
OneFootball
Luiz Signor·06 de junho de 2020
Fracasso da Seleção em 2006 começou na preparação festiva em Weggis

In partnership with
Yahoo sportsOneFootball
Luiz Signor·06 de junho de 2020
A Seleção Brasileira era a favorita para levar o hexa na Copa de 2006. Atual campeã, vinha de título na Copa das Confederações e contava com Ronaldinho Gaúcho no auge. Havia, ainda, Adriano, Kaká, que seria o melhor do Mundo no ano seguinte, Ronaldo e Robinho.
Mas a melancólica queda para a França nas quartas de final escancarou uma preparação inadequada. Faltou o básico: foco.
Foi o que revelou Zé Roberto, o camisa 11 do Brasil no Mundial da Alemanha em entrevista exclusiva ao Onefootball.
“Você só estar no meio dos melhores me deu o entendimento de que estar no meio dos melhores não te garante vitória se todos não estiverem com o mesmo foco, a mesma disponibilidade em prol do grupo”, disse o jogador, que defendia o Bayern de Munique.
“Isso me fez entender que, infelizmente, nós tínhamos os melhores, mas nem todos estavam com os mesmos objetivos. Isso nos prejudicou e não nos permitiu alcançar o nosso objetivo”, completou.
A preparação da Seleção comandada por Parreira foi feita na pequena cidade de Weggis, na Suíça. A CBF levou 2 milhões de dólares para liberar todas as atividades para uma empresa que explorou comercialmente a presença do Brasil. O que não ajudou em nada.
O clima era de festa. Houve até um “carnaval” com a presença de Neguinho da Beija-Flor, acompanhado de 15 passistas. Ele participou da festa de boas-vindas e de despedida da Seleção, por exemplo.
A cidade tinha, na época, cerca de 4 mil habitantes. A estimativa é de que 50 mil pessoas passaram por Weggis durante a estadia da Seleção, entre turistas, torcedores e voluntários da Fifa. O estádio utilizado, que comportava cinco mil pessoas, ficou minúsculo.
O “ponto alto” da presença de fãs nos treinos foi a invasão de uma torcedora, que agarrou Ronaldinho, rolando com ele pelo gramado.
“Quando chegamos para a concentração, desde o primeiro jogo até quando nós saímos de lá, era só festa, diversão e entretenimento. Isso é uma presa fácil para tirar a concentração em uma competição tão importante”, lembrou Zé.
A Seleção passou sem problemas pelo Grupo F. Sofreu na estreia contra a Croácia, mas, depois venceu Austrália e Japão sem sustos. Eliminou Gana nas quartas de final, mas caiu jogando muito mal quando se deparou com uma seleção em nível semelhante: a França de Zidane.
Fotos: Antonio Scorza/AFP via Getty Images