Fontanários distraem e Sporting domina a narrativa | OneFootball

A bolha das redes sociais está digna de um argumento de comédia. Quando não são os bots a incendiar o ambiente entre adeptos – como em 2020 -, são os “fontanários” do costume, cheios de certezas sobre jogadores que o Benfica nunca sequer abordou. Enquanto andam entretidos com rumores e pseudoexclusivos, a imprensa trata de coroar o Sporting e o seu presidente como campeões da liderança.

Acabámos de descobrir que o Benfica foi privado de um troféu por causa de uma falha gravíssima do VAR, admitida num acórdão oficial. E o que faz a imprensa? Tenta enterrar o assunto o mais depressa possível. Quem ajuda? Os de sempre: fontanários bem ligados à imprensa desportiva e alguns aldrabões digitais que trocam seriedade por likes. Confiam mais na sua “praga de água” do que nas fontes reais dentro do futebol.

Um exemplo? A 27 de maio já se sabia – e foi dito – que Renato Sanches não tinha cláusulas escondidas e que não fazia parte dos planos do Benfica. E o que vieram dizer esses génios informados semanas depois? Que o jogador ia ficar, que tinha sido comprado… criaram uma novela e agora fingem que nunca existiu.

Entretanto, silêncio absoluto do Conselho de Arbitragem sobre a final da Taça. Um troféu foi decidido com a ajuda direta do VAR. E acham que 5 jogos de castigo e o afastamento dos árbitros resolvem o assunto? Isso vale pouco. Mas enquanto isso, os “especialistas” vão lançando nomes atrás de nomes para entreter a malta e tirar pressão dos temas sérios.

E depois temos o caso Gyökeres – um manual de manipulação narrativa. Varandas, que supostamente “não cedia”, acaba recusar, segundo eles, a proposta do Arsenal. Entretanto o jogador continua sem se apresentar e novela dura. A imprensa faz daquele presidente um grande líder mas o jogador continua sem treinar e a perder valor. Foi ele quem rebentou com a encenação de mais uma operação. Se fosse o Benfica a vender um jogador por 63 milhões + 10 em variáveis, a manchete seria: “Negócio desastroso. Clube ainda tem X por pagar”. Com o Sporting, o título é: “Varandas de goleada”. Goleada? Só se for no Excel criativo de certos opinion makers e dos peritos no digital que lideram jornais.

Para quem andou meses a jurar que só por 80M líquidos, 70+10 não é 63+10. É simples matemática. Mas quando é o Sporting, ninguém se atreve a brincar com contas de merceeiro. Só quando é o Benfica é que a lupa aparece, a exigência multiplica e os experts saem da toca.

Enquanto os outros fazem propaganda, o Benfica tem de se manter firme: a verdade desportiva não se esconde com nomes de mercado, nem com elogios encomendados. O clube tem de exigir explicações à FPF pelo que se passou na taça.