Grêmio x Palmeiras, uma rivalidade histórica | OneFootball

Grêmio x Palmeiras, uma rivalidade histórica | OneFootball

Icon: FNV Sports

FNV Sports

·28 de fevereiro de 2021

Grêmio x Palmeiras, uma rivalidade histórica

Imagem do artigo:Grêmio x Palmeiras, uma rivalidade histórica

Grêmio x Palmeiras farão, neste domingo (28), um confronto inédito e muito esperado na decisão da Copa do Brasil de 2020. Isso porque as equipes vão se enfrentar em uma final pela primeira vez na história. No entanto, isso não significa que a disputa deixará de ser emocionante e com rivalidade de sobra. Afinal, gremistas e palmeirenses já se enfrentaram em partidas memoráveis e protagonizaram batalhas inesquecíveis em mata-matas, principalmente na década de 1990. Por isso o torcedor pode preparar o coração para assistir a mais um capítulo imperdível deste confronto entre dois gigantes do futebol nacional.

Como tudo começou

Os primeiros confrontos de Grêmio e Palmeiras em duelos eliminatórios aconteceram nos anos 1960, na época com ampla superioridade do Verdão. Aliás, foi uma equipe inesquecível da “Academia do Futebol”, que contava com nomes talentosos como Valdir de Morais, Djalma Dias, Djalma Santos, Julinho, Ademir da Guia e outros. Assim, foram três confrontos pela Taça Brasil (atual Brasileirão) em que o Palmeiras levou a melhor em todos. A última partida foi em 1967, quando o Porco se sagrou campeão.


Vídeos OneFootball


De lá pra cá muita bola rolou e, no retrospecto geral, o time paulista leva vantagem na briga. Isso porque o Palmeiras tem 41 vitórias, contra 21 do Grêmio e 37 empates. Mas quando o assunto é mata-mata o enredo muda e o time gaúcho está na frente, com sete classificações contra cinco do Porcão. E, neste domingo, mais um capítulo dessa batalha emocionante será travado entre as quatro linhas. Esta final da Copa do Brasil será o 13º duelo eliminatório entre as duas equipes.

Grêmio x Palmeiras: a rivalidade mais marcante dos anos 90

Os atuais finalistas da Copa do Brasil colecionam confrontos em jogos eliminatórios, mas nada se compara aos duelos da década de 1990, o auge da rivalidade entre as equipes. Qual torcedor com mais de 30 anos não tem guardado na memória a disputa da Libertadores de 1995, ou o Brasileirão de 1996, a Copa do Brasil de 1993 e outras partidas históricas? Eram brigas épicas, marcadas por jogadores habilidosos, gols que eram verdadeiras pinturas, reviravoltas nos placares e nervos à flor da pele, a ponto de alguns jogos terminarem em pancadaria. Sim, torcedor, era uma guerra épica digna das telonas. Por isso, que tal relembrar os principais encontros entre os times?

Os principais jogos

Para começar em 1990, nas quartas de finais do Brasileirão, o Grêmio terminou classificado. Porém, antes desse resultado se confirmar, cerca de 22 mil torcedores assistiram, no antigo Palestra Itália, o início da era de ouro de “pelejas” entre Grêmio x Palmeiras. Naquele novembro, o Verdão venceu o Tricolor por 1 x 0 no jogo de ida, com Careca Bianchesi, que converteu pênalti já no final da partida. Já na volta, no antigo Olímpico, Vílson marcou de cabeça e abriu o placar para os donos da casa logo no início do jogo. E no segundo tempo, Nílson marcou o segundo no rebote de Veloso e fez o gol da classificação tricolor.

Depois disso, outro combate digno dos anais do futebol aconteceu em 1993, nas quartas de final da Copa do Brasil. Mais uma vez tivemos o Grêmio classificado. O Palmeiras, na época comandado por Luxemburgo, recebeu o Tricolor no jogo de ida, no Pacaembu. Edmundo abriu o placar no rebote do goleiro Eduardo, mas no final do primeiro tempo Gilson deixou tudo igual. Assim a decisão ficou para a partida de volta, no Rio Grande do Sul, que teve um fato curioso: dias antes o Grêmio foi ao Japão e perdeu dois amistosos. Mas, dentro de campo, o placar foi o mesmo da ida: 1 x 1. Tonhão marcou para os palmeirenses, mas Charles empatou. Então, na decisão por pênaltis o Tricolor levou a melhor e venceu por 7 x 6, com duas defesas do goleiro Eduardo Heuser.

A Libertadores de 1995

Contudo, apesar de serem muitos jogos memoráveis, nada vai superar as quartas de final da Libertadores de 1995. A história acaba com Grêmio classificado mais uma vez. Porém, não é o resultado final, mas os embates entre os planteis que marcam até hoje o coração do torcedor apaixonado. Isso porque as partidas marcaram o ápice da rivalidade entre palmeirenses e tricolores. Dessa forma, os jogos de ida e volta foram marcados por muita emoção, goleadas históricas e até pancadaria entre atletas. Afinal, no jogo de ida, no Olímpico, Rivaldo e Válber, pelo Palmeiras, e Dinho, pelo Grêmio, foram expulsos com menos de 30 minutos de jogo. E para botar mais lenha na fogueira, Válber e Dinho, ao saírem de campo, se encontraram atrás de um dos gols e trocaram socos e pontapés.

Mas, falemos sobre o que rolou no gramado. Após 14 minutos de jogo paralisado pela confusão, o Grêmio de Felipão emplacou chocolate no Porco de 5 x 0. Os gols foram marcados por Arce, Arílson e Jardel (três vezes). Bom, pela lógica, com esta goleada, os tricolores ficaram com gostinho de vaga garantida na semifinal. Certo? Não. Graças aos deuses do futebol ainda tinha muita emoção guardada. Assim, na partida de volta, Jardel abriu o placar com oito minutos. E aí meus amigos, a parte no mínimo fabulosa começou, quando o Palmeiras conseguiu uma virada não menos do que inesquecível e histórica. Isso porque, venceu por 5 x 1, com gols de Cafu (duas vezes), Amaral, Paulo Isidoro e Mancuso. E só não fez mais um gol porque o goleiro Danrlei impediu. Dessa forma, o Palmeiras estava desclassificado, mas foi aplaudido de pé por sua torcida após esse jogo inacreditável.

O fator Renato Gaúcho

Sim, vai ser mais uma partida emocionante, cheia de provocações, polêmicas, rivalidades e emoção de sobra para o torcedor. Os jogadores que se preparem. E os cardíacos também. Porém, meus queridos palmeirenses e gremistas, além do duelo entre os atletas dentro das quatro linhas, ainda tem um fator curioso e irreverente que fica no banco Tricolor. Sim, estamos falando dele: Renato Gaúcho. Ele é mais do que um técnico, quase uma lenda para os gaúchos. Contudo, aqui não vamos falar sobre o Renato ex-jogador, mas sim do senhor Portaluppi técnico. Afinal de contas, o Grêmio conta com sua sorte em mata-matas para triunfar mais uma vez.

Marcas invejáveis

Ok, vamos explicar. O comandante ostenta um desempenho invejável de 76,7% de vitórias em confrontos eliminatórios. Desde sua chegada ao clube gaúcho em setembro de 2016, Renato encarou 43 partidas deste tipo, venceu 33 e perdeu 10. E, se não bastasse, o Palmeiras é a terceira equipe que Renato mais vezes eliminou desde 2016: foram duas vezes. A primeira delas pelas quartas de final da Copa do Brasil, em 2016, e a outra nas quartas de final da Libertadores de 2019.

Além disso, considerando finais, o técnico só perdeu o título em duas ocasiões. A primeira para o Real Madrid, no Mundial de 2017. Enquanto a outra derrota foi para o Caxias, na final do primeiro turno do Gauchão de 2020. Ainda, considerando os resultados partida a partida nos mata-matas, o rendimento de Renato atinge 65,4%. Afinal foram 80 jogos no total, com 46 vitórias, 19 empates e 15 derrotas. Outro aspecto interessante é que sob o comando de Portaluppi, o Grêmio não sofreu gols em 44 jogos eliminatórios (55%). Então, no total, são oito títulos do comandante Tricolor: uma Copa do Brasil (2016), uma Libertadores (2017), uma Recopa Sul-Americana (2018), uma Recopa Gaúcha (2019), três Campeonatos Gaúchos (2018, 2019 e 2020) e o segundo turno do estadual de 2020.

Grêmio x Palmeiras, a batalha de 2021

O mais recente capítulo dessa disputa entre Grêmio x Palmeiras está prestes a começar. De um lado a habilidade e experiência de Diego Souza, temperado com a ajuda de Alisson, Jean Pyerre e Pepê. E como não falar do zagueiro Kannemann, que comanda a defesa gaúcha? Mas, do outro lado, temos a raça e a habilidade de Matias Viña, Gustavo Gómez, Marcos Rocha, que fecham a defesa palmeirense e ajudam o paredão Weverton. Ainda, a ginga de Luiz Adriano e a criatividade de Ronyrústico”. Isso só para citar alguns dos nomes que irão protagonizar este capítulo.

Favoritos? Sinceramente em 2020 não se tem. Só o que se pode ter certeza é que será mais uma partida inesquecível para o coração do torcedor e mais um duelo para entrar para a história do futebol brasileiro. Que venham os gols, as brigas, os dribles, as jogadas ensaiadas, a beleza e sutileza do futebol mais bonito e disputado do mundo: o brasileiro. Sejam bem-vindos, meus amigos, à final da Copa do Brasil 2020. E obrigada aos deuses do futebol por serem um pouquinho brasileiros (e latinos) e nos propiciarem mais esse jogo fantástico. E que comece o “Game of Thrones” versão Brasil na Arena e no Allianz Park.

Foto destaque: reprodução/Lucas Figueiredo / CBF

Saiba mais sobre o veículo