano. Ainda assim, Schiaffino somou três títulos italianos e uma Taça das Cidades com Feiras em Milão antes de se transferir para a Roma, seu último clube. Deixou a Itália como o Deus do Calcio.

Depois de aposentado, ainda teve curtas experiências como treinador tanto no Uruguai quanto no Peñarol. Nos deixou em 13 de novembro de 2002 na sua Montevidéu.

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