Gabigol e Hugo Souza são pauta em evento sobre racismo no futebol | OneFootball

Icon: Mundo Rubro Negro

Mundo Rubro Negro

·20 de março de 2023

Gabigol e Hugo Souza são pauta em evento sobre racismo no futebol

Imagem do artigo:Gabigol e Hugo Souza são pauta em evento sobre racismo no futebol

A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OABRJ) realizou nesta segunda-feira (20), a mesa redonda “Futebol e a Reparação da Escravidão”. O intuito do evento foi debater a nova Lei de Injúria Racial Desportiva – Lei Federal nº 14.532/2023, ao qual trata de tipificar como crime de racismo a injúria racial, prevendo pena de dois a cinco anos e multa.

O ex-presidente do Flamengo e atual deputado federal, Bandeira de Mello, foi um dos convidados para palestrar em relação ao tema. Além dele, o ex-vice-presidente de Comunicação do Mais Querido, Wellington Silva, também esteve presente.


Vídeos OneFootball


Antes da mesa redonda com os palestrantes, a presidente da Comissão de Direito Desportivo da OABRJ, Renata Mansur, ressaltou que convidou todos os clubes cariocas. No entanto, apenas o Olaria enviou um representante. Cerca de 50 pessoas – a maioria advogados e estudantes de Direito – estiveram presentes na OABRJ para acompanhar o debate sobre a nova Lei de Injúria Racial Desportiva.

Racismo com Gabigol contra o Fluminense

Durante o debate, Renata citou o caso de racismo com o Gabigol, em jogo contra o Fluminense, e explicou o motivo de não haver punição aos torcedores tricolores e ao clube.

“O caso foi emblemático porque dois torcedores do Fluminense xingam o Gabigol de ‘macaco’. Essa notícia chega ao Tribunal através de um vídeo. A Procuradoria denuncia e, simplesmente, na prática, o Fluminense contrata uma perícia sonora para que fizesse a medição do som da torcida até o local que o Gabigol estava, no caminho para o vestiário. Aí se atestou que ele não poderia ter ouvido esse xingamento do local onde ele estava”, indignou-se Mansur.

Imagem do artigo:Gabigol e Hugo Souza são pauta em evento sobre racismo no futebol

Bancada de debate sobre racismo no futebol – Foto: Fellipe Perdigão / MRN

“É importante que o deputado esteja aqui presente porque a gente precisa de uma alteração da legislação no meio do futebol porque temos um impasse. Temos uma legislação muito boa, onde se equipara o racismo à injúria racial, mas não temos a possibilidade de suspender um torcedor porque nossa legislação desportiva não permite”, a advogada cobrou, em tom de apelo, ao deputado federal Bandeira de Mello.

Bandeira de Mello ressalta “passivo ético e moral”

O ex-presidente do Flamengo, que esteve no comando de 2013 a 2018, contou que, além dos problemas financeiros, o Rubro-Negro precisava de uma reformulação nas ações éticas e morais.

“Mas mais do que o problema financeiro, tem um passivo ético e moral que precisa ser resgatado. Flamengo tem 40 milhões de torcedores, boa parte deles crianças, jovens, pessoas humildes, que tem o futebol como o principal ponto de contato da realidade. O Flamengo tem que dar um exemplo positivo para estes torcedores. Falei que vamos fazer o sacrifício que for necessário na área social e esportiva para resgatar esse passivo e passar a ser reconhecido como um clube cidadão”.

O deputado federal, posteriormente, deu sua opinião de como acabar com o racismo e citou um exemplo do Márcio Araújo, ex-volante do Mais Querido, que era muito criticado pelos torcedores.

“Só vamos ganhar essa guerra se a gente peitar muito e obrigar os clubes coloquem em suas políticas ações afirmativas de combate ao racismo”. Vi o filho do Márcio Araújo brincando e ficava imaginando: ‘esse menino está sofrendo no colégio’. Aí pensei: ‘por que os perseguidos são negros?'”.

Imagem do artigo:Gabigol e Hugo Souza são pauta em evento sobre racismo no futebol

Wellington Silva e Bandeira de Mello – Foto: Fellipe Perdigão / MRN

Bandeira de Mello também falou em relação a psicologia dentro do Flamengo e deu uma alfinetada na atual gestão sobre o tema: “Quando cheguei tinha o Departamento de Psicologia, mas a atual gestão acabou com o departamento. Devia achar que é frescura, sendo que é importante, principalmente para os jovens”.

Wellington Silva: “Hugo Sousa não pode falhar”

O ex-vice-presidente de Comunicação do Flamengo usou o goleiro Hugo Souza como exemplo para citar o racismo dentro do futebol. O antigo dirigente rubro-negro ainda criticou a falta de pessoas pretas na alta cúpula dos clubes.

Imagem do artigo:Gabigol e Hugo Souza são pauta em evento sobre racismo no futebol

Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

“Ele (Hugo Souza) também ainda sofre da síndrome de Barbosa (goleiro da Seleção Brasileira em 1950). É mais uma vítima. Um garoto muito talentoso, que não pode falhar, errar. Comprou um carrão, aí começa ‘ele está metido, está se exibindo’. A falta de diversidade de dirigentes, alguém que possa chegar e acolher, ter um olhar diferente, porque grande maioria dos dirigentes, eles nunca tiveram amigo ou parente preto, o máximo que ele viu é o filho da empregada na casa dele”, afirmou Wellington Silva.

Siga o MRN no Twitter e Instagram!

Seja apoiador e ajude-nos a melhorar: CLIQUE AQUI e faça parte da comunidade.

Últimas notícias do Flamengo

  • Demissão de Sampaoli pode ser problema para Vitor Pereira, afirma jornalista
  • Flamengo acerta contratação de atacante equatoriano
  • Camisa do Flamengo terá reajuste no preço a partir do meio do ano
  • Deputados encontram irregularidades no Maracanã em jogo do Flamengo
  • Flamengo x Vasco: saiba quanto o Rubro-Negro lucrou no clássico
Saiba mais sobre o veículo