
Gazeta Esportiva.com
·22 de julho de 2025
Gastos com cigarro e tadalafila: Corinthians teria bancado compras pessoais na gestão de Duílio

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·22 de julho de 2025
Após os vazamentos indicando que Andrés Sánchez utilizou o cartão corporativo do Corinthians para gastos pessoais, mais um ex-presidente do clube é alvo das faturas: Duílio Monteiro Alves. O Timão teria pagado vários produtos e serviços para uso pessoal durante a gestão do ex-mandatário, que esteve à frente do time do Parque São Jorge entre 2021 e 2023.
As compras seriam comprovadas através de cupons fiscais e notas. A lista de produtos adquiridos pelo cartão corporativo do Corinthians no período seria muito variada, tendo cerveja, cigarro e até tadalafila, remédio para disfunção erétil.
As informações sobre os gastos pessoais bancados pelo cartão corporativo do Corinthians na gestão Duílio foram divulgadas pelo GE.
A grande maioria dos comprovantes que indicariam os gastos na gestão de Duílio não teriam o comprador identificado. Entretanto, haveria a existência de cupons e notas fiscais com nome e CPF do ex-presidente e de Denílson – motorista do mandatário -, além dos endereços residenciais deles.
Ao longo dos 36 dias prestados nos documentos, teriam sido realizadas 176 compras, totalizando R$ 86.524,62.
Por fim, o documento informa que R$ 80 mil do valor teria sido adiantado à presidência. O restante do montante teria sido repassado em espécie, em três oportunidades: R$ 30 mil em 2 de outubro; R$ 20 mil no dia 16; R$ 30 mil no dia 30.
Desta forma, Duílio ainda teria direito a um reembolso de R$ 6.524,62.
(Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians)
Entre os gastos declarados, a categoria com os maiores gastos seria o de alimentação e compras em mercados, com um total de quase R$ 58 mil. O principal fornecedor neste ramo seria o “Oliveira Minimercado”, que teria lucrado R$ 32.580 em sete notas diferentes entre os dias 18 e 31 de outubro.
O minimercado estaria registrado em um endereço no Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo, a mais de 35km da sede do Corinthians. Entretanto, após entrevistas com os moradores do imóvel, foi negada a existência de qualquer estabelecimento com fins comerciais no local nos últimos anos.
Nove dias antes da emissão da primeira nota que comprovaria os gastos no cartão do clube, a empresa possuiria outra atividade econômica e um outro nome: Oliveira Obras de Alvenaria.
Foto: Rodrigo Coca / Divulgação
O relatório que comprovaria os gastos pessoais no cartão corporativo do clube ainda indicaria compras sem nenhuma relação com o Corinthians. Em algumas das notas Duílio seria identificado como comprador, seja pelo seu nome ou pelo seu CPF. Alguns exemplos são:
– Dois aparelhos de barbear da marca BaByliss – R$ 3.000;
– Kit para caixa acoplada de vaso sanitário – R$ 219;
– Serviço de barbearia, cabeleireiro, manicure, pedicure e congêneres – R$ 171;
– Serviço de lavanderia – R$ 505.
Além disso, em três compras de farmácia apareceriam medicamentos para disfunção erétil: Tadalafila (duas vezes) e Cialis. O segundo teria sido comprado no dia 3 de outubro, numa farmácia em Fortaleza. No mesmo dia, o Corinthians jogou na capital cearense pela semifinal da Copa Sul-Americana. Por fim, ainda haveria recibos de compra de ração animal, um cachorro de pelúcia e uma bijuteria feminina.
(Foto: Rodrigo Coca / Corinthians)
Finalmente, o relatório também apresentaria dois recibos de prestação de serviços sem valor fiscal e especificação do trabalho executado. Um teria o valor de R$ 3.350,00 a Maria Aparecida de Souza, enquanto o outro é de R$ 2 mil a Sidney Balbino dos Santos, assessor parlamentar de Andrés Sanchez entre 2015 e 2017.
O Conselho Deliberativo informou na última segunda que dará andamento aos pedidos de investigação sobre o uso de cartão corporativo pelo ex-presidente Andrés Sanchez em 2020, ou seja, durante sua segundo gestão à frente do Corinthians.
O cartão foi usado por duas vezes sem qualquer relação com o Corinthians. Uma delas, no valor de R$ 9.416 durante o réveillon em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte. A outra em uma compra de R$ 6.980,40 em Fernando de Noronha.
(Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
“Não tenho qualquer receio sobre despesas da Presidência à época em que tive a honra de presidir o Corinthians – numa gestão que reconhecidamente controlou gastos e elevou o faturamento do clube para além da marca do R$ 1 bilhão.
Porém, diante da grosseira manipulação de supostas planilhas e faturas da minha gestão, divulgadas em perfis anônimos com objetivo político de assassinar reputações nas redes sociais, requeri ao clube acesso a tais documentos, a fim de que pudesse checar sua veracidade.
Infelizmente meu pedido não pode ser atendido e, portanto, em razão desses flagrantes manipulações de documentos, só vou me manifestar quando o clube franquear acesso a eles, pois aí terei dados oficiais para rebater as mentiras.
Até lá, porém, tomarei medidas criminais contra quem deturpa informações e contra quem divulga conteúdo falso contra mim”.