Guia da Copa do Mundo 2022 – Grupo G: Suíça | OneFootball

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Trivela

·17 de novembro de 2022

Guia da Copa do Mundo 2022 – Grupo G: Suíça

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Em um continente que às vezes deixa camisas pesadas para trás (oi, Itália!), a Suíça disputará sua quinta Copa do Mundo consecutiva. É a maior sequência da história do país, fruto de uma geração especial de jogadores que se conheceram nas categorias de base, cresceram juntos e juntos estão há muito tempo. A vitória mais importante que conseguiram foi contra a França nas oitavas de final da Eurocopa, a primeira da seleção em um mata-mata de grandes competições desde 1938. Ainda falta fazer barulho na Copa e é para isso que Xhaka, Shaqiri, Yan Sommer e Seferovic irão ao Catar. O grupo permite sonhar – até porque é quase idêntico ao do Mundial anterior. Terá que vencer Camarões, tentar tirar o que puder do Brasil e provavelmente a decisão ficará novamente para o confronto direto com a Sérvia.


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Como foi o ciclo até a Copa

A seleção suíça não recebeu tanta badalação quanto a belga, mas um grupo de jogadores cresceu sob altas expectativas. Nomes como Haris Seferovic, Granit Xhaka e Ricardo Rodríguez, que foram campeões mundiais sub-17, ou Xherdan Shaqiri e Yan Sommer, vice-campeões europeus sub-21. Se não chegaram a decepcionar em suas participações em grandes competições, também não haviam feito nada demais. Eliminações normais ou até levemente frustrantes nas oitavas de finais de duas Copas do Mundo e uma Eurocopa. Isso até o último campeonato europeu.

Também nas oitavas, Seferovic abriu o placar contra a França, atual campeã do mundo. No começo do segundo tempo, Karim Benzema empatou com um golaço e depois virou o jogo. Paul Pogba ampliou. Parecia um roteiro comum: a Suíça se esforçou, mas no fim seria derrotada por uma seleção superior. Como sempre, nada demais. Mas Seferovic descontou, e Mario Gavnarovic fez o 3 a 3 aos 45 minutos do segundo tempo. A definição ficou para os pênaltis, nos quais Sommer barrou Mbappé.

A caminhada terminou, de maneira honrosa, na fase seguinte, também nos pênaltis, diante da Espanha, mas aquela noite em Bucareste foi exatamente o que se esperava de uma geração talentosa e foi o ponto alto de um excelente ciclo de Copa do Mundo. A Suíça também chegou às semifinais da primeira Liga das Nações, derrotada nos minutos finais por gols de Cristiano Ronaldo no Estádio do Dragão. As outras participações na competição seriam medíocres, mas o gran finale chegaria nas Eliminatórias para a Copa do Mundo.

O classificatório começou antes da Euro 2020, e a Suíça abriu com duas vitórias, contra  Bulgária e Lituânia. Quando foi retomado, a Itália era a campeã europeia e pintava como favorita para levar a vaga direta. Além disso, o técnico Vladimir Petkovic se despediu após sete anos de trabalho. Foi substituído pelo ex-zagueiro da seleção, Murat Yakin. O empate no confronto direto na Basileia não foi ótimo, nem o 0 a 0 em Belfast. Mas a Itália, cansada ou de ressaca, também havia empatado com a Bulgária. Enquanto a campeã europeia disputava a Liga das Nações em outubro, os suíços se recuperaram batendo Irlanda do Norte e Lituânia.

No segundo confronto direto, em Roma, Jorginho mandou pelos ares a chance de classificar a Itália, errando um pênalti nos minutos finais, e as duas seleções chegaram à rodada final empatadas, com vantagem aos italianos no saldo de gols. A Suíça fez a sua parte com louvor e goleou a Bulgária por 4 a 0. A Itália nem conseguiu vencer a Irlanda do Norte fora de casa e caiu para a repescagem, na qual seria eliminada pela Macedônia do Norte.

Nos últimos jogos antes da Copa do Mundo, resta saber se a primeira ou a última impressão é a que fica. A Suíça começou a Liga das Nações perdendo para os três companheiros de grupo e sendo goleada por Portugal. Mas terminou-a ganhando dos três companheiros de grupo, incluindo portugueses e espanhóis, mostrando bom futebol.

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Xherdan Shaqiri e Remo Freuler, da Suíça (Carsten Harz/Getty Images)

Como joga

O esquema com três zagueiros que Vladimir Petkovic usou para ter sucesso na Eurocopa ficou para trás. O novo técnico, Murat Yakin, prefere escalar a Suíça em um mais clássico 4-2-3-1, que tem sua principal força na dupla de volantes formada por Granit Xhaka e Remo Freuler, com liberdade para Shaqiri sair da direita e criar. É um time que se conhece há muito tempo e coletivamente costuma funcionar bem. A defesa é sólida, mas não é o ferrolho do passado que chegou a virar clichê. A principal carência é um atacante mais goleador. Continua precisando demais de Seferovic e torce para Embolo engrenar.

Yan Sommer foi um dos melhores goleiros da Eurocopa e, mesmo com a ascensão de Gregor Kobel no Borussia Dortmund, manterá a titularidade. A ausência de Kevin Mbabu, bom lateral direito que trocou o Wolfsburg pelo Fulham na última janela de transferências e não tem tido tantos minutos em campo, foi surpreendente e deve abrir espaço para Silvan Widmer na lateral direita. Na esquerda, Ricardo Rodríguez é incontestável. Manuel Akanji e Nico Elvedi devem fechar a defesa, com Fabian Schär correndo por fora.

Xhaka e Freuler estão bem entrosados como dupla de volantes. Denis Zakaria é uma opção de qualidade. Uma leve variação seria ter Djibril Sow recuado, em formação mais parecida com o 4-3-3, ou avançado como meia-atacante. Shaqiri geralmente parte da direita para flutuar pelo setor ofensivo. A ponta esquerda é uma vaga mais aberta. Ruben Vargas tem atuado bastante. Esse cenário é mais provável se Yakin der confiança a Embolo no comando de ataque. Se Seferovic jogar, o atacante do Monaco pode continuar no time titular caindo pelos lados. Embolo está em boa forma desde que trocou o Borussia Monchengladbach pelo Monaco, com sete gols em 15 rodadas da Ligue 1.

Time-base: Yann Sommer; Silvan Widmer, Nico Elvedi, Manuel Akanji e Ricardo Rodríguez; Granit Xhaka, Remo Freuler, Xherdan Shaqiri, Djibril Sow e Ruben Vargas (Haris Seferovic); Breel Embolo. Técnico: Murat Yakin.

https://www.youtube.com/watch?v=W4UmiQ_KNvo

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Granit Xhaka: líder e capitão da Suíça (FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images)

Os donos do time

Foi um ciclo de recuperação para Granit Xhaka. Em 2019, ainda com Unai Emery, saiu vaiado de um jogo do Arsenal contra o Crystal Palace, respondeu com palavrões e jogou longe a sua camisa. Aquilo naturalmente não pegou muito bem, e o volante perdeu a braçadeira de capitão. O clima ficou péssimo para ele. Ainda ano passado, admitiu que chegou perto de ser negociado com a Roma de José Mourinho. Mas acabou ficando e hoje em dia é um dos pilares de um Arsenal que começou a temporada voando e lidera a Premier League.

Talvez seja o melhor momento de Xhaka na carreira. O volante de 30 anos teve altos e baixos desde que foi contratado do Borussia Monchengladbach, em 2016, por € 45 milhões, um valor bem alto na época. Nem sempre convenceu, nem sempre o seu jogo, um pouco mais lento e de entradas arriscadas que lhe renderam muitas advertências (73 cartões amarelos e cinco vermelhos em cerca de 270 jogos pelo Arsenal), encaixava com o que a equipe precisava.

Mas agora, além de sua experiência ser importante em um time muito jovem que começa a render frutos com Mikel Arteta, também está em uma excelente forma, até contribuindo no ataque, com três gols e três assistências em 14 rodadas da Premier League. Também houve algumas polêmicas na seleção suíça. Houve resistência quando foi nomeado capitão interino no começo da Liga das Nações depois da Copa do Mundo, na qual comemorou um gol contra a Sérvia fazendo o gesto das águias da bandeira da Albânia, de onde sua família emigrou.

O ex-jogador da seleção, Stéphane Henchoz, chegou a dizer ao jornal Blick que o capitão precisa representar “a Suíça e o time”, e que Xhaka não faz isso porque jogadores como “Sommer, Lichtsteiner e Schär, que representam a Suíça tradicional, poderiam se sentir excluídos” e “que torcedores talvez não conseguissem se identificar com o time”. Ele continuou usando a braçadeira e hoje não há contestação de que é o líder da Suíça.

Quando a Copa do Mundo terminou, Xherdan Shaqiri estava prestes a começar a mais recente grande chance da sua carreira. Havia sido contratado pelo Liverpool, após uma campanha razoável pelo Stoke City. Era clara a intenção de Jürgen Klopp de tê-lo para compor elenco, mas havia um caminho para se tornar uma peça mais importante. Houve um momento em que parecia que isso estava acontecendo. Shaqiri teve uma sequência como titular e decidiu um clássico contra o Manchester United com dois gols.

Mas ele desapareceu no fim daquela temporada, embora tenha feito uma aparição surpresa na incrível goleada por 4 a 0 sobre o Barcelona em Anfield na semifinal da Champions League, quando o Liverpool estava muito desfalcado. Deu até assistência para um dos gols. Entre problemas físicos e falta de intensidade para praticar o estilo de Klopp, foi deixado de lado. Nos dois anos seguintes, ficou cerca de 1.000 minutos em campo com a camisa vermelha.

Saiu para o Lyon, mas nem chegou a fixar residência na França. Em fevereiro, apenas alguns meses depois, decidiu deixar o futebol europeu para trás e acertou com o Chicago Fire, da Major League Soccer. Não tem sido brilhante como jogadores de seu calibre costumam ser quando desembarcam no futebol dos Estados Unidos e a falta de alto nível pode ser uma preocupação à Suíça, que ainda precisa que seu jogador mais talentoso esteja afiado, principalmente no setor de criatividade.

De goleiro, a Suíça está bem servida. Além de ser um dos mais regulares da Bundesliga, Yann Sommer tem um bom retrospecto em grandes competições. Esteve no vice-campeonato europeu de 2011 e assumiu a titularidade de Diego Benaglio a partir da Copa do Mundo de 2014. Na última Eurocopa, foi candidato à Luva de Ouro pelo seu heroísmo, principalmente nas oitavas de final contra a França e depois nas quartas com a Espanha – quando fez oito defesas apenas na prorrogação e ainda pegou um pênalti.

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Noah Okafor, da Suíça (STEFAN WERMUTH/AFP via Getty Images)

As caras novas

Se a Suíça busca mais gols, talvez possa contar com a fábrica de atacantes do Red Bull Salzburg. O elenco suíço tem relativamente poucas caras novas. Três são de goleiros reservas, e a maioria deve ter poucas oportunidades. Mas Noah Okafor é a exceção. Talvez não seja titular, mas é uma opção interessante para sair do banco de reservas. Formado no Basel, está no grande clube austríaco desde 2020 e tem mostrado um faro de gols mais aguçado nesta temporada, com 10 em 21 jogos por todas as competições, três na fase de grupos da Champions League. Deixou sua marca nas três rodadas iniciais, contra Milan, Chelsea e Red Bull Salzburg. Dos mesmo criadores de Erling Haaland, Karim Adeyemi e Patson Daka, prestes a lançar Benjamin Sesko ao mundo, Okafor também tem qualidade para ajudar a Suíça. Fez oito jogos até agora.

Ele deve jogar apenas em emergências, mas vale destacar Gregor Kobel. Parece ter resolvido a busca do Borussia Dortmund que passou muitos anos sentindo saudades de Roman Weidenfeller. Formado pelo Zurique, apareceu ao futebol na Alemanha, defendendo Hoffenheim, Augsburg e Stuttgart antes de chegar ao Signal Iduna Park, em 2021. A lesão recente que o tirou de ação por cerca de um mês foi um problema para o Dortmund, que teve atuações hesitantes do goleiro Alexander Meyer. Na seleção, tem apenas três jogos porque naturalmente sofre com a concorrência de Sommer, mas, nove anos mais jovem, pinta como o futuro do time helvético.

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Murat Yakin, técnico da Suíça (FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images)

O técnico

Não era fácil suceder o valorizado trabalho de Vladimir Petkovic, que classificou a Suíça para todas as cinco grandes competições da sua passagem e marcou seu nome com a campanha na Eurocopa 2020. Ainda está cedo para saber se Murat Yakin conseguirá. Foi jogador de Grasshoppers, Stuttgart, Fenerbahçe e Basel, com uma passagem no máximo razoável pela seleção suíça. Seu único torneio importante foi a Euro 2004, na qual foi titular. Como técnico, teve chance na maioria dos clubes mais tradicionais do seu país, com maior sucesso pelo Basel. Ganhou duas vezes a Superliga suíça. Sua carreira estava em baixa quando foi convocado pela federação. Treinava o Schaffhausen, da segunda divisão, e nem conseguiu o acesso em duas tentativas. O começo nesta grande chance que recebeu tem sido bom. Não era fácil conseguir a classificação direta à Copa do Mundo no mesmo grupo da Itália, mesmo herdando e mantendo a base deixada por Petkovic. Mas terá um teste de fogo na Copa do Mundo.

Geografia do elenco

Se você olhar apenas para o local de nascimento, praticamente todo mundo nasceu na Suíça. Alguns em cidades menores, como Morges ou Aarau, outros em grandes centros urbanos, como os cinco naturais de Zurique. Apenas três jogadores foram à luz no estrangeiro. Mas isso não retrata o mosaico de origens da seleção suíça, especialmente influenciado pela imigração de países próximos, como Alemanha, França e Itália, também dos Balcãs, durante as guerras da Iugoslávia, e da África.

Shaqiri nasceu em Gjilan, na época Iugoslávia, hoje em dia parte do Kosovo. Mas Xhaka é da Basileia, onde sua família de etnia kosovar-albanesa foi parar para escapar da repressão do governo central de Belgrado. O pai de Xhaka, Ragip, passou três anos e meio como preso político depois de participar de manifestações pedindo mais direitos ao Kosovo. Os Shaqiris também fugiram durante a guerra para a Suíça, onde Xherdan cresceu e aprendeu a jogar futebol. Não foi por acaso que ambos comemoram gols contra a Sérvia na Copa 2018 reproduzindo as duas águias negras da bandeira da Albânia, com a qual kosovares compartilham a etnia.

A origem de Seferovic é a Bósnia. Sua família chegou à Suíça ainda nos anos oitenta. Em outras seleções suíças, o contingente com laços com a região seria ainda maior, mas nomes como Josip Drmic, Mario Gavranovic, Valon Behrami e Blerim Dzemalli acabaram ficando para trás no processo de renovação. Mas um dos novatos da seleção, Ardon Jashari, do Lucerna, é mais um que tem ascendência albanesa.

Embora apenas o goleiro Philipp Köhn tenha nascido em outro país europeu, a imigração interna do continente levou o pai espanhol de Ricardo Rodríguez à Suíça, onde se casou com sua mãe chilena. Edmilson Fernandes tem origens portuguesas, e Eray Cömert descende de turcos. De um pouquinho mais longe, no Caribe, a família de Ruben Vargas é da República Dominicana.

Breel Embolo defende a Suíça, mas isso poderia ser diferente, dependendo das curvas da vida. Nasceu em Yaoundé, capital de Camarões. Seus pais se separaram quando era criança, e a mãe se mudou para a França, onde conheceu seu futuro marido, um suíço. Eles, então, se mudaram à Basileia, onde Embolo começou a mostrar sua capacidade pelo Basel. A África também está presente nas histórias de vida das famílias de Noah Okafor e Manuel Akanji, de origem nigeriana, ou de Denis Zakaria, cujo pai é sudanês e a mãe congolesa. E Djibril Sow, ligado a Senegal.

Onde jogam

Pela proximidade cultural, não espanta que muitos suíços tenham mercado na Bundesliga. São sete jogadores que atuam na Alemanha, com destaque para o goleiro Yan Sommer, do Borussia Monchengladbach, que também emprega o defensor Nico Elvedi. O Mainz tem outros dois representantes: Silvan Widmer e Edmilson Fernandes. Djibril Sow (Eintracht Frankfurt), Ruben Vargas (Augsburg) e Gregor Kobel (Borussia Dortmund) também jogam na liga alemã.

Faz tempo que a Premier League é a casa de Granit Xhaka, do Arsenal, e Fabian Schär, do Newcastle, mas a última janela de transferências trouxe outros três nomes da seleção. Remo Freuler trocou a Atalanta pelo Nottingham Forest, que contratou dúzias de reforços, Denis Zakaria buscou mais espaço no Chelsea, e Manuel Akanji topou ser um membro periférico da defesa do Manchester City. Também com cinco está a liga local, que oferece uma mistura de jovens, como Fabian Reider e Ardon Jashari e os mais veteranos Fabian Frei e Renato Steffen.

Áustria, outro país de proximidade cultural e geográfica, França e Itália têm dois jogadores cada na convocação da Suíça, com um de Espanha e outro da Turquia, onde atualmente milita Haris Seferovic. A Major League Soccer também estará presente no time de Murat Yakin, com o craque Xherdan Shaqiri, do Chicago Fire.

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Ottmar Hitzfeld conversa com Shaqiri (CHRISTINE POUJOULAT/AFP via Getty Images)

Um herói em Copas

A Suíça não tem uma vitória em mata-mata de Copa do Mundo desde 1938. Aquela contra a França na Eurocopa, aliás, foi a única nas fases finais de uma grande competição em todo esse período. Não é um histórico do qual emana muito heroísmo, mas pelo menos uma vitória teve essa natureza. A Espanha era a grande favorita em 2010. Havia vencido a Euro anterior com um futebol exuberante e levou à África do Sul um elenco cheio de craques e uma identidade bem definida. A estreia seria contra a Suíça, em Durban, e as coisas não andaram tão bem quanto se esperava. O ferrolho suíço – naquele jogo foi mesmo – conseguiu resistir ao domínio espanhol da posse de bola, e um gol de Gelson Fernandes impediu que a Espanha fosse campeã invicta da Copa do Mundo. Foi uma excelente atuação coletiva e, portanto, o seu idealizador merece ser elogiado.

Ottmar Hitzfeld é um nome importante do futebol suíço. Como jogador, defendeu Basel, Lugano e Lucerna. Conquistou títulos nacionais, foi artilheiro da liga e começou a sua carreira de técnico no país. O brilho mais forte, porém, foi no outro lado da fronteira. Foi campeão europeu por Borussia Dortmund e Bayern de Munique e tem uma coleção vasta de sete salvas de prata da Bundesliga. Antes de se aposentar, assumiu a seleção da Suíça e conseguiu classificação para duas Copas do Mundo consecutivas. Com a da Alemanha, em 2006, estendeu a sequência para três, o que o país não conseguia desde 1934-1950 – em 1954, foi sede. Em 2014, até passou às oitavas de final e fez jogo duro contra a Argentina. Derrota por 1 a 0 na prorrogação. O bastante para considerar que seu trabalho estava feito. Pendurou a prancheta.

Calendário

Suíça x Camarões – 24/11Brasil x Suíça – 28/11Sérvia x Suíça – 02/12

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