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·29 de abril de 2025
Goleiros do Brasil em Copas: de 1998 a 2022 – Parte 3 (final)

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·29 de abril de 2025
Nesta terceira e última parte da nossa série especial pelo Dia do Goleiro, celebrado em 26 de abril, o Jogada10 apresenta os arqueiros que representaram a Seleção Brasileira nas Copas do Mundo entre 1998 e 2022.
Esse período marca o auge da carreira de Taffarel, a afirmação de Dida e Júlio César, além da transição para nomes da nova geração, como Alisson e Ederson.
Taffarel (Atlético-MG) Carlos Germano (Vasco) Dida (Cruzeiro)
Taffarel foi titular em sua terceira e última Copa. Carlos Germano e Dida, os reservas – Divulgação / CAM, Divulgação / CRVG e Divulgação / CEC
Taffarel, na época goleiro do Atlético Mineiro, foi titular em sua terceira e última Copa do Mundo, com atuação destacadíssima, principalmente na semifinal, sendo o herói nos pênaltis que levaram o Brasil à final (perdida para a França por 3 a 0). Carlos Germano, em sua única Copa, e Dida, em sua primeira de três participações em Mundiais, foram seus reservas.
Carlos Germano construiu a maior parte de sua vitoriosa carreira no Vasco. Revelado pelas categorias de base do clube, subiu aos profissionais em 1990 e logo assumiu a titularidade, desbancando Acácio, então goleiro reserva da Seleção Brasileira na Copa do Mundo daquele ano. Permaneceu no Cruz-Maltino até 1999, encerrando sua trajetória com a camisa vascaína após 479 partidas e diversos títulos, entre eles o Campeonato Brasileiro de 1997.
Após deixar o Vasco, defendeu alguns clubes brasileiros, como Santos e Botafogo, mas sem o mesmo destaque. Encerrou a carreira no Penafiel, de Portugal, em 2005. Pela Seleção Brasileira, atuou em apenas 9 partidas.
Depois da aposentadoria, tornou-se treinador de goleiros, com uma longa passagem pelo próprio Vasco. Hoje, Carlos Germano tem 54 anos.
Marcos (Palmeiras) Dida (Corinthians) Rogério Ceni (São Paulo)
Marcos foi o titular da campanha do Penta com grandes atuações. Dida, pela segunda Copa foi reserva. Ceni foi convocado para a Copa pela primeira vez . Divulgação / CBF
Um dos heróis do penta com atuações notáveis. Assim pode se definri a performance de Marcos na Copa-2002. Muitos especialistas detacam ele, Rivaldo e Ronaldo Fenômeno como os maiores jogadores do Brasil na conquista do quinto mundial. Dida, em sua segunda Copa, foi reserva, assim como Rogério Ceni, em sua primeira de duas Copas.
Marcos teve uma carreira marcada pela superação. Defendeu o Lençoense e o Corinthians, ainda nas categorias de base, mas foi no Palmeiras que construiu uma trajetória sólida entre 1992 e 2011. Amargou a reserva por muito tempo, mas uma lesão de Velloso lhe deu a oportunidade de assumir a titularidade. Em 1999, teve uma temporada espetacular, sendo o grande protagonista do título da Libertadores.
A boa fase o levou à Seleção Brasileira. Após um período como reserva de Dida, conquistou a vaga de titular e fez uma Copa do Mundo fantástica em 2002. No entanto, essa foi sua única participação em Mundiais. Aliás, Marcos disputou apenas 29 partidas pela seleção.
No Verdão, único clube que defendeu profissionalmente, foram 533 jogos e diversos títulos relevantes. Atualmente, é empresário, com algumas pequenas empresas, e aparece ocasionalmente em programas esportivos. Tem 51 anos.
Dida (Milan/ITA) Rogério Ceni (São Paulo) Júlio César (Inter de Milão)
Após duas Copas como reserva, Dida, enfim ganhou a chancede ser titular. Rogério cenim, em sua segunda Copa. foi reserva a tuou poucos minutos. Julio Cesar, por sdua vez, esteve na primeira de suas três Copas.
Goleiro de qualidade excepcional, Dida foi destaque em todos os times que defendeu. Começou no Vitória, onde surpreendeu com atuações notáveis e ajudou o time a alcançar um incrível vice-campeonato brasileiro. Com seu talento, foi logo contratado pelo Cruzeiro, onde atuou de 1992 a 1999 com muito sucesso, conquistando diversos títulos, incluindo uma Libertadores.
Sempre presença constante na Seleção Brasileira, Dida iniciou como titular nas Eliminatórias para a Copa de 2002, mas acabou perdendo a posição para Marcos. No entanto, durante o ciclo para a Copa de 2006, foi o titular absoluto e, na época, era considerado o melhor goleiro do mundo. Defendia o Milan, onde viria a conquistar duas Champions League e um Mundial de Clubes.
Após deixar o clube italiano em 2007, defendeu Corinthians, Portuguesa, Grêmio e Internacional — sempre com boas atuações e títulos. Pela Seleção, atuou até a Copa de 2006 e somou 92 partidas. Encerrou a carreira em 2015, no Internacional.
Tímido e de poucas palavras, hoje aparece ocasionalmente em jogos festivos e, vez ou outra, em programas de TV. Tem 51 anos.
Este paranaense começou no Sinop e, ainda júnior, teve a chance de defender a equipe principal, sendo campeão estadual em 1990. Depois, chegou ao São Paulo para integrar a equipe de base e, a partir de 1993, começou a atuar no time profissional. Defendeu o clube até 2014, com 1.247 partidas — um recorde mundial de jogos por um mesmo jogador em um único clube.
Ótimo cobrador de pênaltis e faltas, marcou 131 gols, sendo o goleiro com mais gols na história do futebol. Não por acaso, é considerado não apenas o maior goleiro do São Paulo, mas também o maior jogador que já vestiu a camisa do clube.
Além disso, conquistou três Campeonatos Paulistas, três Brasileiros (em um deles foi o goleiro com a menor média de gols sofridos da história), duas Libertadores e dois Mundiais. Pela Seleção Brasileira, teve poucas oportunidades, já que foi reserva de Marcos e Dida, mas participou de duas Copas do Mundo: 2002 e 2006. Fez parte do elenco campeão mundial em 2002, mesmo sem entrar em campo.
Encerrou a carreira em 2015 e iniciou uma trajetória de sucesso como técnico, conquistando inclusive um Campeonato Brasileiro, em 2020, pelo Flamengo. Atualmente, tem 52 anos.
Júlio César (Inter de Milão/ITA) Gomes (Tottenham/ING) Doni (Roma/ITA)
Júlio Cesar, Gomes e Doni, os goleiros que defenderam o Brasil na Copa de 2010 – Wikimedia Commons
Júlio César, em sua segunda Copa, vivia o auge da carreira, tendo sido campeão da Champions League pela Inter de Milão e citado como o melhor goleiro do mundo. Não por acaso, foi titular da Seleção em Copas do Mundo pela primeira vez. Doni e Gomes ficaram no banco de reservas.
Gomes teve uma carreira breve no Brasil. Revelado pela base do Cruzeiro, entre 2002 e 2004 fez temporadas incríveis, culminando com a campanha do título brasileiro de 2003. Em 2004, foi negociado com o PSV, onde brilhou intensamente — o que o levou, em 2008, ao Tottenham. Foi goleiro dos Spurs entre 2008 e 2014, vivendo sua melhor fase.
Sem espaço no clube, seguiu para o Watford, onde jogou até 2019 e se tornou um dos maiores ídolos da equipe. Voltou ao Brasil em 2021 para encerrar a carreira no Democrata de Sete Lagoas. Tem 44 anos.
Doni começou no gol do Botafogo-SP em 2001. Seu destaque chamou a atenção do Corinthians, que o contratou ainda naquele mesmo ano. O goleiro permaneceu no Timão até 2003 e, após rápidas passagens por Santos, Cruzeiro e Juventude, fechou contrato com a Roma — onde, aí sim, viveu seu auge. Foram seis anos no clube italiano, entre 2005 e 2011.
O Liverpool demonstrou interesse em tê-lo como opção no banco, e Doni aceitou, ficando por uma temporada, embora tenha jogado muito pouco. Em 2013, voltou ao Brasil para atuar pelo Botafogo-SP e encerrar a carreira no clube que o revelou. Após deixar o futebol, tornou-se empresário e atualmente vive na Flórida.
Júlio César (Toronto FC/CAN) Jefferson (Botafogo) Victor (Atlético-MG)
Julio Cesar mais uma vez foi o titular. Jefferson e Victor, na única Copa em que foram convocados, os reservas. Fotos: Wikimedia Commons- Marcello Casal Jr/ABr; Rafael Ribeiro/ CBF; Pedro Souza/ Atlético MG
Júlio César mais uma vez foi titular da Seleção em uma Copa. Viveu grandes momentos, como a atuação excelente contra o Chile, levando a Seleção à semifinal. Mas também carrega o fato de ser o goleiro da histórica goleada de 7 a 1 que a Alemanha impôs na semifinal. Jefferson e Victor foram reservas.
Júlio César, mais uma vez, foi titular da Seleção em uma Copa. Viveu grandes momentos, como a excelente atuação contra o Chile, ajudando a levar a Seleção às quartas de final. Mas também carrega o peso de ter sido o goleiro na histórica goleada que a Alemanha impôs na semifinal. Jefferson e Victor foram os reservas naquela campanha.
Júlio César teve uma carreira de grande sucesso. Com 17 anos, já se destacava no Flamengo, embora tenha passado alguns anos como reserva de Clemer. No clube carioca, atuou de 1997 a 2005, somando 298 jogos. Retornou em 2018, quando disputou duas partidas do Campeonato Carioca e encerrou oficialmente a carreira.
Em 2005, transferiu-se para a Inter de Milão, onde permaneceu até 2012 e disputou 300 partidas. Foi eleito o melhor goleiro do mundo em 2010. Pela equipe italiana, conquistou cinco Campeonatos Italianos, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes.
Após sair da Inter, não teve o mesmo sucesso nos ingleses do Queens Park Rangers. Para não perder ritmo antes da Copa de 2014, atuou pelo Toronto FC. A participação naquele Mundial foi seu último período na Seleção Brasileira. Ao todo, disputou 87 partidas pela Seleção, com as conquistas da Copa América de 2004 e duas edições da Copa das Confederações.
Após deixar a Seleção, transferiu-se para o Benfica, onde voltou a se destacar, conquistando três Campeonatos Portugueses. Optou por encerrar a carreira ao perceber que seria reserva de Ederson. Fechou um breve contrato de despedida com o Flamengo, encerrando uma das carreiras mais vitoriosas de um goleiro no clube do coração.
Atualmente, atua como empresário de atletas.
O goleiro iniciou a carreira no Cruzeiro, onde atuou de 2000 a 2005, geralmente como reserva. Por isso, nesse período, foi emprestado a alguns clubes, com destaque para o Botafogo-SP. Entre 2005 e 2008, jogou no futebol turco, defendendo o Trabzonspor e o Konyaspor.
Desembarcou no Botafogo em 2009, onde viveu um casamento perfeito com o clube. Tornou-se um dos grandes ídolos da torcida e permaneceu no Glorioso até 2018, quando encerrou a carreira, somando 375 jogos.
Pela Seleção Brasileira, entre 2010 e 2015, disputou 22 partidas. Entre suas maiores conquistas estão três Campeonatos Cariocas e a Copa das Confederações de 2013 (nesta, como reserva).
Teve uma carreira muito sólida nos poucos clubes em que atuou. Começou no Paulista de Jundiaí, na época em que a equipe teve destaque no futebol paulista e brasileiro, permanecendo por lá entre 2001 e 2007, com 138 jogos.
Naquele ano, transferiu-se para o Grêmio, onde atuou com segurança até 2012, somando 251 partidas. Foi até uma surpresa quando deixou o clube gaúcho e passou a jogar no Atlético Mineiro. A troca alavancou ainda mais sua carreira, especialmente após as grandes atuações que ajudaram o time a conquistar sua primeira Copa Libertadores. Ganhou o apelido de “São Victor” e assegurou uma vaga na Seleção Brasileira.
Pela Seleção, embora tenha sido convocado com frequência, foi geralmente o terceiro goleiro e disputou apenas seis partidas. Manteve uma trajetória de sucesso no Atlético, onde encerrou a carreira em 2021 — nos últimos anos como reserva, mas sempre como ídolo — totalizando 454 jogos.
Após se aposentar, seguiu no Atlético como gerente de futebol. Tem 42 anos.
Entre suas conquistas estão: uma Copa do Brasil pelo Paulista, um Campeonato Gaúcho pelo Grêmio, cinco Campeonatos Mineiros, uma Copa Libertadores e uma Copa do Brasil pelo Atlético Mineiro.
Alisson (Roma/ITA) Ederson (Manchester City/ING) Cássio (Corinthians)
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O trio de arqueiros no Mundial do Qatar: Alisson (titular) e os reservas Ederson e Cássio. Fotos: Lucas Figueiredo/CBF
Alisson foi o titular, com Ederson e Cássio como seus reservas
Ederson começou no São Paulo, mas, ainda muito jovem — com apenas 16 anos —, foi para a base do Benfica. Inicialmente, foi emprestado para equipes menores, com destaque para o bom trabalho no Rio Ave. A partir de 2015, consolidou-se no elenco do Benfica e, quando teve uma oportunidade real como titular, não largou mais a posição, deixando o também brasileiro (e astro) Júlio César no banco. Suas atuações chamaram a atenção do Manchester City, que o contratou em 2017. Desde então, é titular absoluto dos Citizens, conquistando uma série de títulos.
Na Seleção Brasileira, tem a forte concorrência de Alisson, que sempre foi o preferido de Tite (entre 2017 e 2022) e também dos treinadores que passaram pela equipe após a Copa do Catar. Ainda assim, Ederson já foi eleito o melhor goleiro do mundo e é presença constante entre os três melhores do planeta. Além disso, é considerado, ao lado de Neuer, um dos goleiros com melhor jogo com os pés — chegando a ser o arqueiro com mais assistências para gol na história da Premier League. Sólido no Manchester City e sempre convocado para a Seleção, atualmente tem 31 anos.
Entre suas conquistas estão: dois Campeonatos Portugueses pelo Benfica e, pelo City, seis Premier Leagues, duas Copas da Inglaterra, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes.
Um dos grandes goleiros da atualidade no futebol mundial. Pela seleção, tem 28 jogos. E contando.
Este gaúcho começou a carreira nas categorias de base do Grêmio, mas, ainda muito jovem, foi negociado com o PSV, da Holanda, em 2007. No entanto, passou cinco anos no clube como reserva e teve poucas oportunidades.
A virada veio em 2011, quando foi contratado pelo Corinthians. A aposta em Cássio se mostrou certeira. Entre 2012 e 2024, acumulou conquistas importantes: quatro Campeonatos Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa Libertadores e o Mundial de Clubes de 2012 — o último vencido por um clube brasileiro até hoje. Após anos defendendo o Timão, transferiu-se para o Cruzeiro em 2024, onde segue como titular.
Pela Seleção Brasileira, teve poucas oportunidades, sempre como reserva, e disputou apenas uma partida oficial, em 2017, contra o Japão. Atualmente, tem 37 anos.
Alisson (Liverpool/ING) Ederson (Manchester City/ING) Weverton (Palmeiras) Alisson, o titular; Ederson e Weverton, os reservas. Mas todos atuaram na Copa-22. Fotos: Lucas Figueiredo/ CBF
Um dos maiores goleiros do futebol mundial na atualidade, Alisson foi o titular do Brasil nas duas últimas Copas do Mundo e, assim como Ederson, é presença praticamente certa na Copa de 2026.
Este gaúcho começou no Internacional, onde passou pela base e defendeu o time principal entre 2013 e 2016. Suas atuações eram tão seguras que deixaram no banco o veterano Dida, que havia disputado três Copas do Mundo.
Em 2016, após 102 jogos pelo Colorado — seu clube do coração —, foi negociado com a Roma. Em sua despedida no Beira-Rio, deixou o campo em lágrimas. Na Itália, brilhou em duas temporadas, o que levou o técnico Jürgen Klopp a solicitar sua contratação para o Liverpool em 2018, após o então goleiro titular dos Reds falhar em uma final de Champions League.
“É bom quando temos um goleiro excepcional”, disse Klopp após apenas alguns jogos de Alisson pelo Liverpool.
Alisson segue no clube até hoje e, no Dia do Goleiro, celebrou mais um título inglês antecipado na temporada 2024/25 — o seu segundo pela equipe. Também conquistou a Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes (vencido sobre o Flamengo). No futebol brasileiro, soma quatro Campeonatos Gaúchos pelo Internacional.
Pela Seleção Brasileira, venceu a Copa América de 2019 e soma, até o momento, 72 jogos com a camisa amarelinha — e contando.
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Weverton foi o titular, com Alisson e Ederson como seus reservas — ambos também atuaram durante a competição. O acreano de Rio Branco, hoje com 37 anos, se destacou pelo Juventus-AC na Copinha de São Paulo em 2006, o que lhe rendeu uma chance no Corinthians. No Timão, porém, não teve muito espaço e foi emprestado diversas vezes até que, entre 2010 e 2012, brilhou no gol da Portuguesa-SP, despertando o interesse do Athletico-PR, onde jogou de 2012 a 2017.
Já consolidado como um dos melhores goleiros do país, Weverton se transferiu para o Palmeiras em 2018, clube que defende até hoje.