Esporte News Mundo
·21 de março de 2025
Flamengo projeta R$ 1,5 bilhão em 2025, mas expõe déficit e rombo de caixa em 2024

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·21 de março de 2025
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Em um encontro decisivo na noite da última quinta-feira (20), o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, apresentou ao Conselho Deliberativo não só promessas grandiosas para o futuro, mas também algumas feridas abertas do passado recente. A maior delas: um déficit financeiro expressivo em 2024. Mas nem só de notícia ruim vive a Nação. Para 2025, o clube prevê receita recorde de mais de R$ 1,5 bilhão, algo inédito na história rubro-negra — e no futebol brasileiro.
Na apresentação que durou quase três horas, Bap não fugiu do tema mais espinhoso: as finanças do último ano. A gestão anterior havia prometido um superávit de R$ 71 milhões, mas o que se viu ao final de 2024 foi um déficit de R$ 1 milhão, resultando numa diferença negativa de R$ 72 milhões entre o que se esperava e o que realmente aconteceu.
Mas o que causou esse rombo? Segundo o próprio presidente, grandes investimentos e gastos não planejados impactaram diretamente o fluxo de caixa. Entre eles, estão reforços para o elenco e — o ponto mais emblemático — a compra do terreno do Gasômetro, onde o Flamengo pretende construir seu estádio próprio.
Um dos pontos mais preocupantes apresentados foi a redução drástica do caixa rubro-negro. Em janeiro de 2024, o clube contava com R$ 234 milhões disponíveis. Mas ao fim do ano, o valor caiu para apenas R$ 69,8 milhões — sendo que em 19 de dezembro esse número chegou a R$ 32 milhões. Ou seja: o Flamengo terminou 2024 com o caixa quase no vermelho.
Além disso, a dívida líquida do clube saltou de R$ 48 milhões para impressionantes R$ 346 milhões. Mais da metade desse aumento (R$ 243 milhões) ocorreu apenas no segundo semestre de 2024.
Mesmo diante do cenário desafiador, Bap defendeu os investimentos realizados, principalmente a aquisição do terreno para o tão sonhado estádio rubro-negro. O projeto, segundo ele, é essencial para a independência do clube — e para que a torcida finalmente tenha uma casa para chamar de sua.
Contratações como Carlos Alcaraz e Gonzalo Plata também foram citadas como apostas para manter o Flamengo competitivo dentro das quatro linhas. Mas, como se sabe, reforço bom é aquele que entrega resultado e se paga dentro de campo. A diretoria aposta nisso.
De olho em dias melhores, a atual gestão revisou o orçamento para 2025. A nova previsão aponta para uma receita histórica de R$ 1,514 bilhão, com superávit estimado em R$ 180 milhões — R$ 55 milhões acima do que havia sido projetado anteriormente.
Os principais motores dessa arrecadação vêm de direitos de transmissão, premiações, venda de jogadores e receitas comerciais. O otimismo é grande, mas Bap deixou claro: a meta só será batida se houver disciplina orçamentária e controle sobre os gastos.
Em abril, duas reuniões fundamentais vão movimentar os bastidores da Gávea: a votação da prestação de contas de 2024 e a análise do novo orçamento para 2025. O clima, como era de se esperar, é de cobrança e expectativa.
A nova diretoria tem pela frente um grande desafio: recuperar a saúde financeira sem abrir mão da competitividade esportiva. É a típica equação que tira o sono de qualquer dirigente, ainda mais em um clube com pressão de título em todas as frentes.
Se 2024 terminou com mais interrogações do que vírgulas, 2025 chega como um ano-chave. O Flamengo quer (e precisa) mostrar que consegue ser gigante dentro e fora de campo. A torcida, que nunca abandona, espera transparência, ambição e resultado.