AVANTE MEU TRICOLOR
·31 de julho de 2025
FINANÇAS DO SÃO PAULO PIORAM NO ANO E DÍVIDA PARA DE CAIR, MAS NÚMEROS AINDA SÃO ACIMA DO ESPERADO

In partnership with
Yahoo sportsAVANTE MEU TRICOLOR
·31 de julho de 2025
Casares cumprimenta Crespo em treino do Tricolor (Instagram)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
O ANOTAÇÕES TRICOLORES (parceiro do AVANTE MEU TRICOLOR, conheça o trabalho clicando aqui) teve acesso ao balancete do São Paulo referente a maio deste ano, o último a ter sido divulgado internamente, há cerca de duas semanas, dentro do relatório de diretorias apresentado ao Conselho Deliberativo, e debatido na sessão realizada anteontem pelo órgão.
Em relação ao balancete anterior, referente a fevereiro, o resultado final piorou, mas ainda ficou acima do orçado (caiu de R$ 14 milhões acima para R$ 858 mil acima).
Esse número é fruto principalmente das vendas de atletas no período, que superaram em 72% o previsto: R$ 72,3 milhões, contra R$ 44,4 milhões, uma variação de R$ 31,9 milhões, conta em que não estão incluídas as vendas de Ângelo ao Strasbourg e de Matheus Alves ao CSKA.
Um detalhe chama a atenção nesse número: o realizado de maio é menor que o realizado de fevereiro (R$ 73,5 milhões). As despesas ficaram acima do orçado em quase todas as unidades de negócio — a exceção foram as diretorias de apoio —, com o futebol profissional liderando o estouro com uma variação negativa de R$ 36,6 milhões.
Também é mencionada uma “mudança na prática de cobrança do fornecimento de água, resultante da privatização do serviço”, que impactou os resultados das unidades de negócio da área social e do Estádio do Morumbi.
Entretanto, é bom destacar que R$ 44,6 milhões correspondem à amortização do custo de atletas, que não tem efeito no caixa. O Tricolor ainda menciona que está num processo “gradual” de adequação ao teto de gastos imposto pelo fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) criado no ano passado, justificando com “a importância de manter uma equipe competitiva para alcançar um desempenho esportivo e um retorno financeiro alinhados com o faturamento anual esperado”.
Curiosamente, a principal variação nas despesas foi em salários, chegando a R$ 17 milhões, na contramão do discurso de que houve redução na folha em 2025.
No geral, a maioria das receitas ficou acima do esperado, com as únicas exceções sendo o programa de sócios-torcedores (11,6% abaixo) e a arrecadação dos jogos (19,8% abaixo).
O Morumbi foi a única unidade de negócio a ter superado a arrecadação prevista em todas as propriedades, que gerou um faturamento total 15,2% maior que o orçado, o que corresponde a R$ 4,5 milhões. Mesmo o aumento das despesas com o estádio não chegou a afetar tanto, pois este foi de R$ 1,8 milhão, menos da metade do crescimento das receitas.
A pequena redução da dívida registrada até fevereiro (0,2%) não se repetiu, e o número aumentou para R$ 979,2 milhões, 1,1% maior do que o do fechamento de 2024 (R$ 968,3 milhões).
Assim como já tinha acontecido na parcial anterior, os novos empréstimos bancários afetaram a conta, sugerindo mais uma vez um fluxo de caixa apertado. No orçamento de caixa aprovado para o exercício de 2025, está prevista a amortização de R$ 120 milhões referentes a empréstimos feitos até dezembro do ano passado, mas também existe a necessidade de captar cerca de R$ 205 milhões neste ano.
Também foi disponibilizado aos conselheiros o relatório de atividades do Conselho Fiscal, mais uma vez num tom brando, destacando no máximo “a necessidade de atenção contínua na gestão do endividamento e na dependência de receitas extraordinárias para manter o equilíbrio financeiro”.
Também foi recomendado “o cumprimento rigoroso do orçamento”, algo que é repetido sempre pelo órgão, sem que a recomendação seja cumprida pela gestão do presidente Júlio Casares.