Guia da CAN 2022 – Grupo A: Camarões, Burkina Faso, Cabo Verde e Etiópia | OneFootball

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·09 de janeiro de 2022

Guia da CAN 2022 – Grupo A: Camarões, Burkina Faso, Cabo Verde e Etiópia

Imagem do artigo:Guia da CAN 2022 – Grupo A: Camarões, Burkina Faso, Cabo Verde e Etiópia

As atenções se concentram em Camarões, jogando dentro de casa e com um time que, se não é o mais brilhante de sua história, tem bons protagonistas e vem em alta pela classificação sobre a Costa do Marfim nas Eliminatórias. Cabo Verde e Burkina Faso são dois times que gostam de aprontar, porém. Já a Etiópia possui um time concentrado na liga local e corre por fora, mas com um futebol relativamente técnico.

Camarões

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Histórico na CAN

Camarões se coloca entre as grandes forças históricas da Copa Africana de Nações, não sem motivos. Os Leões Indomáveis ainda demoraram a se firmar na competição, com apenas duas aparições nas primeiras 12 edições. A partir dos anos 1980, se tornaram um adversário temível, levando as duas primeiras taças em 1984 e 1988, com a geração que também daria frutos em Copas do Mundo, liderada por Roger Milla. Outro momento de destaque veio com o bicampeonato em 2000 e 2002, na eclosão de Samuel Eto’o e companhia. Já na última década, os camaroneses até se ausentaram da CAN em 2012 e 2013, mas contaram com uma dose de pragmatismo para superar as expectativas e selar o penta em 2017.


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Como vem nos últimos meses

Mesmo com a classificação de antemão por ser país-sede, Camarões jogou o qualificatório da CAN para se manter em atividade. Sofreu apenas uma derrota neste caminho, na visita a Cabo Verde, embora o desempenho da equipe tenha chamado realmente a atenção a partir das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Os Leões Indomáveis superaram o maior desafio entre os classificados, numa chave em que tinham a concorrência da Costa do Marfim, além de Moçambique e Malaui. Os camaroneses venceram cinco dos seis jogos, incluindo uma grande atuação no triunfo decisivo sobre os marfinenses na rodada final. O momento é de confiança.

As principais figuras do time

Camarões pode não ter uma equipe tão badalada como em outros tempos, mas há lideranças claras em diferentes setores. No gol, André Onana se prova em ótima forma mesmo depois da suspensão por doping e faz jus ao histórico de grandes goleiros do país. A zaga conta com a experiência de Michael Ngadeu, do Gent, um dos capitães e remanescente do último título continental. O esteio no meio-campo é André-Frank Zambo Anguissa, que vem em ótima fase com o Napoli e se coloca como principal jogador do time no momento. Já na frente, o histórico de Vincent Aboubakar merece respeito, por seu estrelato na CAN 2017, atualmente defendendo o Al-Nassr. Ainda assim, voando no Lyon, Karl Toko Ekambi é quem merece mais cuidados, usado na ponta direita. Também há a presença de Eric Maxim Choupo-Moting no elenco.

Jogadores que podem fazer seus nomes

A linha defensiva é o setor de Camarões com menos medalhões. Quem pode chamar atenção é Jérôme Onguéné, zagueiro de 24 anos que ganha sequência com o Red Bull Salzburg e disputa a posição com Harold Moukoudi, outro jovem de 24 anos, que figura no Saint-Étienne. Fechando o meio, Martin Hongla ajuda a dar sustentação ao time, enquanto ascende no Verona. E, sem tanto reconhecimento, Nicolas Moumi Ngmaleu pode ser importante pelo lado esquerdo, depois de anos a fio participando dos sucessos do Young Boys. Vale mencionar ainda Christian Bassogog, que, aos 26 anos, não é tão conhecido do público por atuar na China desde 2017, mas foi um nome fundamental na conquista da última CAN.

O treinador

Camarões começou o ciclo posterior à Copa de 2018 sob as ordens de Clarence Seedorf. Os resultados foram péssimos e, em 2019, os Leões Indomáveis apostariam em Toni Conceição. Desde então, o desempenho do time claramente melhorou, com um técnico experiente e que aplica um futebol intenso. Aos 60 anos, o lusitano possui uma carreira bastante rodada, que inclui principalmente trabalhos em clubes médios de seu país e no leste europeu. O ápice que o referendou à seleção aconteceu com o Cluj, levando o título romeno em duas passagens distintas. Curiosamente, este é seu primeiro trabalho em uma equipe nacional.

Burkina Faso

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Histórico na CAN

Até 1994, Burkina Faso disputou a Copa Africana apenas uma vez. Depois disso, a seleção se firmou como uma figurinha carimbada no torneio, se ausentando de apenas três das últimas 13 edições. E os Garanhões registraram alguns bons resultados, com três aparições nas semifinais, incluindo o vice de 2013 em final perdida contra a Nigéria. Jonathan Pitroipa ainda foi eleito o craque daquela competição. A ausência em 2019, entretanto, faz que muitos dos destaques recentes nunca tenham jogado uma CAN.

Como vem nos últimos meses

Burkina Faso se classificou para a Copa Africana com uma campanha invicta, com três vitórias em chave que tinha Malaui e Uganda como as principais ameaças. Os Garanhões repetiram a pontuação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, o que não foi suficiente num grupo contra a favorita Argélia. Pelo menos, a equipe conseguiu dois empates contra os argelinos, incluindo o duro 2 a 2 na rodada final, em que ameaçaram a classificação das Raposas do Deserto mesmo fora de casa.

As principais figuras do time

Aos 26 anos, Bertrand Traoré é a referência técnica da seleção de Burkina Faso e também o jogador com mais rodagem na seleção atual. O ponta soma 60 partidas pela equipe nacional em 11 anos de convocações, embora o adolescente não tenha disputado a CAN de 2013. Fez uma boa temporada com o Aston Villa em 2020/21, mas perdeu espaço na atual Premier League. Já a defesa conta com a revelação de Edmond Tapsoba. Aos 22 anos, o beque é um dos principais jogadores do Bayer Leverkusen e se coloca como uma liderança para muitos anos com os Garanhões. A questão é que está entre os jogadores que deram positivo para o coronavírus e deve se ausentar durante a fase de grupos.

Jogadores que podem ascender

Burkina Faso conta com um candidato à Luva de Ouro da Copa Africana. Hervé Koffi é o dono da posição e, com 25 anos, já disputou 38 partidas pela seleção. Ganha tarimba no futebol belga, onde é o titular do Charleroi. Na lateral direita, Issa Kaboré tem 20 anos e pertence ao Manchester City, embora esteja emprestado ao Troyes. Já um nome para ficar de olho na frente é Abdoul Tapsoba. O atacante de 20 anos costuma ser reserva do Standard de Liège, mas estourou recentemente nas Eliminatórias. São quatro gols em seis partidas pela seleção, incluindo um contra a Argélia.

O treinador

Desde 2019 no comando da equipe nacional, Kamou Malo possui uma carreira reconhecida no futebol local. O ex-meio-campista fez seu nome em clubes de Ouagadougou e também concentrou seus trabalhos como técnico na liga nacional. O ápice aconteceu com o Kadiogo, duas vezes campeão nacional. Foi o que o credenciou para dirigir a seleção no atual ciclo, substituindo o português Paulo Duarte. Paralelamente, ainda trabalhava como delegado de polícia no país. Desde 2007 a seleção burquinense não contava com um treinador nascido no país.

Cabo Verde

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Histórico na CAN

Cabo Verde é uma novidade recente da Copa Africana. As duas participações anteriores ocorreram em 2013 e 2015. Os Tubarões Azuis aprontaram, principalmente na estreia. A equipe tirou Camarões nas Eliminatórias e, durante a fase de grupos, superou Marrocos e Angola para se classificar. Os cabo-verdianos pararam nas quartas, contra Gana. Já na segunda aparição, sucumbiram no Grupo B, mas ficaram invictos – com três empates diante de Tunísia, RD Congo e Zâmbia.

Como vem nos últimos meses

Cabo Verde se encontrou com Camarões nas eliminatórias da Copa Africana e não perdeu. Arrancou um empate na visita aos Leões Indomáveis e selou a classificação com a vitória por 3 a 1 em Praia. Já nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, os Tubarões Azuis ficaram pelo caminho, mas ensaiaram uma surpresa. Na rodada final, os cabo-verdianos precisavam vencer a Nigéria fora de casa para avançar e pressionaram muito, mas o empate por 1 a 1 se tornou insuficiente. De qualquer forma, é uma equipe que gosta de surpreender e novamente tem potencial para isso, com forte contra-ataque.

As principais figuras do time

A confiança na seleção de Cabo Verde começa pelo gol, onde o goleiro Vozinha é um ídolo nacional. Aos 35 anos, o camisa 1 disputou as duas edições anteriores da CAN e continua rendendo em bom nível, enquanto concilia sua carreira no AEL Limassol, do Chipre. Outras figurinhas carimbadas são o zagueiro Stopira, com mais de 300 jogos pelo Fehérvár na Hungria. O ataque é liderado por Ryan Mendes, dono da braçadeira de capitão e com um currículo extenso em clubes tradicionais, atualmente no futebol dos Emirados Árabes. Garry Rodrigues já viveu bons momentos no Galatasaray, mas no momento o ponta é pouco aproveitado pelo Olympiacos. O lamento fica pelo corte de última hora do atacante Djaniny, que brilha no Trabzonspor líder do Campeonato Turco, mas sofreu uma lesão muscular e foi cortado.

Jogadores que podem ascender

Com uma média de idade elevada, Cabo Verde não reúne tantas promessas assim. A primeira chance de disputar a CAN deve ser valiosa a Jamiro Monteiro, mesmo aos 28 anos. O meio-campista se destaca no Philadelphia Union e já foi campeão da MLS. Pelos Tubarões Azuis, disputou apenas 16 jogos, mas permaneceu como titular nas Eliminatórias. O jovem com maior potencial é Kenny Rocha Santos, volante de 22 anos, que fez uma excelente Ligue 2 com o Nancy e tenta se firmar no Oostende, da Bélgica. Já o nome que mais chama atenção é o de Roberto Lopes, zagueiro de 29 anos nascido na Irlanda, mas filho de pai cabo-verdiano. Sua primeira convocação aconteceu em 2019, após ser contatado pelo técnico Rui Águias no LinkedIn. O beque é ídolo do Shamrock Rovers e foi muito bem nas Eliminatórias.

O treinador

A seleção de Cabo Verde é dirigida por Bubista, uma figura de relevo em seu passado. Nos tempos de defensor, o cabo-verdiano disputou 28 partidas com os Tubarões Azuis entre 1991 e 2005, numa época em que se tornou o jogador com mais aparições pela equipe nacional até então. Como treinador, seus principais trabalhos ocorreram nos próprios clubes da liga local, com o título nacional e também conquistas na base. O convite para dirigir a seleção veio em 2020, substituindo o português Rui Águas.

Etiópia

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Histórico na CAN

Etiópia é uma potência dos primórdios da Copa Africana de Nações, como uma das seleções que ajudou a fundar o torneio. Foram sete participações nas sete primeiras edições, com o ápice graças ao título faturado em 1962. Porém, com o passar das décadas, as aparições se tornaram mais raras. Os Walia IIbex vão para sua quarta edição desde 1972 e, quando jogaram em 2013, na classificação mais recente antes da atual, encerraram um jejum de 31 anos longe do torneio. A mera presença já conta muito.

Como vem nos últimos meses

A Etiópia caiu num grupo aberto nas eliminatórias para a Copa Africana. A Costa do Marfim era favorita, mas havia equilíbrio pela segunda vaga, especialmente com Madagascar. A vitória sobre os marfinenses em Bahir Dar ajudou muito, assim como o atropelamento no confronto direto com os malgaxes, que encaminhou a vaga. Só que os Walia Ibex foram mero figurantes nas Eliminatórias para a Copa. Venceram só um jogo, num grupo duro com Gana, África do Sul e Zimbábue.

As principais figuras do time

A Etiópia conta com alguns nomes bastante representativos em sua história. O meia Shimelis Bekele é o atleta com mais partidas pelos Walia Ibex e maestro da equipe. Remanescente da CAN 2013, é um dos únicos dois atletas a jogar no exterior – defende o Gouna, no Campeonato Egípcio. Foi dele o gol na vitória sobre a Costa do Marfim nas eliminatórias do torneio continental. Outro veterano ainda decisivo é Getaneh Kebede, maior artilheiro dos Walia Ibex em todos os tempos. O atacante possui 32 gols pelo país, nove deles anotados desde outubro de 2020. Fez em jogos recentes contra Gana, África do Sul e Costa do Marfim. Outro a disputar a CAN 2013, passou pelo futebol sul-africano, mas atualmente joga no Campeonato Etíope pelo Wolkite City.

Jogadores que podem ascender

A principal esperança da Etiópia é o atacante Abubeker Nassir, de 21 anos. O garoto foi artilheiro do Campeonato Etíope, vestindo a camisa do Ethiopian Coffee, e é o dono da ponta esquerda na seleção. Foi mais um destaque nas Eliminatórias. Outro jovem que costuma aparecer no ataque é Amanuel Gerbremichael. O ponta direita também teve papel importante no atual ciclo e, às vésperas da CAN, brilhou com dois gols em vitória no amistoso contra o Sudão.

O treinador

Com uma seleção concentrada na liga local, a Etiópia costuma confiar nos próprios técnicos do país. É o que acontece com Wubetu Abate, no cargo desde 2020. o comandante dirigiu diversos clubes da liga nacional e também trabalhou no vizinho Sudão. Em suas credenciais, possui o título do Campeonato Etíope e, dentro de campo, consegue aplicar um jogo de toques rápidos.

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