PL Brasil
·10 de setembro de 2020
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O Manchester City em 2020/2021 começa a temporada como um dos favoritos para vencer todas as competições que disputa. Contudo, é nítido que a Premier League e, principalmente, a Champions League são os principais focos.
Essas preferências são pautadas na valorização interna do campeonato nacional, um aspecto ressaltado pela própria cultura inglesa e no sonho do título inédito, que cumpriria o projeto de consolidação internacional do clube.
No entanto, essas preferências são muito bem estudadas e Pep Guardiola dificilmente deixa de escalar um time competitivo em alguma frente.
O City fechou a edição passada com uma defesa mais vulnerável em relação à de 2018/2019, sofrendo 12 gols a mais na liga. No intuito de resolver tal problema, Pep tem finalmente mais opções de agora em diante.
O zagueiro espanhol Eríc Garcia, de 19 anos, surgiu bem ao fim do período e se coloca como opção para o lado direito. Apesar disso, o beque espanhol tem menos de um ano de contrato com o clube e já disse publicamente que não irá renovar. Utilizado nas quartas da Champions League, imagina-se que mesmo com tal imbróglio, o atleta deva ser considerado pelo técnico.
Aliás, outra alternativa para a posição é Nathan Aké, que veio do Bournemouth por 45 milhões de euros. Trata-se de um zagueiro canhoto que atingiu bom nível e boa regularidade em sua passagem pelos Cherries.
Aké é um defensor de passe qualificado e leitura defensiva apurada que se habituou a atuar pelo lado esquerdo, como Aymeric Laporte, mas também já jogou pelo lado direito. Enfim, um reforço para um setor carente, negligenciado pelo treinador na temporada anterior.
O jornalista Fred Caldeira, do Esporte Interativo, avaliou que Fernandinho deve voltar ao meio-campo, tendo papel importante nesse enriquecimento do setor defensivo do Manchester City 2020/2021.
“Acredito que Guardiola ainda veja Fernandinho como volante e só irá utilizar o brasileiro na zaga em caso de necessidade. Foi importante na posição durante a longa ausência de Laporte e ajudou também na transição de García, que já parece maduro para ser titular ao lado do francês”, apontou.
Ao mesmo tempo, outro fator que chama atenção é a saída de David Silva. Como suprir a vaga de um dos maiores ídolos do clube – um jogador cerebral, diferenciado atuando entrelinhas e com constante chegada à área? Apesar das diferentes características em relação ao espanhol e entre si, o plantel atual contempla boas possibilidades.
Bernardo Silva, por exemplo, fez uma temporada muito abaixo do esperado, mas tem plenas condições de ocupar o posto. Ele, inclusive, costuma atuar melhor na faixa central do que aberto pelo lado do campo.
Se o camisa 20 é menos passador que David, compensa acrescentando velocidade, melhor desempenho nos momentos de pressão sem bola e mantém boa capacidade criativa. Ilkay Gündogan e Phil Foden são outras das opções.
A chegada do Ferrán Torres é, sem dúvidas, mais uma das atrações do time nesta edição. Habituado a atuar como meia-direita, o jovem espanhol de 20 anos chega por um baixo valor já que o Valencia enfrenta problemas financeiros.
Habilidoso e com boa condução de bola, o destro Torres já se mostrou à vontade para desempenhar como o ponta da profundidade pelo lado de sua perna dominante, porém também pode jogar mais por dentro, visando abrir o corredor e achar o passe nas costas da defesa.
Também disputando essa vaga pela ponta, aberta desde a lesão de Leroy Sané – hoje no Bayern – está Gabriel Jesus. O saldo da temporada passada do brasileiro é muito positivo, conquistando mais sequência atuando pelo lado, onde já disse preferir. Fred Caldeira também comentou sobre o panorama da temporada de Jesus.
“A ausência de Sané abre mais chances para Jesus independentemente das condições físicas de Agüero. Em 2019/2020, com ambos os concorrentes mais no departamento médico que no campo, Gabriel bateu os recordes de jogos e gols na carreira. Será interessante ver se Agüero e Gabriel juntos passará a ser uma opção mais utilizada por Pep”, afirmou.
Outra transferência que desperta curiosidade é a chegada do lateral-direito Yan Couto, negociado junto ao Coritiba por 6 milhões de euros. O brasileiro de 18 anos é tratado como uma joia da posição e espera impressionar nos treinos e pré-temporada para ganhar alguns minutos nas copas.
Em resumo, muita expectativa cerca a temporada 2020/2021 do City, que pode ser “a última dança” de Pep Guardiola em Manchester.
De Bruyne é eleito o melhor do ano por associação de jogadores
VEM:
Yan Couto (Coritiba, não revelado); Pablo Moreno (Juventus, troca); Issa Kaboré (Mechelen, não revelado); Ferrán Torres (Valencia, £24.5m); Nathan Aké (Bournemouth, £41m); Scott Carson (Derby, empréstimo)
VAI:
Félix Correia (Juventus, troca); Thierry Ambrose (Metz, £1.8m); Ko Itakura (Groningen, empréstimo); David Silva (Real Sociedad, free-agent); Leroy Sané (Bayern, £40.9m); Luke Bolton (Dundee United, empréstimo); Fisayo Dele-Bashiru (Sheffield Wednesdey, não revelado); Ernest Agyiri (dispensado); Issa Kaboré (Mechelen, empréstimo); Daniel Arzani (Utrecht, empréstimo); Jack Harrison (Leeds, empréstimo); Nahuel Ferraresi (Moreirense, não revelado); Pedro Porro (Sporting, empréstimo); Claudio Bravo (Bétis, free-agent); Lewis Fiorini (NAC Breda, empréstimo); Lukas Nmecha (Anderlecht, empréstimo); Gavin Bazunu (Rochdale, empréstimo); Yangel Herrera (Granada, empréstimo); Slobodan Tedic (PEC Zwolle, empréstimo); Paolo Fernandes (Castellón, não revelado)
Jogador destaque – Kevin De Bruyne
Após viver a melhor temporada de sua vida e vencer o prêmio de melhor jogador da liga, Kevin de Bruyne é cercado pela expectativa de ainda conseguir aumentar o sarrafo.
O meia belga registrou a impressionante marca de 33 contribuições diretas para gol (13 gols e 20 assistências) em 35 jogos de Premier League. Além disso, igualou o recorde de Thierry Henry de passes para gol numa única temporada.
De Bruyne é talvez quem mais aproveita o jogo posicional do técnico no último terço do campo. O camisa 17 circunda a área buscando espaço para usar seus variados recursos e talvez seja essa a qualidade fundamental em seu jogo: a liberdade.
Analisando os gols que o belga produziu com bola rolando no Campeonato Inglês, é interessante notar que pelo lado esquerdo (três assistências e cinco gols) destaca-se em Kevin de Bruyne seu arremate de média distância, ou seja, uma área menos criativa e mais finalizadora.
Já pelo lado direito (10 assistências e quatro gols), ressalta-se em KDB sua capacidade de infiltração e seus cruzamentos.
Em times endinheirados são poucos os jogadores da base que conseguem se destacar e ter alguma sequência. Aos 20 anos, Phil Foden é um desses talentos raros que nem mesmo uma forte política de reforços consegue oprimir.
O inglês encerrou a sua terceira temporada no clube registrando uma média de 126 minutos para gerar um gol. Aliás, ele também aumentou o número de jogos em relação às duas anteriores, principalmente considerando os jogos como titular.
Já tendo atuado como ponta, meia e até falso nove, Foden é candidato forte para pegar a vaga de David Silva. O jovem, que esbanja qualidade de passe e controle de bola, foi bem quando atuou pela faixa central do meio-campo.
Se o físico ainda mais franzino pode atrapalhar a adaptação num setor de muito contato, a inteligência, visão de jogo e a boa finalização certamente são fatores que dão muita esperança aos Citizens.
Perguntado se Bernardo Silva, mais experiente e maduro, tem muito favoritismo sobre Phil pela vaga de terceiro meio-campista do Manchester City 2020/2021, Fred Caldeira respondeu: “O Bernardo de 2019/2020 não. Depois de ser um dos melhores do mundo em 2018/2019, ele esteve extremamente apagado na edição seguinte. Foden cresceu, atuou em quase 40 jogos e o clube o vê como sucessor de David”.
4-3-3: Ederson; Walker, Laporte, Aké (García), Mendy; Foden (Bernardo), Rodri, De Bruyne; Jesus (Mahrez), Agüero, Sterling. Técnico: Pep Guardiola.