Grêmio consegue vitória importante nos tribunais, mas ainda terá que pagar R$ 30 milhões pelo Pepê
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O Grêmio venceu o Foz do Iguaçu na Câmara de Disputas da CBF. Em resumo, o Foz fez uma baita confusão e a diretoria gremista teve que enfrentar um processo para provar que tinha razão.
A história começa lá atrás, na época da venda do Pepê para o Porto. Um pouco antes do negócio fechar, o Foz enviou um documento para o Grêmio dizendo que tinha vendido uma fatia da sua parte pelos direitos do Pepê e que o valor da venda que eles tinham direito (30% deles), deveria ser enviado diretamente para estes empresários parceiros. Nesse documento, constava, inclusive, que essa era uma decisão de carácter irrevogável.
Tão logo o negócio estava por ser assinado, outro papel foi enviado do Foz para o Grêmio indicando que o pagamento não deveria mais ser feito a nenhum agente e, sim, ao próprio clube diretamente, sem passar por estes “parceiros”. Ou seja, um documento anulava o outro.
Quando a venda aconteceu, a direção gremista sabia que deveria enviar os mais de R$ 30 milhões pela parte deles na venda do Pepê e isso nunca foi negado. O problema é que existiam duas documentações conflitantes. Uma dizia para pagar os investidores e a segunda para pagar o próprio clube formador (que é o correto pela FIFA. Na teoria, não pode pagar investidor).
Sabendo que, dependendo quem pagasse, a outra parte poderia reclamar e gerar uma demanda judicial, a direção gremista não pagou ninguém e disse que precisava de um esclarecimento.
Na real, o Grêmio pagou R$ 6 milhões ao Foz pela parte que ainda era deles (e comissão de empresários). Essa parte não tinha discussão, pois não passaria por nenhum investidor. Só que o Grêmio, então comandado pelo presidente Romildo, disse que não tinha como saber se depositaria os R$ 26 milhões restantes para um lado ou outro.
Resultado? O presidente do Foz foi para a CBF, entrou nas rádios de Porto Alegre fazendo duras críticas ao CEO Carlos Amodeo e tudo mais.
Bom, na Câmara de Disputas da CBF, a avaliação é que o Grêmio estava correto. Como tinha um primeiro documento, em carácter irrevogável, dizendo para pagar os investidores, a CBF acaba de definir que a dívida é com eles. Não há nenhum pagamento que precisará ser feito ao Foz. A parte deles, os R$ 6 milhões, já foi depositada.
É fundamental dizer que o total de R$ 30 milhões ainda será pago. Não teve nenhum “perdão” ou “anulação”. Além dos R$ 6 milhões do Foz, o Grêmio terá que mandar mais R$ 26 milhões restantes, que correspondem aos 30% do Pepê. Só que agora se sabe que é para os investidores e não para o clube do Paraná.
Uma situação importante é que já existe um acerto com os estes investidores para que o pagamento seja feito, parceladamente, mediante o fluxo de caixa gremista.
A decisão é comemorada no bastidor. Afinal, a CBF mostrou que a direção gremista agiu certo ao aguardar para saber quem pagar. Eu cheguei a ouvir de dirigentes que, imagina se o Grêmio paga o Foz e agora a CBF diz que o pagamento deveria ser para os investidores? Olha a confusão que daria.
Como punição pelo que fez, o Foz está proibido de inscrever jogadores no BID pelos próximos 6 meses. E ainda terá que pagar os R$ 400 mil que o Grêmio gastou com advogados.
Ah, o presidente do Foz, sr. Arif Osman, está respondendo um processo judicial pelo que falou do Carlos Amodeo, hoje CEO do Vasco. E essa nova decisão será anexada no processo contra ele.