Trivela
·20 de outubro de 2020
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·20 de outubro de 2020
Este conteúdo faz parte do Guia da Champions League 2020/21. Clique aqui e veja mais.
É sempre da hora ver os times de Pep Guardiola jogarem e, mais uma vez, as dificuldades para avançar às oitavas de final com o primeiro lugar do grupo serão mínimas. Mesmo em um começo de temporada ainda instável, tem mais poder de fogo, experiência e qualidade do que todos os outros integrantes do grupo. A briga pela segunda vaga, porém, deve ser quente entre o Porto, de volta à competição após ser eliminado pelo Krasnodar ano passado na fase preliminar, e o Olympique Marseille, retornando após seis temporadas afastado. Mas cuidado com o Olympiacos. O time grego provou ser capaz de algumas zebras – especialmente contra ingleses. Corre por fora para ser o segundo colocado.
Porto: 2 (1987 e 2004)
2019/20: terceira fase preliminar (eliminado pelo Krasnodar) 2018/19: quartas de final (eliminado pelo Liverpool) 2017/18: oitavas de final (eliminado pelo Liverpool) 2016/17: oitavas de final (eliminado pela Juventus) 2015/16: fase de grupos
2019/20: quartas de final (eliminado pelo Lyon) 2018/19: quartas de final (eliminado pelo Tottenham) 2017/18: quartas de final (eliminado pelo Liverpool) 2016/17: oitavas de final (eliminado pelo Monaco) 2015/16: semifinal (eliminado pelo Real Madrid)
2019/20: fase de grupos 2018/19: fase de grupos 2017/18: não participou 2016/17: terceira fase preliminar (eliminado pelo Hapoel Be’er Sheva) 2015/16: fase de grupos
2019/20: não participou 2018/19: não participou 2017/18: não participou 2016/17: não participou 2015/16: não participou
Tem que ser brigar pela segunda vaga do grupo. O Porto tem um bom retrospecto de consegui-la. Nas últimas três vezes em que chegou a esta fase, passou ao mata-mata e sempre parou em equipes muito mais poderosas – Liverpool, dois anos consecutivos, e Juventus. É assim que os Dragões têm que abordar a Champions League: tentar ir o mais longe possível, torcendo por um sorteio favorável, e, de vez em quando, aplicar algumas surpresas. Se aplicar umas duas ou três, dá até para ser campeão, como em 2004.
Ganhar o título é a ambição final, mas Pep Guardiola se contentaria com retornar à semifinal, o que não consegue desde que deixou o Bayern de Munique. Não ser eliminado por times como o Lyon, com todo o respeito, também seria interessante para um clube que gasta centenas de milhões de libras por temporada e tem o melhor treinador do mundo.
Realisticamente falando, repetir a temporada passada, em que ganhou um joguinho contra o Estrela Vermelha e, em casa, foi uma dor de cabeça ao Bayern de Munique, que venceu por 3 a 2, e ao Tottenham, que apenas empatou. O grupo não tem um segundo time tão forte desta vez e dá até para sonhar com uma briga pelas oitavas de final, mas o foco deveria ser ficar em terceiro para tentar outra boa campanha na Liga Europa – quando bateu o Arsenal e tirou sangue do Wolverhampton, provando outra vez que pode ser osso duro de roer.
Ter uma experiência melhor do que a última, o que não deve ser um desafio muito grande porque, em 2013/14, foi lanterna do seu grupo com seis derrotas em seis jogos. Os adversários – Borussia Dortmund, Arsenal e Napoli – eram bem mais difíceis. Desta vez, é factível brigar pela segunda vaga com o Porto, embora saia um pouco atrás por não ter muita experiência recente no futebol europeu. Qualidade, porém, o Marseille tem.
O Porto é extremamente forte dentro de casa – e pode até ter torcida. Portugal testou o retorno do público nos jogos da seleção na última data Fifa. Venceu 60 dos 68 jogos como mandante nas últimas quatro temporadas do Campeonato Português e perdeu apenas três. Mesmo na Champions League, é raramente derrotado no Estádio do Dragão, exceto pelas potências, e, mesmo assim, bateu o Bayern de Munique de Guardiola, em 2015.
A defesa. Brincadeira. O maior ponto forte do Manchester City é sua identidade, já muito bem estabelecida no começo do quinto ano sob o comando de Pep Guardiola. Organização no ataque, pontas bem abertos para abrir o campo e paciência na posse de bola para encontrar os espaços. Ainda é um time que consegue atacar com mais qualidade do que a maioria dos outros, embora o sistema defensivo ainda preocupe e pareça um pouco mais frágil do que em anos anteriores.
O Olympiacos recuperou o título grego depois de um longo jejum de dois anos – foi a primeira vez desde 1994-96 que o clube passou tanto tempo sem ser campeão – sendo simplesmente o melhor time do campeonato. Terminou invicto a primeira fase, com 20 vitórias e seis empates, e assegurou o caneco rapidamente no hexagonal final, com oito triunfos, um empate e a única derrota no campeonato. Teve um ataque muito melhor que o dos adversários e sofreu apenas 16 gols em 36 partidas. Ganhou todos os jogos como mandante, menos dois, e ficou invicto como visitante. O equilíbrio do time também se mostrou presente quando mais brilhou nas competições europeias, capaz de defender com qualidade e castigar no contra-ataque.
É uma pena que o Olympique Marseille não terá o Vélodrome na sua plenitude para o retorno à Champions League, mas ainda o terá, com público limitado, como tem sido desde a começo da temporada na França. O estádio não terá um clima tão eletrizante quanto pode ter, mas ainda abrigará uma das torcidas mais apaixonadas da Europa.
O Porto já teve mais talento à disposição, mas, há três temporadas, desde que passou a ser usado após uma passagem por empréstimo pelo Vitória de Guimarães, Moussa Marega é responsável por boa parte dos gols dos Dragões. Três temporadas com pelo menos dois dígitos e duas acima de 20. A última foi a mais tímida, com 15, considerando todas as competições.
Se o coração de um time é o meio-campo, o coração do meio-campo do Manchester City é Kevin de Bruyne. Tudo passa pelos pés do belga, que igualou o recorde de assistências em uma única edição da Premier League na temporada passada e mostrou que, aos 29 anos e recuperado de lesões, ainda consegue comer a bola como em seus melhores momentos.
Foram 23 assistências e nove gols em sua primeira temporada pelo Olympiacos. Números excelentes para qualquer um, ainda mais para um ponta esquerda de 1,67 metros e 36 anos. O que pode ter ficado para trás em potência física ainda é compensado com muita precisão, especialmente na bola parada.
Uma personalidade polêmica – ou, em português claro, ser meio doidinho da cabeça – pode ter afastado Dimitri Payet dos grandes clubes da Europa. Mas ele sempre teve bola para estar em um deles. Desde que retornou ao Olympique Marseille, como fazia no West Ham, é o dono do time e uma ameaça constante com passes açucarados e chutes venenosos.
São 37 anos de vida, quase 20 de carreira e 15 disputando a Champions League. Títulos? Três. Quantas finais disputou? Uma. Poucos jogadores no mundo tem mais experiência na competição do que Pepe, prestes a entrar no seleto grupo com mais de 100 jogos – falta um. E ainda está em plena atividade. Atuou os 90 minutos dos quatro jogos do Porto nesta temporada.
A experiência está pouco a pouco deixando o City. Vincent Kompany foi embora, depois David Silva. Mas Fernandinho segue como um importante pilar para o desenvolvimento de um time muito jovem. Desde 2006, um ano depois de chegar ao Shakhtar Donetsk, disputou a Champions League todos os anos. São 89 jogos pela competição, sem nunca chegar a uma final.
E não apenas pelo Bayern de Munique, ein? Antes de acertar com os bávaros, Rafinha disputou 15 partidas de Champions League pelo Schalke 04. Foi parte essencial daquele time que chegou às semifinais em 2007/08. Depois, foi pouco a pouco sendo mais utilizado pelo Bayern. Na campanha da Tríplice Coroa, em 2012/13, jogou apenas duas vezes. No total, porém, tem 67 aparições na competição europeia.
Konstantinos Mitroglou vence Steve Mandanda nos critérios de desempate. Ambos têm 41 jogos, mas o atacante grego jogou mais vezes nas fases preliminares. Com 47 partidas no total, tem a responsabilidade, ao lado do goleiro, de passar experiência a um clube que não joga a competição desde 2013/14. Foram sete temporadas pelo Olympiacos, cinco chegando à fase de grupos, e duas pelo Benfica. Sabe o que falta? Fazer gols. Ele tem apenas 16 no currículo.
Meio que por eliminação. Felipe Anderson não fez uma temporada especialmente boa pelo West Ham, que se concentrou em tentar aliviar a folha de pagamento e, na ausência de compradores, aceitou emprestá-lo ao Porto. Em um mercado tímido por causa da pandemia, ele é o que tem mais potencial para realmente fazer a diferença aos Dragões.
O foco do Manchester City foi a defesa, com Nathan Até e Rúben Dias, mas Ferrán Torres foi o brinquedo novo mais empolgante que Guardiola ganhou na janela. Tem velocidade e qualidade de passe, sabe atuar pelos lados e também pelo meio. Não tem as mesmas características que Leroy Sané, a quem teoricamente substitui, mas sobra potencial.
Não fez grandes investimentos, como a maioria dos clubes do mundo, mas Yann M’Vila foi uma boa sacada. Chegou sem custos, após dois anos bem sólidos pelo Saint-Étienne. O volante francês de 30 anos também teve passagens pelo Rubin Kazan, Sunderland, Internazionale e Rennes, pelo qual começou carreira.
Cuisance, para ser perfeitamente sincero, ainda não jogou muito. Tem 39 partidas pelo Borussia Monchengladbach, o suficiente para ser contratado pelo Bayern de Munique. Teve pouco espaço na fenomenal campanha da temporada passada e foi emprestado para ganhar experiência no Olympique Marseille.