🏳️‍🌈Glossário LGBTQ+: termos para nunca mais serem utilizados | OneFootball

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·15 de junho de 2021

🏳️‍🌈Glossário LGBTQ+: termos para nunca mais serem utilizados

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O futebol está se modificando, mas as mudanças recentes não vêm apenas das canetadas dos dirigentes de clubes e federações. De uns anos para cá, o comportamento do torcedor foi mudando também. Com a sociedade abrindo os olhos para a inclusão das minorias, mesmo que de maneira gradativa, o reflexo disso é enxergado no meio futebolístico. Outrora ambiente altamente tóxico, machista e homofóbico, os estádios passaram cada vez a receber mais mulheres, LGBTQ+ e crianças.

O OneFootball celebra a diversidade sexual com a campanha #ComingOutStronger (Saindo mais forte, na tradução livre) com uma série de matérias especiais sobre a homofobia no futebol.


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Por mais que ainda haja xingamentos e profanidades direcionados principalmente ao público gay, é visível que as mudanças estão acontecendo, com os próprios clubes começando a tomar frente nesta briga. Nesta matéria, o OneFootball traz alguns dos termos pejorativos que perduraram por anos nos gramados e arquibancadas, mas que tomaram proporções diferentes e podem estar modificando o rumo do futebol e, finalmente, ampliando uma necessária e esperada inclusão. [jwplayer O1nUnqG9]

Bicha ❌

Um grito que ficou bastante conhecido de uns anos para cá foi o de 'bicha' na hora do goleiro adversário bater o tiro de meta. Inspirada no 'puto', gritado nos estádios mexicanos também em momentos que o arqueiro do time do outro time iria chutar a bola, a torcida de alguns times passou a usar o termo 'bicha' contra seus adversários. Afinal, qual é o objetivo de se gritar na hora do goleiro chutar? Se é apenas assustá-lo no momento do chute, porque o grito viria acompanhado de um xingamento homofóbico? 'Puto' surgiu no México nos anos 80, mas passou a ser utilizado por várias torcidas nos anos 2000, inclusive em partidas oficiais da seleção mexicana, levando a Fifa inclusive a punir a federação do México. Até 2018, a entidade máxima do futebol já havia sancionado 12 multas à Federação mexicana. Jogadores mexicanos como Andrés Guardado e Chicharito Hernández se pronunciaram nas redes sociais pedindo cordialmente aos torcedores que evitassem utilizar o cântico.

Veado ❌

Se no linguajar coloquial, 'bicha' e 'veado' possuem divergentes significados, no âmbito homofóbico das arquibancadas, os termos são idênticos. No Rio de Janeiro, é muito comum ver as torcidas de Botafogo, Flamengo e Vasco proferindo o cântico: 'Veado...Veado... Veado, time de veado!' direcionado à parte do Fluminense no estádio. Inclusive, até jogador já entrou nessa. Quando o Vasco venceu o Fluminense por 1 a 0 e conquistou a Taça Guanabara, em 2019, o volante Fellipe Bastos, à época no Cruz-maltino, proferiu essa música e o vídeo deste momento foi postado, causando comoção e discussão nas rodas como jamais visto. O jogador pediu desculpa publicamente e o próprio Vasco publicou que não concorda com o teor de certos cânticos.

Flor ❌

Outro termo bastante utilizado buscando diminuir a masculinidade do adversário é 'Flor'. Por mais que não haja música conhecida, na internet é comum encontrar torcedores vociferando este termo para conversar com torcedores do Fluminense, misturando as duas palavras.

Bambi e Tricolete ❌❌

A torcida do São Paulo já ouviu bastante os rivais os chamando de 'Bambi', em alusão ao personagem de filme da Disney, cujo personagem principal é um cervo, também conhecido como veado. Ele teria surgido como forma de encontrar um animal para ser mascote do time. O Santos tinha o Peixe, o Palmeiras era o Porco e o Corinthians era o Gavião. Além disso, o termo Tricolete (também bastante utilizado contra o Fluminense e tantos outros tricolores), que dá uma 'afeminada' na palavra Tricolor, é outra que carrega o cunho pejorativo. Porque falar com teor ofensivo?

Bicharlyson ❌

Está aí um jogador que sofreu bastante na sua carreira com o preconceito. Por mais que reafirmasse corriqueiramente ser hétero, Richarlyson, ex-São Paulo, sempre foi questionado pelo seu jeito de ser. A voz um pouco mais fina, os trejeitos e o apelido que ele mesmo pediu para ser alcunhado, 'Ricky', faziam o estigma contra os são paulinos subir nas alturas. Nas redes sociais, não era incomum ver pessoas se referindo ao camisa 20 do São Paulo como 'Bicharlyson', fazendo um trocadilho com seu nome. Até mesmo o atacante Alecsandro, que jogou em grandes equipes do futebol brasileiro, já se manifestou publicamente defendendo seu irmão do tratamento que recebia.

Marias jogam vôlei ❌

Um dos cantos da torcida do Atlético-MG contra a galera do Cruzeiro é dos mais ofensivos. Como o escudo do Cruzeiro conta com uma constelação (Cruzeiro do Sul), parte da torcida do Galo passou a se referir aos cruzeirenses como 'Marias', em alusão à outra constelação muito famosa: Três Marias. Não satisfeitos, 'brincaram' com o fato do Cruzeiro ter um time de vôlei (Sada Cruzeiro Vôlei) e começaram a cantar 'Jogam vôlei...as Marias jogam vôlei (repete)'. Por mais que o teor homofóbico da cantoria esteja de maneira subliminar, de uma só vez, a música consegue ser ofensiva contra as mulheres e àqueles que praticam/gostam de vôlei, esporte que contém mais jogadores abertamente declarados gays entre os homens.

Na Europa - Poof ❌

O termo 'poof', em solo europeu, serve para 'definir' um homem como gay. E não é incomum ouvir nos estádios ingleses este termo sendo usado de maneira depreciativa contra os homossexuais. Em matéria publicada em 2020 pela BBC, torcedores gays do Brighton disseram acreditar que os gritos homofóbicos estão aumentando na Inglaterra. Vale lembrar que o Reino Unido foi um dos últimos países da União Europeia (à época, ainda fazia parte) a aceitar que casais do mesmo sexto pudessem adotar crianças. A medida foi aceita em 2017, mesmo ano em que França, Alemanha, Espanha, Holanda, Portugal, Polônia, Suécia e Dinamarca também passaram a aceitar a adoção através de casais homossexuais.


Para marcar o Mês do Orgulho Gay - uma celebração global da comunidade LGBTQ + -, o

apoia e presta uma homenagem aos membros LGBTQ + no mundo do futebol por meio de uma série de conteúdos dedicados.


Foto: IMAGO / Pro Sports Image

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