AVANTE MEU TRICOLOR
·29 de maio de 2025
FUTEBOL (DE NOVO) PUXA A FILA DO PREJUÍZO FINANCEIRO DO SÃO PAULO: CONSELHEIRO VAZA NÚMEROS DE 2025

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·29 de maio de 2025
Casares e Belmonte: reações imediatas ao vazamento do conselheiro (Instagram)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
O São Paulo encerrou 2024 acumulando R$ 968,3 milhões de dívida para uma receita de R$ 731,9 milhões. Ou seja, o déficit tricolor ficou em cerca de R$ 289 milhões, o maior já registrado pelo clube em toda a sua história.
E a expectativa de colocar ordem na casa com o FIDC e o teto de gastos do futebol não parecem estar gerando o resultado esperado.
Pelo menos é o que revela os números vazados pelo conselheiro de oposição Flávio Marques, trazidos à tona na reunião do Conselho Deliberativo da última segunda-feira (26) e que geraram reações do presidente Julio Casares e do diretor de futebol Carlos Belmonte. E que expõem mais uma vez que o futebol não consegue se adequar ao controle de gastos.
Marques mostrou que no primeiro bimestre o clube estourou o orçamento em 21%, quase tudo referente ao futebol profissional, que tinha previsto gastar R$ 86,4 milhões de no período, mas gastou R$ 110,4 milhões.
A diferença de R$ 24 milhões foi puxada pela amortização dos contratos de atletas (R$ 10,6 milhões), salários e direitos de imagem (R$ 7,1 milhões) e gastos com jogos (R$ 6,4 milhões).
Segundo dados apresentados por Marques, a folha salarial do futebol profissional é um gatilho importante para explicar o aumento dos gastos. O conselheiro mostrou que o São Paulo gasta mensalmente cerca de R$ 26 milhões com seu elenco, resultado, entre outros, justificado pelas adições de nomes como Oscar, que fatura mais de R$ 1 milhão mensal.
Ainda de acordo com o conselheiro, a gestão Casares vem aumentando gradativamente a folha salarial. Em abril de 2023, por exemplo, ela custava mensalmente R$ 20 milhões. Passou para R$ 24 milhões um ano depois.
O valor atual colocaria o São Paulo praticamente empatado com os rivais Palmeiras e Corinthians, além do Botafogo, ficando atrás apenas do Flamengo nos custos mensais com futebol profissional.
"São números em uma planilha própria, e muitos deles têm divergências prontas. Eu divirjo de 80% desses números. Os números oficiais serão colocados quando for oportuno", disse Casares na reunião do Conselho.
O dirigente ainda foi às suas redes na terça-feira (27) para falar mais uma vez dos números. Ele disse que estavam sendo noticiados “números que não correspondem à realidade”, embora, como de hábito, não tenha identificado que números são esses ou quem estava criticando. Pressupõe-se, então, que sejam os números de Marques. Então, o dirigente continua: "Na verdade, de janeiro a abril, nós tivemos uma variação positiva em relação ao orçamento de 35%", disse, ignorando que o conselheiro se referiu apenas aos dois primeiros meses do ano.
No meio da crise financeira exposta, contudo, Marques ainda revelou que no mesmo período o Tricolor teve um superávit de R$ 14 milhões, o que não deixa de ser uma boa notícia, mas demonstra que, se o futebol profissional tivesse se mantido mais próximo do orçado, esse número poderia ter sido mais relevante para a recuperação financeira do clube.