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Trivela

·11 de junho de 2021

Guia da Euro 2020: França

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Este texto faz parte do Guia da Euro 2020.

Como foi o ciclo desde a Copa de 2018

Em sua primeira competição após o Mundial da Rússia, a França teve um complicado grupo na edição de estreia da Liga das Nações, ao lado de Holanda e Alemanha. Apesar de duas vitórias e um empate em quatro jogos, ficou pelo caminho, já que só se classificava uma equipe de cada chave, e os holandeses, igualados na pontuação, avançaram pelo saldo de gols.


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Nas eliminatórias da Euro, a França não teve complicações. Com oito vitórias, um empate e uma derrota em dez jogos, terminou na ponta do Grupo H, que teve Turquia no segundo lugar e Islândia em terceiro, e se classificou sem problemas. Na Liga das Nações 2020/21, cuja fase final acontecerá em outubro, a França seguiu conseguindo bons resultados. Em um grupo com Portugal, Croácia e Suécia, terminou a fase inicial invicta, com cinco vitórias e um empate em seis jogos.

Os franceses deram pontapé inicial às eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 em março e tiveram atuações decepcionantes. Depois do empate com a Ucrânia no primeiro jogo, venceu Cazaquistão e Bósnia e Herzegovina sem convencer. Nos amistosos de preparação para a Euro neste início de junho, duas boas vitórias por 3 a 0 contra País de Gales e Bulgária colocaram os Bleus no ritmo certo para o torneio.

Como joga

Nos últimos anos, a França se caracterizou por jogar sobretudo no 4-2-3-1, mas a extensa lista de opções de Didier Deschamps possibilita outras formações, inclusive já testadas, como o 3-4-1-2. Com a inclusão de Karim Benzema no grupo pela primeira vez em mais de cinco anos, o treinador ganhou ainda mais uma opção de qualidade, testada com sucesso no amistoso contra o País de Gales na semana passada: 4-4-2 em losango. Se no 4-2-3-1 Kanté e Pogba costumam formar a dupla de meias à frente da defesa, no 4-4-2 o volante do Chelsea ocuparia a base do losango, com Pogba e Rabiot nos lados e Griezmann na ponta ofensiva do losango, atrás da dupla de atacantes formada por Benzema e Mbappé.

No 4-2-3-1, durante a fase ofensiva, Pavard costuma fechar um trio de defesa com os dois zagueiros, normalmente Varane e Kimpembe, liberando a subida na esquerda de Lucas Hernández. Kanté é usado mais como guardião à frente da defesa, sem tanta abertura para subir quanto no Chelsea de Tuchel, enquanto Pogba ganha mais liberdade para avançar. Griezmann começa como 10, mas flutua bastante, em diferentes áreas do campo. Na ponta direita, o nome mais regular é Coman, que dá largura, colando perto da linha lateral, com Pavard subindo pouco e mais centralmente quando o momento do jogo permite. O ponta pela esquerda, possivelmente Mbappé, costuma jogar mais para dentro devido às subidas de Hernández, e pode combinar bem com o centroavante.

Independentemente de qual formação escolha, a França, apesar de sua ampla oferta de talentos, pode encontrar dificuldades para quebrar defesas com blocos baixos – especialmente se a tendência de seu jogo nos últimos anos se mantiver. O estilo de jogo sem brilho, com muita preocupação em manter uma estrutura defensiva, por vezes decepciona, mas tem se mostrado eficaz.

O craque

Antoine Griezmann

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A França é talvez a seleção com o maior número de candidatos a craque de sua equipe nesta Eurocopa. Entre Antoine Griezmann, Kylian Mbappé e Karim Benzema, qualquer um poderia tranquilamente ser escolhido como o grande nome dos Bleus. Em nome do status que construiu na seleção francesa ao longo dos últimos anos, vamos de Antoine Griezmann.

O jogador do Barcelona elevou-se a um novo patamar como o grande nome da França na última Eurocopa e, em 2018, foi também um dos principais líderes técnicos na conquista da Copa do Mundo na Rússia. O atacante chega a esta Euro com o protagonismo muito mais dividido, mas segue como referência dentro do grupo, ainda que a nível de clube sua reputação esteja em uma tendência de baixa desde sua transferência para o Barcelona, no qual não conseguiu repetir o sucesso dos tempos de Atlético de Madrid. Posto tudo isso, ele ainda é capaz de desequilibrar e pode potencializar o seu futebol ao formar o trio ofensivo com Benzema e Kylian Mbappé.

O atacante do PSG, por sua vez, merece uma menção honrosa pela prateleira que já ocupa no futebol mundial com apenas 22 anos. Três anos atrás, quando tinha só 19, já deixava para trás qualquer dúvida sobre seu potencial ao se tornar um dos destaques da conquista da Copa do Mundo da França em 2018, com atuação de gala para eliminar a Argentina nas oitavas de final e um gol na decisão diante da Croácia. De lá para cá, o francês apenas se firmou como um dos melhores jogadores do planeta e, no papel, tem tudo para ser um dos grandes nomes desta edição da Eurocopa. Cumprir com as expectativas o catapultaria a um patamar ainda mais elevado.

Bom coadjuvante

Karim Benzema

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Nos últimos três anos, desde a saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid, Karim Benzema subiu de patamar para herdar a posição de craque e referência técnica dos merengues. Após temporadas seguidas de sucesso e protagonismo, não pôde mais ser ignorado por Didier Deschamps, que se sentou para um diálogo com o atacante, resolveu suas diferenças e o convocou novamente para a seleção francesa mais de cinco anos e meio depois de sua última participação com os Bleus.

Em termos de status alcançado no futebol de clubes, Benzema poderia perfeitamente ser o craque da França, mas aqui o colocamos como coadjuvante não só pela grande concorrência no elenco francês, mas também porque o atacante do Real Madrid terá um desafio de transportar sua relevância no clube para a seleção depois de um longo tempo de ausência. No entanto, ao menos em teoria, tem tanta capacidade quanto Griezmann ou Mbappé de ser o grande destaque da França na Eurocopa. Vem de uma temporada de 30 gols e nove assistências em 46 jogos e pode ser a peça final para desencadear o futebol de altíssimo nível que esperamos da equipe de Didier Deschamps.

A promessa

Jules Koundé

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Karim Benzema não foi a única surpresa de última hora de Didier Deschamps na convocação para esta Eurocopa. Jules Koundé, zagueiro do Sevilla, vinha já de pelo menos dois anos de grande nível em La Liga, mas nunca havia sido convocado para a seleção principal, sendo, no entanto, figura de destaque na equipe sub-21. Da mesma geração de Dayot Upamecano, parecia atrás do novo defensor do Bayern de Munique na lista de prioridades de Deschamps, mas tomou seu lugar diante de tendências distintas dos dois nesta segunda metade de temporada.

Revelado pelo Bordeaux, Koundé chegou ao Sevilla em 2019 e teve impacto imediato, se impondo como uma das principais figuras da equipe que venceu a Liga Europa 2019/20 e mantendo seu desenvolvimento na temporada seguinte. Embora seja difícil imaginá-lo tomando o lugar de Varane ou Kimpembe na equipe titular, o novato já mostrou ter nível suficiente para assumir sem problemas o posto caso seja necessário.

O veterano

Hugo Lloris

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O mais velho dos jogadores convocados para a seleção francesa é Steve Mandanda, com 36 anos. Porém, na maior parte do tempo uma opção na reserva dos Bleus, o goleiro do Olympique de Marseille não carrega o mesmo tipo de experiência que Hugo Lloris, titular da posição, capitão e hoje com 34 anos. Por sua idade avançada, mas também por sua presença e liderança em momentos importantes da seleção francesa nos últimos anos, o goleiro do Tottenham é o grande nome deste elenco em termos de experiência. No amistoso passado contra País de Gales, completou 100 partidas como capitão da seleção francesa, com 124 jogos disputados, o que o torna o segundo jogador que mais vestiu a camisa dos Bleus, atrás apenas de Lilian Thuram, com 142.

Técnico

Didier Deschamps

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Didier Deschamps é técnico dos Bleus desde 2012. Assumiu a seleção após um período longo de insucessos, fiascos e problemas internos e conseguiu dar ordem, harmonia e consistência à equipe. É criticado por não tirar o melhor de tantas peças que tem à disposição, focando bastante em um jogo conservador e de estrutura na defesa, mas sempre foi uma figura bem vista e apenas multiplicou sua popularidade com a conquista da Copa do Mundo em 2018.

Deschamps já tinha um importante legado na história do futebol francês ao levantar a Copa do Mundo de 1998 como capitão. Como técnico, 20 anos depois, atingiu o feito também como o comandante da França, o que o colocou em um grupo bastante seleto de personagens a conquistarem a principal competição de futebol do mundo como jogador e treinador, ao lado de Zagallo e Beckenbauer. Agora, quer fazer o mesmo na Eurocopa. Capitão na conquista da Euro 2000, se vencer esta edição como treinador, Deschamps igualaria Berti Vogts, único a vencer a competição como jogador em treinador (em 1972 e 1996, pela Alemanha).

Retrospecto na Eurocopa

Participações: nove (1960, 1984, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012 e 2016) Melhor campanha: campeão (1984 e 2000)

Campeã com Platini, campeã com Zidane, a França disputou todas as Eurocopas desde 1992, mas, antes da final em casa na última edição, havia passado 16 anos sem sequer chegar às semifinais.

O elenco

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