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·25 de junho de 2020
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Existe um ditado que diz “de médico e louco, todo mundo tem um pouco”. Dorados Sinaloa teve os dois. Primeiro chegou o louco. Logo em seguida chegou o médico. A coluna Papo Azteca dessa semana conta sobre a dupla Loco Abreu e Guardiola, que atuaram juntos no clube mexicano de Los Dorados.
Após seis anos frustrados no La Coruña, repleto de empréstimos, inclusive para alguns times mexicanos como Estudiantes Tecos (onde foi vice-artilheiro no Apertura 1999 e artilheiro do Clausura 2000), América e Cruz Azul, um atacante desembarcou no México. Em 24 de junho de 2005, chegava ao clube de Los Dorados o uruguaio, Washington Sebastián Abreu, conhecido como Loco Abreu, aos 29 anos. O jogador chegou pelo valor de 400 mil euros, após uma boa passagem pelo Nacional do Uruguai.
Do outro lado, o cirúrgico e cerebral meio-campista espanhol Josep Guardiola I Sala, mais conhecido como Pep Guardiola. Ele teve seu auge como jogador no Barcelona, da Espanha, onde foi campeão da Champions League na temporada 1991/1992. Dessa forma, ele chegou ao México em 1 de janeiro de 2006, com 35 anos, vindo do Al-Ahli, do Qatar, pelo valor de 700 mil euros.
Decidir jogar no futebol mexicano pegou muitos de surpresa, já que o espanhol havia feito uma boa temporada no Qatar e estava estabilizado. Mas o pedido do amigo e treinador do Dorados, na época Juanma Lilo, pesou. Porém, as lesões impediram que Guardiola tivesse sequência na Liga MX. Ao todo, o espanhol defendeu o Dorados apenas em 10 partidas, marcando um único gol, que foi na vitória por 4 x 2 frente ao Jaguares de Chiapas. Assim, o tento aconteceu em uma cobrança de falta do lado esquerdo do ataque. A bola cruzou toda a área, até parar no fundo das redes. Esse jogo foi válido pela 16ª rodada do Clausura, no dia 22 de abril de 2006
Atuaram poucas vezes juntos e também não foram capazes de impedir o rebaixamento do Dorados Sinaloa. O torneio contava com um regulamento muito confuso, baseado no sistema Apertura/Clausura, levando em conta anos anteriores. O time caiu com quatro vitórias, 10 empates e apenas três derrotas, sendo a equipe que menos foi derrotada. Além de ter terminado o torneio em 14º colocado, com 18 pontos – dois a mais que Pumas e San Luis, os dois primeiros times fora da zona de rebaixamento -.
A partida do rebaixamento foi diante do Pumas, no dia 29 de abril de 2006. Assim, Dorados precisava vencer, mas empatou em 0 x 0 em casa. No entanto, com a vitória do San Luis por 2 x 1, foi decretado o descenso da equipe de Culiacán.
Durante o período em que trabalharam juntos, os dois tiveram um excelente relacionamento. Assim, Guardiola começava ali sua caminhada como treinador, já que passou a maior parte de sua passagem no Dorados lesionado. Ele e Lilo passavam horas discutindo sobre esquema tático, desempenho de atletas e formas de propor o jogo. Loco Abreu sempre ficava atento a esses diálogos, onde aprendeu muito com o espanhol, além de levar algumas broncas.
Uma delas, a mais famosa, é chamada de “lenda”: durante um treino, o uruguaio resolveu tirar sarro de Guardiola. Dessa maneira, ele acabou fazendo piadas da sua idade e do seu nariz. Como resposta, foi retrucado com um “Quando ganhar uma Champions, algumas ligas e uma Olimpíada, me avise”…
Indiretamente, ele foi o primeiro possível atleta a ser comandado por Guardiola. Loco deixou o Dorados em 1 de julho de 2006, indo para o Monterrey. Hoje, aos 43 anos, ele ainda atua como jogador no Boston River, clube da primeira divisão do Uruguai. Pep Guardiola anunciou sua aposentadoria como jogador profissional no Dorados ao fim do ano de 2006. Em 2007, ele assumiu o time B do Barcelona como treinador.
Em 2015, Pep gravou um depoimento para o documentário sobre o uruguaio Loco Abreu, chamado “A Ló Loco”. Além disso, o colombiano Falcão Garcia, atualmente no Galatasaray, também gravou participação. Eles atuaram juntos no River Plate, da Argentina. A direção do documentário é de Javier Serradilla.
Foto destaque: Reprodução/ESPN