Goleada para Del Valle incendeia ambiente político do Flamengo e abre crise | OneFootball

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·18 de setembro de 2020

Goleada para Del Valle incendeia ambiente político do Flamengo e abre crise

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Marcos Braz cobrou elenco após o jogo e sofre pressão pela demissão do técnico Domènec Torrent

Blog Ninho do Urubu | Bruno Guedes – Twitter: @eubrguedes

A goleada sofrida pelo Flamengo nesta quinta-feira para o Independiente del Valle não expôs apenas a má fase dos jogadores, mas também a divisão interna do Flamengo. Contratado pelo atual vice-presidente de futebol Marcos Braz, Domènec Torrent perdeu a confiança dos torcedores e apoio dentro do clube. Após a derrota acachapante no Equador, a demissão do técnico virou assunto, pressão de diferentes grupos políticos e a decisão está nas mãos do presidente Landim.


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Ainda no Estádio Casa Blanca, dirigentes do Flamengo cobravam a saída do catalão após mais uma derrota com desempenho bem abaixo do esperado e muitas decisões erradas. Braz, responsável pela contratação do Torrent, comprou o barulho do treinador e se opôs à qualquer decisão de cabeça quente ou precipitada. E avisou: se o técnico cair, ele também vai embora. Enquanto a delegação se preparava para a viagem até Guayaquil, reuniões online e conversas aconteciam.

De acordo com fontes ouvidas pela Coluna Ninho do Urubu, o elenco do Flamengo também foi cobrado. O principal motivo seria a exposição constante de jogadores se manifestando de forma que joga a torcida e as opiniões públicas contra não só o técnico, como também o próprio técnico Domènec. Outro assunto é sobre o não alinhamento com as práticas do técnico. Segundo O Globo, e que o MRN não conseguiu apurar até o momento, o vice teria dito que se alguém tivesse incomodado bastava comunicar à diretoria.

Pressionado por outras correntes dentro do clube, Landim preferiu colocar panos quentes e acalmar o ambiente. Pelo menos até a próxima terça-feira, contra o Barcelona-EQU. E o motivo é simples: Vem do grupo do Marcos a principal base de apoio do presidente e natural sucessor para as eleições em 2021. E isso causa desgaste com as demais que formam a coalização de gerência do Rubro-Negro. A saída do Braz causaria divisão não apenas eleitoral, mas também de gestão.

Entretanto, a noite foi longa na capital equatoriana e a pressão para que Dome seja demitido antes da partida continua repercutindo neste dia pós-jogo. Internamente, os bastidores pegam fogo e colocam em exposição a enorme divisão de pensamentos que há no Flamengo. Chapa formada por diferentes grupos políticos para vencer as eleições de 2018, a atual gestão do presidente Rodolfo Landim tem, pelo menos, três correntes distintas.

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Grupos políticos e peso dos resultados de 2019 voltam à tona no ambiente do Flamengo

Os dois homens mais fortes, fora o mandatário, são o vice-presidente de relações externas do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, e o já citado vice-presidente de futebol Marcos Braz. Apesar de muito ruído na relação de ambos, o trabalho conseguia fluir por conta do excelente ano que teve com Jesus. Enquanto o primeiro não é bem visto pelos jogadores, o segundo é um dos principais motivos pelo sucesso de 2019 e controle do grupo.

Foi BAP, após a eleição da chapa, quem indicou o nome do ex-técnico Abel Braga e foi aprovado. Com uma temporada de muitos desmandos e pouca entrega em campo, o pensamento era de que um treinador com este perfil fosse o ideal. Mas após o fracasso em campo, caíram não só os profissionais, como também sua influência após Marcos assumir as negociações do novo comandante rubro-negro.

Braz sugeriu mudança total de filosofia e foi atrás do português Jorge Jesus, após o seu nome ser sugerido. Ao lado de Bruno Spindel, as conversas evoluíram, o mister contratado e o resto virou história. Os bons resultados criaram um clube mais leve, até que Paulo Pelaipe foi demitido em janeiro. Foi o primeiro episódio de embate direto entre os dois VPs, já que o ex-profissional era homem de confiança do vice de futebol e o principal elo de segurança entre diretoria e Jesus.

Com a saída do português, em julho, novamente as duas correntes internas buscaram um novo técnico. BAP tentou reassumir sua influência e fez contato com Miguel Ángel Ramírez, curiosamente do Independiente del Valle que goleou o Flamengo. Braz preferiu seguir a tendência de buscar outro na Europa. Dando preferência a alguém de Portugal, até pela facilidade do idioma, teve a recusa de Leonardo Jadim e Carlos Carvalhal, até que Domènec Torrent surgiu como sugestão. As negociações avançaram em dois dias e foram fechadas em menos de uma semana. Mais uma vez venceu a batalha política.

Porém, após tantos acertos, Marcos apostou em alguém com filosofia e metodologias diferentes de futebol. Com pouco mais de um mês e trabalho muito questionável pela falta de tempo para treinos, a goleada virou um tsunami no ambiente do Flamengo. Principalmente por ter sido causada pelo Miguel Ángel, aposta do vice de relações externas. Isso foi jogado na mesa no pós-jogo e virou cobrança pela demissão do Dome.

O que foi apurado é de que o clima no Equador é dos piores. Braz tenta blindar o grupo de jogadores e o técnico. Deixá-los trabalhar para a próxima partida é o principal foco neste momento. Mas enquanto isso, as internas continuam debatendo até onde essa corda pode ser esticada. Há quem garanta que em caso de revés contra Barcelona, terça, ás 19h15, será o fim da linha do catalão.

A coluna procurou as partes, mas não teve retorno até o momento. Com o ambiente bem dividido e a quebra de braço entre os dois grupos, está nas mãos do Rodolfo Landim a decisão. Pelo apurado, não deve acontecer mudanças até terça-feira. Mas uma nova derrota será insustentável e o Flamengo poderá ter um grande revés. Não só no banco de reservas, mas também em sua gestão.

*Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Alexandre Vidal / Flamengo

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