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·28 de novembro de 2022

Garoto-prodígio do futebol sul-coreano, Kang-in saiu do banco e ajudou a colocar fogo no jogo

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O jogo parecia perdido. Gana havia aberto 2 a 0 nesta segunda-feira pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo do Catar, e a Coreia do Sul parecia inofensiva. Seu principal jogador, Son Heung-min, mal conseguia encontrar espaço para ameaçar o goleiro. Do banco de reservas, saiu a solução. O jovem Lee Kang-in, 21 anos, garoto prodígio do futebol sul-coreano, colocou fogo na partida e liderou a reação asiática – que, no fim, acabou sendo insuficiente para resgatar um ponto.

Kang-in está nas manchetes desde 2019, quando foi o Bola de Ouro do Mundial sub-20 – aquele em que Erling Haaland fez nove gols em um mesmo jogo contra Honduras, lembra? Brilhou com dois gols, três assistências e um futebol refinado. Ajudou a levar a Coreia do Sul à final, na qual perdeu para a Ucrânia. Mesmo garotão de tudo, já havia começado a ter minutos com o Valencia, ao qual chegou aos 10 anos.


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A sua carreira ainda não explodiu, o que não é anormal com destaques das categorias de base. Depende muito do ambiente, e o do Mestalla tem sido um dos mais conturbados da Europa nos últimos anos, com constante troca de técnicos e problemas que chegam até à sala do proprietário. Na primeira temporada depois daquele Mundial Sub-20, ficou apenas 694 minutos em campo. Ganhou mais espaço no ano seguinte, não o bastante para ficar satisfeito, e decidiu sair ao fim do seu contrato para jogar no Mallorca.

De cara, a sua minutagem não mudou tanto. Atuou em 30 rodadas de La Liga na briga contra o rebaixamento em 2021/22, 15 delas como titular, utilização parecida à do último ano pelo Valencia. Nos últimos meses, firmou-se de vez na equipe principal do Mallorca, começando 13 jogos em 14 rodadas do Campeonato Espanhol e já contribuiu com dois gols e três assistências. Se o salto definitivo de qualidade ainda não chegou, parece mais à vontade e confiante atuando entre os adultos.

A chegada à seleção sul-coreana foi recente. Teve convocações e algumas partidas na esteira do Mundial Sub-20, mas passou mais de um ano sem entrar em campo e sendo pouco chamado. Ao entrar contra o Uruguai na estreia da Copa do Mundo, fez seu primeiro jogo desde março do ano passado. Embora goste de seu futebol, Paulo Bento tem preocupação com a parte defensiva, o que torna Kang-in uma ótima opção de segundo tempo.

Deve ter ficado satisfeito quando Kang-in desarmou Tariq Lamptey na lateral esquerda antes de cruzar para Cho Gue-sung descontar para a Coreia do Sul, um minuto depois do garoto do Mallorca entrar em campo na vaga de Kwon Chang-hoon. Ele deu outro passe para finalização, cruzou outras oito vezes e teve três finalizações em pouco mais de 40 minutos em campo. Além dos números, ficou claro como conseguiu impulsionar a Coreia do Sul a tentar a reação.

A derrota deixa a Coreia do Sul em uma situação complicada. Enfrentará o Uruguai na terceira rodada e, dependendo do resultado entre uruguaios e portugueses mais tarde, talvez precise não apenas vencer, mas também fazer saldo de gols – e nesse cenário, a qualidade de Kang-in pode ser imprescindível.

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