Grêmio joga fora três gols, vira uma paçoca tática e escancara que não entendeu nada sobre Série B

JB Filho Repórter

·20 de maio de 2022

Grêmio joga fora três gols, vira uma paçoca tática e escancara que não entendeu nada sobre Série B

Olha, é difícil conseguir explicar o que tá acontecendo com o Grêmio. O time parece ter entrado em uma areia movediça que deixa todo mundo lento, sem força e algumas rotações abaixo do que deveria para se impor e conseguir vitórias. Seja contra Cruzeiro, Ituano e agora contra o Criciúma, em casa. São três resultados ruins seguidos.
Mesmo que o goleiro deles tenha ido bem dessa vez, tá meio claro que não é um bom jogo de futebol. E olha que eu nem tô entre os que acham que esse ano precisa de bom desempenho. Não, em Série B tu tem é que subir, tem que estar entre os quatro. Azar se não jogar bem. Só que nem isso tá acontecendo.
O Grêmio consegue ser o sexto colocado e tem chance de terminar a rodada a quatro pontos da zona de classificação. É inacreditável.
Um dos motivos disso tudo é que Roger não consegue encontrar um time ideal. Isso tá sendo jogado na cara de todo mundo, os fatos mostram que ele tá mudando sem parar. Primeiro veio a mudança com Gabriel Silva. Desta vez, Elkeson apareceu como solução. E a real é que nenhum dos dois conseguiu isso.
Mas a partida poderia ter sido salva pelos atacantes. Diego Souza perdeu um gol difícil de acreditar. Sozinho com o goleiro, teve tempo de ajeitar o corpo, e ele explode a bola no goleiro deles.
Depois, o Bitello também recebeu uma bola que era só chutar forte e o cara me recua pro goleiro deles.
Pra fechar, já no segundo tempo, o Elias consegue errar uma cabeçada onde estava livre, leve, solto. Era escolher o canto e salvar um jogo ruim, mas que pelo menos seria de vitória.
Sim, foram três chances pra ir pro Inacreditável Futebol Clube. Daquelas dos melhores (ou piores) momentos da partida.
Aponto isso para contextualizar que, sim, Roger tem suas muitas responsabilidades. Sim, o time tá muito estranho taticamente. É verdade, o esporte praticado pelo time gremista é muito diferente de um futebol bem jogado. Tudo isso é real, só que apesar de tudo isso, dava pra bater o Criciúma. Era só um dos três acertar a goleira.

Lucas Uebel/Grêmio

Mas vamos lá, Roger colocou Elkeson e Diego Souza no ataque. E mais uma vez não deu certa a modificação. O Elkeson fez pouco ou quase nada. Nem para perder os gols que o Diego Souza perdeu, ele apareceu.
E o segundo tempo conseguiu ser ainda pior. Roger foi colocando em campo Campaz, Gabriel Silva, Elias e até o Fernando Henrique foi resgatado. O time ficou muito, mas muito estranho. Como diria Fabiano Baldasso: “uma paçoca tática”. Se já estava difícil ganhar, com as mudanças do Roger, ficou ainda mais difícil.
Tem coisas que a gente custa a entender. O time perdendo, Rodrigues é substituído pelo Sarará e sai a passos de formiga do campo. Ficou óbvio que o Rodrigues não curtiu sair. E isso até seria do jogo. Agora, um cara que não consegue entender que precisa sair correndo porque tá empatando em casa e prefere fazer beicinho, é porque não entendeu o espírito da coisa. Isso é de uma insensibilidade gigantesca do momento. E, pra mim, é um tapa na choque de realidade, indicando que muita gente não entendeu ainda onde o clube tá.
Essa é a hora difícil de falar em individualidade. Porque pelo terceiro jogo seguido, praticamente todo mundo foi mal. Um Geromel da vida que se salvou. E olha lá. A questão é que se toda a turma tá indo mal, a responsabilidade vai pro professor. E tá na hora da gente olhar pro professor Roger Machado.
Ah, uma última, eu não tenho nem coragem de falar nada pra torcida. Foram 10 mil na Arena. E é difícil não entender as constantes vaias que tão acontecendo. E olha que eu sou chato pra caramba com vaia. Vaiar não ajuda em nada. Nada mesmo. Mas dá pra perceber que o time tá irritando.