Portal dos Dragões
·31 de maio de 2025
“Futebol português está podre”. Villas-Boas falou sobre o “carnaval” e pediu fim da “taça das caricas”

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O presidente do FC Porto expressou críticas severas ao estado do futebol português, caracterizando-o como “podre”, e denunciou a “corrupção”, “sobranceria e hipocrisia” que, segundo ele, permeiam a modalidade. Após um período de silêncio, abordou a situação ao criticar os seus rivais, Benfica e Sporting, e a necessidade de uma intervenção decisiva da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). “O futebol português está a viver um ‘carnaval’ que exige um ‘murro na mesa’ da FPF”, afirmou. O presidente do FC Porto sublinhou que a FPF deve dar uma “resposta firme” às recentes críticas e suspeições que surgiram, especialmente após a final da Taça de Portugal.
O dirigente portista, que se manifestou à margem da assinatura de um protocolo com a Câmara de Vila Nova de Gaia, referiu que “as declarações de Rui Costa, que não sei a quem se dirigem, são graves e levantam suspeições sobre a arbitragem”, referindo-se ao que considerou um “ambiente tóxico” provocado pelas suas afirmações.
André Villas-Boas também não poupou críticas a Frederico Varandas, presidente do Sporting, a quem acusou de fazer declarações “lamentáveis” sobre o Conselho de Arbitragem. “O ataque a árbitros, especialmente a um que errou a favor do Sporting, é desapontante. O Conselho de Disciplina e a FPF assistem a esta situação de forma inerte”, afirmou.
Varandas, segundo Villas-Boas, tem uma postura de “sobranceria e hipocrisia” ao criticar as instituições.
Relativamente à possibilidade de um diálogo entre os principais clubes, Villas-Boas manifestou-se cético, sublinhando a falta de liderança e a tensão existente entre os clubes. “As instituições não cooperam e os principais clubes não se reúnem, o que é um sinal de um conflito entre o presidente da Liga e o da FPF”, notou.
O presidente do FC Porto também defendeu a necessidade de mudanças estruturais, como a centralização dos direitos de transmissão, que, segundo ele, deve considerar a situação financeira dos clubes. “Embora a centralização possa beneficiar clubes menores, os três grandes não querem perder receitas”, comentou.
Sobre o modelo competitivo, Villas-Boas defendeu a remoção da Taça da Liga, que, na sua opinião, “perdeu interesse”, e apelou a uma reavaliação do calendário e das deslocações, uma vez que “o futebol português não pode continuar com jogos com apenas 500 espectadores”.
O dirigente frisou a importância de uma liderança institucional forte para resolver o que considerou um “impasse prolongado” na gestão do futebol nacional. “Não se resolverão os problemas estruturais com almoços de cortesia, mas sim com liderança eficaz e decisões concretas”, sublinhou.
Relativamente ao papel dos clubes, Villas-Boas afirmou que estes devem assumir a sua responsabilidade e evitar posturas “sobranceras e hipócritas”. “O clima de tensão entre os três grandes é alimentado por discursos divisionistas, o que torna impossível um entendimento duradouro”, concluiu.