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Vitor Geron·12 de setembro de 2019
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Vitor Geron·12 de setembro de 2019
Além de disputarem a liderança do Brasileirão, Flamengo e Santos têm em comum o fato de serem comandados por técnicos estrangeiros. E o vencedor no sábado vai terminar o primeiro turno na liderança, com o Rubro-Negro em vantagem por seguir na ponta com um empate.
Mas o que aproxima e o que diferencia os estilos e as equipes comandadas pelos Jorges, o português Jesus e o argentino Sampaoli?
Se tem uma coisa que aproxima os dois técnicos gringos é a busca pelo futebol ofensivo. O Flamengo de Jesus tem o melhor ataque do Brasileirão, com 41 gols marcados, e consagrou a dupla Bruno Henrique e Gabigol. No Santos, Sampaoli conseguiu fazer Sasha virar referência e, mesmo variando os jogadores que atuam pelas pontas, o Peixe é contundente no setor ofensivo, e tem o segundo melhor ataque do campeonato (30 gols).
Agora uma diferença entre os dois treinadores. Se Jesus achou a defensa ideal com Rafinha, Pablo Marí, Rodrigo Caio e Filipe Luís, Sampaoli ainda sofre para achar o equilíbrio perfeito, e frequentemente muda o esquema, para jogar com dois ou três zagueiros.
A segurança que o Rubro-Negro encontrou no quarteto defensivo, e crescimento do goleiro Diego Alves, não ocorreu com o Santos, que passou por uma mudança no gol (Vanderlei por Éverson) e vem enfrentando problemas pelas trocas e frequentes falhas, principalmente na saída de bola.
No Flamengo de Jesus, Arrascaeta e Everton Ribeiro jogam juntos. Gerson chegou para completar o meio e fazer do setor um dos mais fortes do Rubro-Negro. A qualidade de passe torna a equipe envolvente, e os atacantes são muito abastecidos.
No Paulistão o meia Jean Mota foi artilheiro do Santos. Depois perdeu espaço, e Sampaoli passou a utilizar mais a força e velocidades dos jogadores que atuam pelos lados, principalmente na formação com três zagueiros e dois alas. Marinho, Soteldo, Derlis, Felipe Jonatan e Venuto ganharam mais oportunidades, e a equipe se notabilizou pelas jogadas pelos flancos.
Outra coisa que aproxima os treinadores é que os trabalhos em ambas as equipes estão sendo bem feitos. Jesus chegou e, em pouco tempo, recuperou um desacreditado Flamengo com bom futebol, classificação para as semifinais da Libertadores, superioridade diante dos rivais e liderança do Brasileirão.
Sampaoli está há mais tempo no Santos, tem um elenco mais limitado, mas mesmo assim sempre manteve o Peixe em alto nível competitivo. Além disso, conquistou o coração da torcida santista com atitudes fora do campo ao abrir o CT para crianças, andar de bicicleta, jogar futvôlei na praia e passear com os cachorros.
Não quer dizer, necessariamente, que o futebol brasileiro precisa de mais técnicos estrangeiros para evoluir. Mas a arejada no ambiente dos treinadores do Brasil mostrou-se válida. Além disso, o fato de serem dois nomes consagrados, sem tanto apego e preocupação com o emprego, dão mais segurança para os técnicos apostarem nos conceitos que defendem. Independentemente do vencedor, ganha o futebol brasileiro.
Fotos: Alexandre Schneider/Getty, Miguel Schincariol/Getty, Lucas Uebel/Getty, Buda Mendes/Getty