PL Brasil
·29 de outubro de 2019
Frank Lampard mostra suas credenciais e Chelsea é uma das surpresas no início da Premier League

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·29 de outubro de 2019
Poucos apostariam que o Chelsea, impedido de contratar e com um técnico de pouca experiência – mesmo que esse seja Frank Lampard, estaria no posto de agora. Sete vitórias seguidas, incluindo dois jogos pela Champions League. 20 pontos em 30 possíveis e uma boa perspectiva de futuro se desenha para o clube azul de Londres.
O começo errático, tomando quatro gols do Manchester United, levantou suspeitas para o recomeço do Chelsea. Lampard, ídolo do clube, foi a aposta da diretoria para o cargo de treinador. Sem poder gastar para transferências e sem Eden Hazard, o principal jogador dos últimos anos, o primeiro jogo oficial não foi nada animador.
Atualmente, o momento do Chelsea é totalmente diferente. Quase três meses após a primeira derrota, os Blues se reinventaram. A equipe está no G-4 da Premier League, numa sequência de quatro vitórias seguidas na competição e é uma das atrações do Campeonato Inglês.
O bom momento veio após percalços no caminho. O início de agosto e o meio do mês de setembro demarcaram oscilações da equipe londrina. Empates com Leicester e Sheffield United, além da derrota para o Valencia na Champions League mostravam que era preciso amadurecer.
Lampard começou com o time jogando no 4-2-3-1, que pouco rendeu. Quando alterou o esquema para o 4-3-3, apostando na forte base do Chelsea, as coisas mudaram. Os jovens Callum Hudson-Odoi, Tammy Abraham, Fikayo Tomori e Mason Mount, souberam aproveitar as chances dadas por Super Frank.
Essa inclusive era uma crítica antiga ao Chelsea. Forte nas categorias de base, raramente os atletas formados tinham chance na equipe principal. Títulos ingleses e boas participações na Youth Champions League são fortes credenciais da equipe jovem. Ainda sim, eram raros os jogadores no time de cima.
Forçado a olhar pra base devido a punição que impede o time de contratar, Frank Lampard apostou nos jovens. Ávidos para mostrar serviço, os meninos não decepcionaram. Curto período de adaptação e eles estavam produzindo, tendo bons minutos em campo e decidindo jogos para o Chelsea.
A vitalidade dos garotos parece ter dado nova vida aos mais experientes. Jorginho voltou a ter ótimas atuações comandando o meio-campo, Azpilicueta e Kepa voltaram a ser sólidos pilares dando confiança para o sistema defensivo da equipe.
Um dos símbolos dessa boa fase do Chelsea é Marcos Alonso. O lateral estava na reserva de Emerson Palmieri, e assumiu a posição após lesão do ítalo-brasileiro. Esteve em todos os jogos que o Chelsea venceu, inclusive fazendo gol diante do Newcastle. Ele destaca a importância da mescla no time.
“São muitos novos jogadores que estão aproveitando a chance e mostrando o seu valor. Eles trouxeram uma ótima energia para o time e a mescla com a experiência dos jogadores mais velhos traz um equilíbrio para o time que todos estão aproveitando”, disse o espanhol.
O setor de mais destaque do time é o ataque. Terceiro melhor da liga (23 gols marcados), conta o vice-artilheiro (Tammy Abraham, oito gols) e é o segundo em finalizações e finalizações ao alvo de acordo com o site da Premier League. Isso mostra como Frank Lampard não abdica do ataque e tenta se impor diante da maioria das equipes que enfrenta.
O começo promissor mostra importantes características do novo treinador: boa capacidade de trabalhar com jovens, inteligência para montar um esquema ofensivo e conseguir extrair o melhor do seu grupo. A defesa ainda é um ponto a ser melhorado, como nos espaços em transições adversárias e bolas paradas, mas o bom começo dá tempo para o treinador.
O desafio principal agora é se manter como um time competitivo e que possa brigar pela vaga na Champions League da próxima temporada – uma vez que o time é inferior a Liverpool e Manchester City, postulantes ao título da PL. Sem ser mais “novidade”, Lampard buscará a consistência para continuar forte na sua primeira temporada como comandante no Chelsea.