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·03 de março de 2024

Flamengo e Liverpool, o jogo que se tornou um hino

Imagem do artigo:Flamengo e Liverpool, o jogo que se tornou um hino

Flamengo e Liverpool é, até hoje, mais de 40 anos depois, um jogo histórico, a começar pelo placar, excepcionalmente elástico para uma final desse porte. Nada melhor do que lembrar desta partida justamente hoje, no aniversário de 71 anos de Zico!

O que aconteceu no estádio Nacional de Tóquio em 13 de dezembro de 1981 foi um feito gigantesco, não só pelo resultado da partida, mas pelo cenário em que ela aconteceu.


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Só o Santos de Pelé conseguiu vencer com tanta facilidade, ao derrotar o Benfica de Eusébio em 1962 pelos mesmos três gols de diferença, com o placar de 5×2. Mas havia ali uma diferença, já que, naqueles tempos, havia um jogo de ida e outro de volta, um em cada país.

Vencer o Liverpool em jogo único realça a conquista do mundial do Flamengo, pois prova que não precisamos jogar com o regulamento.

Entenda porque essa é uma das finais mais emblemáticas da história do futebol brasileiro e conheça os personagens que dela participaram.

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Foto: Masahide Tomikoshi

Flamengo e Liverpool: o contexto do jogo em 1981

É bom que se diga que, em 1981, o Liverpool mandava na Europa.

Naquele ano, os Reds acabavam de se sagrar tricampeões do torneio, sendo então o time a ser batido.

Comandados pelo lendário Bob Paisley, tinham grandes jogadores em seu elenco, como os meias Terry McDermott e Graeme Souness, além do atacante escocês Kenny Dalglish.

Eram tempos em que as comunicações não eram instantâneas e o interesse dos europeus pelo que acontecia no futebol sul-americano era ainda menor do que se vê hoje.

Há, inclusive, várias entrevistas em que os jogadores do Liverpool admitiram não conhecer nada do Flamengo.

Lembrando que eram também tempos em que os craques brasileiros jogavam majoritariamente no Brasil. O limite de estrangeiros ainda vigorava na Europa.

Duplo azar do Liverpool que, além de desconhecer o adversário que viria a enfrentar, passaram para o mundo uma péssima imagem, pela falta de profissionalismo.

Zico e companhia não tinham nada a ver com isso e resolveram aplicar a melhor lição que se pode dar no futebol: humilhar o adversário em campo.

No primeiro tempo, o Flamengo já ganhava por 3×0, com dois gols de Nunes aos 13 e 41 minutos e um de Adílio aos 34.

O técnico e jogadores do Liverpool, sem nada entender, foram para o intervalo pensando só em não tomar mais gols e voltar para a Inglaterra com um vexame menor.

A vitória rubro-negra serviu ainda como alento para o futebol brasileiro, que desde a Copa de 1970 andava com a auto-estima baixa.

38 anos depois, o reencontro de Flamengo e Liverpool no Mundial

O Mengão levaria 38 anos para vencer uma Libertadores e ter o direito de disputar novamente o título de campeão mundial de clubes.

Coincidentemente ou não, o adversário seria de novo o Liverpool, aquele que havia nos desprezado em Tóquio.

A diferença é que, em 2019, o time treinado pelo alemão Jurgen Klopp tinha uma postura incomparavelmente mais séria e profissional.

Também tiraram vantagem de um contexto bastante diferente, em que as diferenças econômicas entre as equipes europeias e sul-americanas eram ainda maiores.

Tanto que o gol do título do Liverpool, que em 1981 não tinha um latino sequer em sua equipe, foi marcado pelo brasileiro Firmino.

Para o Flamengo, ficou um gosto amargo, depois de ter feito um jogo bastante equilibrado do início ao fim.

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Foto: GIUSEPPE CACACE / AFP via Getty Images

O mito: Flamengo ganhou do Liverpool com reservas ou bêbados

Claro que, como todas as conquistas do Flamengo, o mundial de 1981 é alvo da inveja dos rivais, principalmente dos que não tiveram a competência de ganhar um.

Um dos mitos criados para tentar diminuir a relevância do feito é de que o Liverpool teria escalado um time reserva. Há alguns recalcados que ainda vão além. Sem cabimento ou qualquer informação confirmada, recalcados espalharam que os ingleses atuaram completamente bêbado ou ao menos de ressaca.

Na verdade, o único jogador poupado foi o atacante Ian Rush, que tinha acabado de se recuperar de uma lesão.

Fora isso, os Reds foram completos para Tóquio, embora, como vimos, não exatamente motivados ou preparados.

O mito 2: o goleiro do Liverpool foi comprado

Outro mito absurdo é de que o então goleiro Bruce Grobbelaar, nascido no Zimbábue, teria aceitado suborno de pessoas ligadas ao Flamengo para facilitar as coisas.

É verdade que ele esteve envolvido em um escândalo envolvendo casas de apostas na Inglaterra, mas isso só aconteceu 16 anos depois da final em Tóquio.

Grobbelaar, assim como todos os outros jogadores do Liverpool, pagou o preço pela falta de seriedade com que encararam o jogo, levando três gols de forma inapelável.

Ou seja, está longe de significar que tenha havido suborno, ainda mais partindo de um clube sul-americano para um europeu.

O histórico “Dezembro de 81”

A propósito, a final entre Flamengo e Liverpool merece destaque até hoje porque, curiosamente, é a única final de mundial de clubes contestada pelos rivais.

Ninguém diz que o Barcelona jogou de sacanagem em 1992 ou que o Chelsea fez corpo mole em 2012, ou que o Hamburgo facilitou a vida do Grêmio em 1983.

Inveja à parte, o fato é que o Flamengo aplicou uma goleada histórica, jamais superada até hoje na final de um mundial.

Por outro lado, tamanho dessa proeza ecoa mais de 40 anos depois, na forma de uma das músicas que embalam os rubro-negros nas arqubancadas do Brasil e do mundo.

Aliás, a torcida do Mengão, como sempre, deu show no estádio Internacional Khalifa, no Catar.

O espetáculo foi tão marcante que ficou na memória do lateral Alexander Arnold, que em entrevista declarou sua admiração pela torcida do Flamengo.

Outro que destacou a energia que vinha das arquibancadas foi o goleiro Alisson que, como  brasileiro, conhece muito bem a força da Nação.

A galera do Fla contagiou tanto que mereceu destaque até por parte da imprensa espanhola.

Em uma lista publicada pelo jornal Marca, o tema “Em Dezembro de 81” foi eleito como um dos 14 melhores cantos de torcida do mundo.

Não chega a ser um prêmio de consolação, mas é mais uma amostra de que, quando se trata de torcida, ninguém pode falar dos flamenguistas.

Torcida que, em 2024, espera que o time faça bonito na Libertadores para que o mundo volte a ser nosso de novo.

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