Fim de uma era? Austrália quer Auckland na A-League em 2024 | OneFootball

A cidade de Auckland, a maior da Nova Zelândia, é alvo da A-League australiana para receber o segundo time neozelandês da competição a partir da temporada 2024/25, segundo divulgando pelo órgão do governo que organiza a competição de futebol na Austrália. É lá que fica o Auckland City, dominante na liga local e na Oceania. O presidente do Auckland City, time dominante no futebol neozelandês e na Oceania, está envolvido no projeto para criar um time para a A-League, o que pode fazer o mais vitorioso time da Oceania mudar de ares.

A cidade de Auckland já teve um time na A-League, o New Zealand Knights, mas o clube faliu e foi substituído pelo Wellington Phoenix em 2007. CEO das ligas australianas, Danny Townsend, disse à imprensa neozelandesa que “há muitas pessoas prontas para investir”.

“Eu tenho uma opinião firme que somos uma liga da Australásia e precisamos abraçar adequadamente a Nova Zelândia”, afirmou Townsend. “Temos que trabalhar os componentes de como é um clube de sucesso da A-League, mas não falta interesse e isso foi promissor para nós. Certamente há uma demanda reprimida por futebol em Auckland. Vemos isso quando o Phoenix vai jogar lá”.

“Se vamos abraçar adequadamente a Nova Zelândia, precisamos trabalhar colaborativamente com a New Zealand Football (NZF). Precisamos trabalhar com as regiões na Nova Zelândia. Precisamos trabalhar com toda a pirâmide até a base para garantir que todo jogador registrado na Nova Zelândia sentia que está em uma jornada para as A-Leagues”, continuou.

“Wellington é uma grande parte disso. Esta nova franquia em Auckland será uma grande parte disso, criar derbies neozelandeses no Eden Park, jogos com ingressos esgotados, são espetáculos que os torcedores de futebol na Nova Zelândia merecem e querem e acho que iremos entregar com esse time”, explicou ainda Townsend.

O atual presidente do Auckland City, Ivan Vuksich, é um forte defensor de ter um time de Auckland na A-League e tem trabalhado nisso há meses junto com Alex Sipka, empresário do ramo de imóveis. Eles chegaram a criar uma empresa, chamada Auckland FC, em setembro de 2021. “Alex e eu formamos a empresa e Alex é um homem razoavelmente rico, mas não rico o bastante para fazer esse tipo de coisa”, afirmou Vuksich. “Temos que falar com dois ou três investidores diferentes e eles todos ficaram razoavelmente interessados em ingressar, então provavelmente teremos cinco investidores”.

Vuksich fez reuniões com o chefe de operações da Australia Professional League (APL), Nick Garcia, durante a sua visita à Auckland no começo deste mês de março e compartilhou a visãoq eu ele tinha sobre o Auckland FC com eles. Ainda não se sabia sobre o preço de uma licença. Quando foi divulgado o preço de 21 milhões a 27 milhões de dólares australianos (US$ 13,4 milhões a US$ 16,7 milhões), Vuksich disse que isso significava que o Auckland FC, como empresa, não poderia arcar com isso sozinho. Precisaria de investidores.

Apesar disso, ele disse que o grupo responsável pelo Auckland FC está confiante que podem fazer a proposta funcionar, financeiramente. Segundo ele contou, seria uma entidade diferente do Auckland City e que não há um nome definido. Há, porém, a confiança que será possível colocar tudo isso junto e fazer funcionar essa nova franquia para o futebol da liga australiana.

A A-League é a mais forte da região e a Austrália é filiada à AFC, a Confederação Asiática de Futebol, e disputa as competições do continente. Isso gerou mais dinheiro e mais prestígio aos clubes australianos, disputando uma competição mais relevante e de nível muito mais alto. Resta saber se essa ideia será abraçada pelo próprio Auckland City ou se será criado um novo clube na cidade, o que certamente seria uma concorrência que não seria boa para o Auckland City.

Os organizadores planejam que o Auckland lance também um time feminino na A-League ao mesmo tempo do masculino, segundo um porta-voz das ligas australianas contou. Seria o fim do Auckland City como conhecemos para se tornar um time da A-League? Não veremos mais o Auckland no Mundial de Clubes? É algo que teremos que esperar para ver.

Fato é que a Fifa deveria trabalhar para que a Oceania se tornasse parte da AFC, na Ásia, como há outras federações regionais dentro do futebol asiático. Seria algo que faria bem ao futebol da Oceania, que ainda poderia ter a sua independência, tal qual acontece com os países do Caribe, que têm uma confederação dentro da Concacaf, inclusive com um torneio continental próprio, além de participarem do torneio continental principal.