Guia da Copa do Mundo 2022 – Grupo A: Holanda (Países Baixos) | OneFootball

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Trivela

·17 de novembro de 2022

Guia da Copa do Mundo 2022 – Grupo A: Holanda (Países Baixos)

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Num texto desta Trivela sobre a seleção da Holanda que disputaria a Copa de 2014 – última participação da Laranja num Mundial -, se falava que ela viajava para o Brasil sabendo que tudo poderia acontecer. Pois bem: o tempo passou, o tempo voou, e a representação dos Países Baixos retorna a uma Copa do Mundo também preparada para todas as possibilidades.


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Algo até natural, tendo em vista as muitas oscilações ocorridas de 2014 até agora. Da ausência vexatória na Euro 2016, involuindo para a ausência esperada na Copa de 2018 (era o fim da geração vice-campeã mundial em 2010 e terceira colocada em 2014), para uma reação entre 2018 e 2019, atrapalhada por um forte solavanco em 2020 – e não só por causa da pandemia, como se verá – e seguida por um 2021 turbulento, só tranquilizado com a vaga para o Catar.

Neste 2022, tendência ascendente na Oranje: vitórias seguras, somente enfrentando adversários que também estarão na Copa, em amistosos ou na Liga das Nações. O que deu um forte espírito coletivo a um time que já tinha bons jogadores. E aumentou um pouco a confiança da torcida. Mas só um pouco: aparentemente tranquilo à primeira vista, o grupo A em que a seleção neerlandesa caiu tem adversários traiçoeiros, principalmente, em Senegal e Equador. E mesmo que o caminho rumo às quartas de final pareça bem acessível se a Holanda encerrar na liderança de sua chave, o histórico de decepções em Copas (e fora delas também) precede qualquer otimismo. Além do mais, embora o nível técnico médio dos jogadores seja bom, destaques como Virgil van Dijk e Memphis Depay vivem fase oscilante. Além do mais, falta à Laranja um craque decisivo, aquele que ganha jogos, como ela já teve em tantas outras Copas.

A impressão inicial é de que a seleção da Holanda está preparada para uma boa campanha na Copa – não exatamente título, a princípio, mas uma boa campanha. Ainda assim, sempre é justificável se manter um pé atrás com ela. Seja uma queda na fase de grupos ou a superação rumo à conquista, ela chega à Copa de 2022 como chegou à de 2014: sabendo que tudo pode acontecer.

Como foi o ciclo até a Copa

Poucas seleções classificadas para a Copa tiveram tantas oscilações em seu ciclo quanto a Holanda. Da edição passada a esta, foram muitas alternâncias. Em 2018, ela começava em baixa, fora da Copa, precisando de uma reformulação após o fim da geração personificada em Wesley Sneijder, Arjen Robben e Robin van Persie. Pelo menos, estava chegando o técnico apontado por muitos então como o ideal para conduzir essa reação: Ronald Koeman. E ele conseguiu fazer isso. Havia uma base de nomes experientes ainda confiáveis, como Daley Blind, Georginio Wijnaldum e Memphis Depay. Somou-se a ela a eclosão de vários jovens – muitos firmados aos olhos públicos no Ajax semifinalista da Champions League em 2018/19, Matthijs de Ligt e Frenkie de Jong (e até o hoje descartado Donny van de Beek) à frente. E a afirmação de nomes que ainda evoluíam – aqui, merece citação Virgil van Dijk, a caminho de se tornar o melhor zagueiro do mundo entre 2018 e 2019.

E a Holanda reagiu de forma elogiável. Na Liga das Nações 2018/19, classificou-se às semifinais, superando um grupo com a Alemanha, sempre arquirrival, e a França, recém-campeã do mundo. No “Final Four” em Portugal, superou a Inglaterra na semifinal, só caindo para os lusos anfitriões, campeões da primeira Nations League. Mesmo assim, o vice-campeonato já era um sinal saudável de recuperação. Consolidado com a campanha segura nas eliminatórias da Euro 2020 – incluindo até vitória sobre a Alemanha, em Dusseldorf -, levando à volta da Laranja aos grandes torneios. Cada vez mais consistente sob Ronald Koeman, a promessa era de um time competitivo, que iria longe na Euro.

Como se sabe, tinha uma pandemia no meio do caminho, que atrasou a Euro para 2021 e quebrou o embalo. Mas não foi só ela que trouxe pedras ao caminho neerlandês. O mais grave obstáculo surgiu a partir de um jogo em que ela nem estava envolvida: o 8 a 2 do Bayern de Munique no Barcelona, nas quartas de final da Champions League daquela atrasada temporada 2019/20. Diante de um baque tão forte, o Barcelona voltou a sondar Ronald Koeman, como já fizera outras vezes. Cortejado pela terceira vez pelo único clube que o balançava, com a Euro adiada, Koeman decidiu realizar o sonho que tinha em sua carreira de treinador: comandar o Barcelona em que tanta história tinha como jogador. E deixou a seleção da Holanda sem pestanejar.

Atordoada, a Holanda tentou refazer o caminho pós-Koeman. Mas a escolha do novo técnico foi contestada desde o início: Frank de Boer, vindo de tantos trabalhos ruins (Internazionale, Crystal Palace, Atlanta United), já chegou sob pressão, para uma vaga que muitos lhe consideravam imerecida. Se quisesse eliminar os olhares desconfiados, De Boer teria de fazer um trabalho tão sólido com a seleção quanto Koeman conseguia. Ou mais. Além disso, lesões atingiam dois dos nomes mais importantes do ciclo: Memphis Depay rompera o ligamento cruzado anterior do joelho no fim de 2019. Sem a Euro, ele voltou sem pressa. Mas quando isso acontecia, Van Dijk é que ficou fora de combate, com outro rompimento de LCA, em outubro de 2020. E de seleção embalada no fim de 2019, a Holanda terminou 2020 abatida. Na Liga das Nações 2020/21, mesmo sem rebaixamento da Liga A, uma campanha sem brilho, perdendo a vaga nos quatro finalistas para a Itália.

O início de 2021 também marcou o início das eliminatórias da Copa de 2022 – nelas, uma derrota para a Turquia logo na primeira rodada fez o sinal amarelo quase avermelhar. Nos amistosos de preparação para a Euro, nada de resultados confiáveis. Quando a própria Euro começou, a Holanda teve até um desempenho seguro no grupo que sediou em Amsterdã, com três vitórias em três jogos. Como os adversários eram Ucrânia, Áustria e Macedônia do Norte, nem esses 100% de aproveitamento aliviou as desconfianças sobre a seleção – e mais particularmente, sobre Frank de Boer. Só nas oitavas de final é que a Euro “começaria” para a Laranja. A República Tcheca (Tchéquia), adversária das oitavas, equilibrou as coisas com força física. A Holanda errou em dois lances capitais daquele jogo: Donyell Malen perdeu grande chance e, logo depois, Matthijs de Ligt foi expulso ao cometer a ingenuidade de colocar a mão na bola. Sem um “plano B” para a inferioridade numérica, a Laranja foi presa fácil para os tchecos, que a eliminaram da Euro, numa surpresa nem tão surpreendente assim. Acontecia o que muitos temiam/desconfiavam com a seleção sob Frank de Boer, que virou uma demissão esperando para acontecer – e aconteceu, só dois dias depois da queda no torneio europeu de seleções.

Com as fases agudas das eliminatórias da Copa à sua espera, a Holanda se via numa encruzilhada. Os jogadores bons estavam lá, mas o técnico teria de ser acima de qualquer suspeita para devolver a seleção à Copa. Com Erik ten Hag, Arne Slot e Peter Bosz empregados então – e sem vontade nenhuma de deixarem seus clubes -, reticente em apostar num treinador estrangeiro, a federação apostou naquele que, talvez, era o único holandês com volúpia e experiência inquestionáveis para pegar aquele touro pelos chifres. Após cinco anos de inatividade, Louis van Gaal se motivou para deixar o aconchego da casa de veraneio em que vive, no Algarve (Portugal), para sua terceira passagem pela Laranja.

Essa passagem começaria com três jogos contra os três principais adversários no grupo da qualificação para a Copa: Noruega, Montenegro e Turquia, todos em setembro de 2021. Já poderia ser um impacto fatal, ou um impulso para colocar a Holanda no rumo do Mundial. Foi a segunda alternativa: com um empate e duas vitórias (uma delas, vistosos 6 a 1 na Turquia), a Laranja se recuperou e recuperou a confiança da torcida. Além do mais, nesses três jogos, a organização tática sob Van Gaal já foi notável. Vitórias adicionais sobre Letônia (1 a 0) e Gibraltar (6 a 0) deram a impressão de que a vaga na Copa não escaparia.

De fato, não escapou. Mas houve ainda um susto marcante: na penúltima rodada, com a adversária direta Noruega ficando no 0 a 0 com a Letônia em casa (sem Erling Haaland), bastaria vencer Montenegro fora de casa para a Laranja garantir a classificação antecipada. E ela fazia por onde, vencendo por 2 a 0. Porém, algumas alterações deixaram a equipe neerlandesa frouxa e lenta além da conta. O castigo foi duro: nos últimos dez minutos, Montenegro buscou o 2 a 2. Voltava a desconfiança: o jogo da última rodada seria confronto direto contra a Noruega, em casa. Se ganhasse, a Holanda estaria na Copa. Se empatasse, também, provavelmente (a Turquia teria de tirar 13 gols de desvantagem no saldo). Mas se perdesse, talvez amargasse a ausência na segunda Copa seguida, com o triunfo visitante e a perspectiva de vitória turca sobre Montenegro, que veio mesmo. Ainda assim, mesmo com nervosismo, a Holanda não sofreu muito na partida. E nos últimos dez minutos, fez o 2 a 0 do alívio nos noruegueses, garantindo o respiro da vaga direta, com a primeira colocação no grupo G.

Conquistado o mais importante, Van Gaal teria tempo para trabalhar. E os frutos vieram em 2022: usando cada data FIFA para treinos e mais treinos, usando os jogos da Liga das Nações para testar os jogadores convocados, o treinador fez a Holanda recuperar a competitividade perdida. Algo já delineado nos bons desempenhos nos amistosos em março – 4 a 2 na Dinamarca, 1 a 1 com a Alemanha. E confirmado na Nations League: novamente semifinalista, invicta no seu grupo (cinco vitórias e um empate), sem derrotas sob Van Gaal (nos 15 jogos desta terceira passagem, 11 vitórias e quatro empates).

De fato, uma gangorra no ciclo. Mas a Holanda chega à Copa com essa gangorra na parte de cima.

Como joga

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Memphis Depay, da Holanda (Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

Durante algum tempo (principalmente sob Ronald Koeman), a Holanda seguiu com o seu 4-3-3 velho de guerra. Porém, desde o êxito do uso de um esquema com três zagueiros na Copa de 2014, o 5-3-2 virou uma opção sempre a rondar os treinadores da Laranja. Opção que foi trazida de volta à baila na Euro, quando Frank de Boer preferiu proteger assim uma defesa que não tinha Virgil van Dijk. E que foi estabelecida de vez com o retorno de Louis van Gaal.

A rigor, Van Gaal já queria escalar a Holanda com cinco zagueiros logo na primeira partida de seu retorno. Contudo, após conversa com o grupo de jogadores, foi dissuadido no primeiro momento: os atletas já estavam acostumados ao 4-3-3, as eliminatórias da Copa eram disputadas sob tensão, e era melhor privilegiar a conquista da vaga a quaisquer mudanças bruscas. Van Gaal aquiesceu – e alfinetou a imprensa: “Ainda dizem que eu sou autoritário…”. Esperou a Holanda chegar ao Mundial e, lugar assegurado, pôde testar o retorno dos três zagueiros. Em que pese a preferência manifesta (e pacífica, bom dizer) de nomes como Van Dijk pela linha de quatro jogadores na defesa, a escolha tem sucesso, até aqui. De certa forma, justificando os motivos pelos quais Van Gaal escolhe o 5-3-2: “O futebol hoje em dia está cada vez mais defensivo”. Explicando: os espaços para atacar estão cada vez menores nos jogos de alto nível, então, o negócio é montar uma defesa forte, e um ataque competente para aproveitar as chances de gol quando vierem.

A escalação da Holanda já começa com uma dúvida: o gol. Após a confusão na Euro (Jasper Cillessen foi cortado após teste positivo para o coronavírus, e o veteraníssimo Maarten Stekelenburg foi o titular no torneio), Van Gaal começou seus trabalhos escalando Justin Bijlow, a conselho de Frans Hoek, seu treinador de goleiros de confiança – Hoek trabalhou com Van Gaal no Ajax e Barcelona, esteve na comissão da Copa de 2014, está de volta agora. Bijlow não se saiu de todo mal, mas lesionado antes da última rodada das eliminatórias, foi cortado – e mesmo antes disso, já causava desconfianças no Feyenoord, por suposta propensão a lesões. Cillessen voltou, reabilitado, e jogou a rodada final. Porém, já andava pelas convocações um nome que nem Van Gaal conhecia a princípio: Mark Flekken, já há algumas temporadas sendo fundamental no gol do Freiburg alemão. Flekken foi testado nos amistosos de 2022 e na Liga das Nações. Paralelamente, Cillessen também teve seu espaço na Nations League.

As últimas rodadas dela ainda trouxeram uma novidade: vindo de atuações seguras no Ajax, outro veterano ganhou chances decisivas na seleção – Remko Pasveer, 39 anos. Tudo isso, sem contar Bijlow, recuperado das lesões que atrapalharam seu caminho. E na convocação final, a surpresa: Cillessen ficou de fora (por razões extracampo, se especula – Van Gaal teria preferido não suportar reclamações que viriam caso Cillessen, considerado temperamental, fosse reserva), Flekken também ficou ausente, e a dupla Bijlow-Pasveer irá para a Copa com Andries Noppert, que vive boa fase no Heerenveen. Diz-se que será Noppert a opção para as decisões por pênaltis, caso necessário.

No miolo da defesa, Van Dijk é obviamente indiscutível. Seus parceiros no trio é que mudaram inesperadamente entre 2021 e 2022: se Matthijs de Ligt e Stefan de Vrij pareciam também inquestionáveis no ano passado, é mais provável que Jurriën Timber, pela direita, e Nathan Aké, pela esquerda, sejam os titulares na estreia contra Senegal. De Ligt perdeu espaço pelas ingenuidades que ainda comete em campo, enquanto Timber, de promessa surgida pouco antes da Euro, se afirma cada vez mais no Ajax, com segurança e calma incomuns e constantes para um zagueiro de 22 anos. De Vrij, mesmo capacitado para ser titular (e admirado por Van Gaal), perdeu espaço por Aké ser nome mais apropriado para jogar na esquerda, canhoto que é.

Pelas laterais, na direita, Denzel Dumfries é mais um inquestionável. Se ainda atraía desconfianças antes da Euro, as atuações ofensivas e velozes do lateral direito no torneio o credenciaram a ocupar uma posição que andava à espera de um titular – coisa que Dumfries virou ainda mais, com a sequência das boas atuações na Internazionale. A lateral esquerda é que tem uma incógnita maior. Daley Blind tem experiência e versatilidade tática valiosas, é muito bom em lançamentos e cruzamentos, mas sua lentidão crescente o torna presa fácil perante adversários mais velozes. Aí, quem sabe, esteja a chance para Tyrell Malacia, aprendendo rapidamente no Manchester United após se consolidar no Feyenoord.

No meio-campo, talvez o nome mais fundamental desta seleção: Frenkie de Jong, que organiza toda a saída de bola, com passes longos ou curtos, além de ditar o ritmo de jogo e ter capacidade notável em desarmes limpos. A partir daí, as opções de Van Gaal é que ditam como será o meio. Se preferir fortalecer a marcação, Marten de Roon (também muito capacitado nos desarmes) é a opção preferencial; caso seja melhor ter mais força ofensiva, valerá a pena apostar em Teun Koopmeiners, muito bom nos chutes e bolas paradas. Como nome mais adiantado, há três possibilidades: Steven Berghuis, Davy Klaassen e até Cody Gakpo. Todos eles experimentados no papel de ponta-de-lança, todos bons finalizadores, todos candidatos a serem titulares.

Na dupla de ataque, Memphis Depay é outro indiscutível. Pelo menos em boa parte das partidas da Holanda, desde 2021, Steven Bergwijn se entrosava com ele à perfeição, formando o chamado “koningskoppel” (“par de reis”, em holandês). Mas a ascensão de Gakpo já aumenta as dúvidas sobre quem seria o parceiro de Depay na frente. Ainda há as alternativas de Wout Weghorst ou Vincent Janssen, caso seja necessário apostar no “abafa”, no “homem de referência”.

Time base: Remko Pasveer (Justin Bijlow); Denzel Dumfries, Jurriën Timber, Virgil van Dijk, Nathan Aké e Daley Blind; Frenkie de Jong, Steven Berghuis (Davy Klaassen) e Teun Koopmeiners; Steven Bergwijn (Cody Gakpo) e Memphis Depay

>>> Confira análise de todas as seleções no canal de YouTube do Rafa Oliveira

Donos do time

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Virgil van Dijk, da Holanda (JOHN THYS/AFP via Getty Images)

Nem precisaria ser assim. Afinal de contas, em que pese o começo hesitante em campo nesta temporada 2022/23, Virgil Van Dijk já não deve mais nada a ninguém no Liverpool: fez valer cada centavo dos 84 milhões de euros pagos pelos Reds ao Southampton, em janeiro de 2018. De lá para cá, um título e duas finais de Champions League, um título mundial de clubes, o fim do jejum de 30 anos sem títulos ingleses (ainda que ganho em meio às limitações que a pandemia trazia), tudo isso teve como destaque o imponente zagueiro, que teve nas antecipações ao adversário a sua grande qualidade – ainda mais esplendorosa em 2018/19.

No entanto, Van Dijk tem um objetivo claro e forte: ir bem nesta Copa. Afinal, começou a jogar pela seleção da Holanda em 2015. Passou a ter sequência como titular em 2017. Nesses dois momentos, a Laranja vivia a fossa abissal das ausências da Euro 2016 e da Copa de 2018. Quando ela voltou à Euro, para disputá-la em 2021, Van Dijk estava fora de combate, pelo rompimento do ligamento cruzado anterior sofrido em outubro de 2020. E agora, enfim, ele chegará ao primeiro torneio importante com a seleção, já aos 31 anos. Pode ser o único. Mas se for, Van Dijk já resumiu o que deseja, à emissora NOS, no ano passado: “Mal posso esperar para liderar este grupo de caras rumo a algo bacana”.

Ainda jovem, e já intocável. Este é Frenkie de Jong para a seleção da Holanda. Basta citar o que a revista Voetbal International fez, no espaço de algumas edições. Em uma, na capa, chamava De Jong de “maestro”; noutra, numa reportagem, o chamava de “coração da Laranja” e o considerava “indispensável”. Não é exagero: ainda que frequente mais o banco do que jogue pelo Barcelona, o volante de 25 anos segue mostrando capacidade notável de ditar o jogo, com passes longos ou curtos, ajudando ainda com desarmes precisos e o controle do ritmo do jogo. As atuações são boas a ponto de até livrar sua cara pelo momento turbulento que o Barcelona vive.

Como se não bastasse, em meio às turbulências que viveu no clube catalão – que o quis vender para abrir espaço e verba a novas contratações, quis reduzir seu salário até forçosamente, sem sucesso em nada disso -, De Jong ganhou ainda mais pontos dentro da Holanda, por ter mantido o profissionalismo, sem brigas públicas com a diretoria barcelonista. O colega de clube Memphis Depay foi sincero: “Tiro o meu chapéu para ele”. Pelo talento mostrado em campo e o comportamento discreto fora dele, De Jong foi dos raríssimos nomes do grupo a ganhar elogios públicos de Van Gaal, sempre econômico nisso – o treinador foi de falar que sua atuação nos 4 a 1 contra a Bélgica (Liga das Nações) foi “inacreditável” a prometer que “manteria um lugar livre para ele” na convocação para a Copa, após lesão (leve) muscular. Compreensível.

Na Copa de 2014, Memphis Depay era a promessa – até cumprida, com boas atuações e dois gols, aos 20 anos. Agora, aos 28, calejado por experiências boas (Lyon) e ruins (Manchester United) na carreira, o atacante chega como a principal esperança de gols da Laranja na volta a uma Copa. Não que seja indiscutível: o bom começo de Memphis em Camp Nou foi seguido por uma queda, desde a chegada de Xavi Hernández para treinar a equipe. Além disso, uma lesão no musculo posterior da coxa o fez perder ritmo na reta final desta primeira metade de temporada 2022/23.

Mas nem a falta de ritmo de jogo no Barcelona tira a impressão de que, vestindo laranja, tudo é diferente. Quando nada, porque Depay foi um dos goleadores gerais das eliminatórias europeias da Copa (12 gols, ao lado de Harry Kane). Além do mais, só na fase de grupos da Liga das Nações, foram três gols em seis jogos. Pouco a pouco, o atacante se aproxima do recorde histórico de gols pela Holanda: são 42 marcados, oito atrás da maior marca, detida por Robin van Persie. Nem mesmo a lesão no músculo posterior da coxa, que o tirou dos campos desde a reta final dos grupos da Liga das Nações, afetou a confiança que Van Gaal tem nele – vale lembrar: foi quem deu a ele a primeira chance na seleção dos Países Baixos, em 2013. E o camisa 10 da Laranja na Copa chega com um ambiente suficientemente amistoso, mesmo sem ritmo de jogo, para tentar ser em 2022 o destaque que ensaiava ser há oito anos.

Caras novas

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Jurrien Timber, da Holanda (Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

“O coração dele bate, por acaso? Ele não treme!” A piada que o ex-jogador e atual comentarista Rafael van der Vaart fez sobre Jurrien Timber, após ótima atuação contra a Polônia de Robert Lewandowski na Liga das Nações, deu bem a noção de como o zagueiro evoluiu. Timber já foi convocado para a Euro em 2021, mas tinha apenas seis meses de titularidade absoluta no Ajax, só começou jogando na estreia contra a Ucrânia… enfim, era uma promessa.

Agora já não é mais assim: titular absoluto na zaga Ajacied, eleito a revelação da temporada 2021/22 na Holanda, cogitado em times de países mais competitivos, Timber mostra exatidão na marcação e capacidade para avançar ao ataque. Tudo isso, com segurança incomum para alguém de sua idade. E um colega de time exprimiu admiração: Virgil van Dijk (“Na idade dele, eu não era tão bom quanto ele”). Se na Euro, sua titularidade foi circunstancial, agora ela parece firme.

Não, Teun Koopmeiners ainda não é um titular absoluto da Holanda. Mas as chances de jogar na seleção, que eram raras (mesmo convocado à Euro, não jogou nenhum minuto), começaram a crescer sob o comando de Louis van Gaal. Tornaram-se mais frequentes tão logo 2022 começou, já que o meio-campo mostrava mais ritmo de jogo do que Georginio Wijnaldum. E foram coroadas com alguns fatos, como o gol marcado contra País de Gales, na Liga das Nações.

Com a lesão na tíbia que tirou as chances de Wijnaldum estar na Copa, aumentaram as chances de Koopmeiners ser titular. Outros fatores aumentam suas chances: a capacidade nas bolas paradas (principalmente em pênaltis); a possibilidade de jogar recuado, como um zagueiro; a facilidade de adaptação – esbanjada na Atalanta, em que virou titular com rapidez. Eis a expectativa que se tem sobre Koopmeiners para os próximos anos: quando e se virar titular da Holanda, será para não sair mais.

No primeiro semestre de 2021, Cody Gakpo já tinha alguma visibilidade no PSV em que nasceu e cresceu futebolisticamente. Convocado para a seleção sub-21 da Holanda (Países Baixos) na fase de grupos da Euro da categoria, deu-se tão bem nela, virando titular e fazendo gols que ajudaram a campanha da Laranja Jovem, que Frank de Boer (ainda treinando a Holanda adulta então) decidiu levá-lo à Euro principal. E foi nela, mais precisamente nos últimos 11 minutos contra a Macedônia do Norte, pela fase de grupos, que Gakpo estreou na Holanda. Diante do que aconteceu e de como ele chega à Copa, pode-se dizer que era só o começo.

Porque o atacante continuou sendo chamado por Van Gaal, fazendo um gol nas eliminatórias da Copa, e mais dois nesta Liga das Nações, até agora. Em 2021/22, se converteu definitivamente no destaque do PSV (só para exemplificar, foram 12 gols em 27 jogos pelo Campeonato Holandês), ostentando até a braçadeira de capitão. Mesmo já cobiçado por clubes de outros países da Europa, preferiu ficar no PSV – e a torcida dos Boeren, que já celebrava tanto o nativo de Eindhoven, transformou-o definitivamente em ídolo. A ascensão que Gakpo vive em sua carreira pode fazer dele a revelação da Holanda na Copa. Jogar bem para isso, ele tem jogado.

Técnico

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O técnico Louis van Gaal (MAURICE VAN STEEN/ANP/AFP via Getty Images)

Há pouco a falar sobre Louis van Gaal que já não tenha sido falado algumas vezes (talvez muitas) nos últimos 30 anos. Trata-se de uma das personalidades mais controversas da história recente do futebol europeu, quiçá do mundial. De um lado, a excessiva autoconfiança – talvez arrogância, mesmo -, a teimosia em alguns momentos da carreira, os vários desafetos que teve; do outro, os títulos por onde passou (de Ajax a Manchester United, passando por Barcelona, AZ e Bayern de Munique) e a inegável competência que tem para formar equipes competitivas. Basta lembrar suas duas passagens pela Holanda, para exemplificar tudo isso. Na primeira, entre 2000 e 2001, o maior trauma de sua carreira: fracassar com a Laranja nas eliminatórias da Copa de 2002. Na segunda, entre 2012 e 2014, o trauma foi superado com uma campanha altamente elogiável na Copa de 2014: o terceiro lugar foi muito além das expectativas para a seleção neerlandesa, num dos melhores trabalhos da longa carreira de Louis.

Trajetória tão marcante já parecia ter seu ponto final após a saída do Manchester United, em 2016, após passagem decepcionante. Desde então, conforme prometera à esposa Truus, Van Gaal vivia tranquilo, se alternando entre a residência de praia que tem no Algarve (balneário português) e o país natal. Até deixava a porta aberta para voltar, mas indicava aqui e ali o fim da carreira como técnico de equipes. Mas a seleção da Holanda estava em apuros, no meio de 2021, após a eliminação da Euro e a demissão de Frank de Boer, criticado desde que chegou. Sem treinadores holandeses plenamente respaldados nem confiança em arriscar num nome estrangeiro, com pouco tempo antes de seguir nas eliminatórias da Copa, a federação dos Países Baixos se rendeu à ideia que chegou a ter após a saída de Ronald Koeman: pedir que Van Gaal voltasse. Foi tentação demais para um técnico que sempre teve o sonho discreto de tornar a Holanda campeã mundial, para eliminar qualquer dúvida sobre sua capacidade. E ele deixou o sossego, convencido pelo desafio de comandar a seleção de seu país, no que será – agora sim – o último trabalho de sua carreira.

Só esta volta para a “última dança” já tornaria Van Gaal um personagem a ser visto na Copa. O desempenho da Holanda sob seu comando só aumenta as expectativas, invicta que está desde o retorno do treinador. E a atenção sobre Louis ficou maior ainda com a razão adicional que foi revelada no começo de abril: desde o fim de 2020, ele lidava com o tratamento contra um câncer na próstata, chegando a passar por sessões secretas de radioterapia enquanto trabalhava com os jogadores na seleção, sem revelar a eles. Isso, mais uma leveza aparentemente maior no trato com os jogadores, fez com que um técnico antes visto com todo o distanciamento possível ganhasse um calor humano incomum para sua imagem pública. Pelo menos, atualmente, Van Gaal vive uma fase mais amena, ainda que rompantes apareçam aqui e ali. O estágio inicial do tratamento do câncer teve sucesso total, pelo que se sabe. Sua passagem curta já deixou frutos, com a vaga na semifinal da Liga das Nações. Agora, antes de ceder o posto para a volta de Ronald Koeman, é ver se a carreira já notável de Alloysius Paulus Maria van Gaal terminará do jeito “inesquecível” como Van Dijk, capitão da seleção, disse que o time deseja se esforçar para que termine.

A geografia do elenco

No fim de 2019, o governo holandês (ou melhor, neerlandês) iniciou uma campanha, vigente principalmente na Europa. O objetivo: tornar “Países Baixos” um nome cada vez mais popular para designar o país, ao contrário de “Holanda”, usado simultaneamente na Europa – e bem mais popular no resto do mundo, o Brasil incluído aí. A motivação se deve ao fato de “Holanda” ser um nome que evoca apenas duas das 12 províncias que formam o país: Holanda do Norte e Holanda do Sul, consideradas as duas províncias mais conhecidas do país – e estender ao país tal nome incomodava outras regiões.

Pelo menos no tocante aos locais de origem dos convocados da Laranja para a Copa do Mundo, tal popularidade de Holanda do Norte/Holanda do Sul se justifica. São nove nascidos na Holanda “nortista” – o que inclui a capital Amsterdã, onde vieram ao mundo nomes como Daley Blind e Steven Bergwijn. E mais oito nativos da Holanda do Sul, incluindo vários titulares/candidatos a titulares. Cidade mais famosa da província meridional, Roterdã inclui três nessa lista: Denzel Dumfries, Justin Bijlow e Tyrell Malacia, todos nascidos na cidade portuária. E ainda há Nathan Aké (vindo de Haia), Matthijs de Ligt (Leidendorp), Stefan de Vrij (Ouderkerk aan den Ijssel, nos arredores de Roterdã)…

Numa nação com tradição tão grande de imigrantes e colonizações (só na América Central, há Aruba, Curaçao e São Martinho/Sint-Maarten, possessões ultramarinas dos Países Baixos) esperar por migrantes e descendentes é até previsível. Esperar por descendentes de Suriname, mais previsível ainda, tal é a vinculação holandesa à nação da América do Sul (geograficamente falando) /América Central (futebolisticamente falando) que só deixou de ser a Guiana Holandesa em 1975. Entre os 26 convocados, há Dumfries, Van Dijk, Malacia, Steven Bergwijn… todos eles com raízes surinamesas. Alguns, com as raízes das árvores genealógicas bem fixadas na América Central. Dumfries é filho de pai de Aruba com mãe surinamesa; Malacia é filho de um curaçalino e uma surinamesa; e assim sucessivamente.

Mas o caso mais notável de descendências e migrações é relacionado à África. Poucas vezes houve tantos holandeses numa Copa com raízes africanas como em 2022. Por exemplo: Jeremie Frimpong tem mãe ganesa. Tão ganesa quanto a nacionalidade de Dennis Depay, pai desse mesmo que você está pensando – aliás, a briga de Memphis com o pai que abandonara a família foi sanada durante a pandemia, ainda que o atacante siga usando o prenome da camisa. Por fim, Cody Gakpo é filho de um togolês com uma holandesa.

Ainda é curioso pensar que o único nativo de outro país foi Luuk de Jong. E ainda assim, por motivo circunstancial: seus pais jogavam vôlei profissionalmente na Suíça. Por isso, e só por isso, é que o atacante nasceu em Aigle, cidade helvética. O único caso, entre os 26 convocados dos Países Baixos.

Onde jogam

Sempre foi a tônica no futebol da Holanda (Países Baixos): demora mais, demora menos, mas as revelações e destaques uma hora vão jogar em campeonatos mais competitivos do que a Eredivisie – e tardam mais a voltar, quanto mais vitoriosa é a carreira. Há muitos exemplos entre os 39 pré-convocados para a Copa, dos quais 22 atuam fora do território neerlandês. Para começo de conversa, Virgil van Dijk só foi plenamente reconhecido no país natal quando já estava na Premier League, ainda nos tempos de Southampton. Memphis Depay deixou o PSV em 2015 e já tem larga vivência Europa afora, de Manchester United a Barcelona, passando pelo Lyon. Apesar dos pesares, Frenkie de Jong já vai para três anos e meio de Barcelona – e se sair de lá, não será para voltar à Holanda (pelo menos, por enquanto). Alguns nomes, embora menos conhecidos, também dão a impressão de que tão cedo não retornarão: Teun Koopmeiners, por exemplo, saiu do AZ e já chegou à Atalanta virando titular absoluto, muito rapidamente. E há Denzel Dumfries, Matthijs de Ligt, Tyrell Malacia… a impressão que há é que os destaques da Laranja que ainda jogam na liga dos Países Baixos só não saíram ainda porque não tiveram tempo.

Convém também mostrar que nem todo talento da Holanda saiu da base do Ajax, embora a fama dela seja justificada (como exemplificam Matthijs de Ligt, Frenkie de Jong, Jurriën Timber, Kenneth Taylor…). E o mais célebre jogador entre os convocados é o símbolo disso. Afinal, Virgil van Dijk não só nunca jogou no Ajax, como nunca passou nem perto de nenhum dos três clubes grandes: desprezado nos testes do NAC Breda, de sua cidade natal, Virgil iniciou sua formação futebolística no Willem II, onde também começou a fase adulta da carreira. Do clube de Tilburg, foi para o Groningen. E já no time alviverde do norte dos Países Baixos, o Celtic prestou atenção nele e levou o zagueiro para a Escócia. Dos Bhoys, Van Dijk foi ao Southampton, e de lá para o Liverpool.

Além do mais, se a base do Ajax é afamada, a do Feyenoord não deixa por menos: dos campos de treinamento do centro de Varkenoord saíram Justin Bijlow, Stefan de Vrij, Tyrell Malacia… oito dos convocados. Vale ainda lembrar a base do Sparta Rotterdam, que lega à Laranja desta Copa do Mundo Denzel Dumfries, Marten de Roon, e até Memphis Depay, que começou a formação como jogador nos Spartanen, antes de terminá-la no PSV (que tem em Cody Gakpo um símbolo intenso de que sua base também pode ser frutífera). De quebra, há até casos de jogadores holandeses que fazem o caminho na base em um clube, mas se tornam conhecidos em um arquirrival. Eis o caso de Steven Bergwijn: contemporâneo de nomes como Matthijs de Ligt nos times infanto-juvenis do Ajax, ele migrou em 2014 para o PSV em que despontaria no ano seguinte, sem escalas.

Finalmente, Bergwijn é um exemplo de como os futebolistas holandeses vão, mas voltam. Nem que seja por choque com a realidade mais competitiva de outros campeonatos, mas voltam. Afinal, ele deixou o PSV no começo de 2020 rumo ao Tottenham, mas nunca chegou a ser absoluto nos Spurs – e retornou ao Ajax, antes da temporada atual começar. Há ainda Daley Blind: nascido e crescido futebolisticamente no Ajax, ele foi ver qual era no Manchester United, não comprometeu (e nem brilhou) nos Diabos Vermelhos, mas voltou em 2018 para se tornar, paulatinamente, o estandarte do Ajax que hoje é. Às vezes, ainda, os jogadores demoram a deixar o país natal, para tomarem mais fôlego (e manter a vaga na seleção, não necessariamente nessa ordem). Foi o que aconteceu com os supracitados Timber e Gakpo: já eram cortejados aqui e ali, mas ouviram conselho de Louis van Gaal para se manterem na Holanda, e se mantiveram.

Sintetizando: os holandeses vão, estão fora em sua maior parte, mas sempre voltam. E agora até demoram mais a sair.

Um herói em Copas

Imagem do artigo:Guia da Copa do Mundo 2022 – Grupo A: Holanda (Países Baixos)

Johnny Rep, da Holanda, marca contra a Argentina na Copa 1974 (STAFF/AFP via Getty Images)

Johan Cruyff, Rob Rensenbrink, Dennis Bergkamp, Patrick Kluivert, Ruud van Nistelrooy, Robin van Persie, Arjen Robben… sobram atacantes de qualidade na história da seleção da Holanda, desde que ela teve o seu “big bang” futebolístico, na Copa de 1974. Muitos deles, protagonistas de cenas inesquecíveis em Mundiais. Contudo, nenhum deles é o maior goleador que a Laranja teve em sua história no torneio. Tal honra cabe a Johnny Rep, sete gols nos 14 jogos que fez em campeonatos do mundo.

Na geração duas vezes vice-campeã mundial na década de 1970, Rep era dos nomes mais carismáticos: um “bon vivant” fora de campo, um nome áspero com colegas dentro dele (após a derrota na final da Copa de 1978, por exemplo, Rep alfinetou suposta falta de brio na decisão: “Não se ganha uma Copa do Mundo com covardes”). De fato, vestindo laranja em Copas, ele fez por merecer o “lugar de fala”: foram quatro gols em 1974 e três em 1978.

Num dos jogos mais marcantes da trajetória dos Países Baixos nos Mundiais – os 2 a 0 no Uruguai, na estreia em 1974, quando o placar ficou muito barato pelo domínio massivo da Holanda -, os dois foram dele. Que, além de ter feito sucesso no Ajax, com precisão na finalização, também deixou marcas principalmente na França, com boas passagens por Bastia e Saint-Étienne. Rep ainda detém, tanto tempo depois, o posto de maior goleador holandês em Copas. Que dificilmente perderá em 2022. A não ser que Memphis Depay, dois gols em 2014, faça mais cinco no Catar. Ou que Daley Blind, um gol em 2014, faça mais seis. Ou que qualquer outro jogador faça sete…

Calendário

Senegal x Holanda, 21/11 – 13hHolanda x Equador, 25/11 – 13hHolanda x Catar, 29/11 – 12h

Todos os convocados

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