Jogada10
·30 de maio de 2025
Fifa interpela CBF por comissão paga a intermediário em negociação com Ancelotti

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·30 de maio de 2025
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) recebeu notificação oficial da Fifa com cobrança de explicações sobre o pagamento de comissão a Diego Fernandes, envolvido na negociação com o técnico Carlo Ancelotti. Contudo, o intermediário não tem registro como agente licenciado. O ‘Uol’, inicialmente, deu a informação.
A administração de Samir Xaud, novo presidente da Confederação, avalia implicações legais dessa negociação, já que os termos do contrato se deram ainda sob a gestão de Ednaldo Rodrigues, conforme posicionamento da entidade sobre o assunto.
Especialistas dão conta de que a CBF descumpre seu próprio regulamento ao pagar um intermediário sem vínculo a ela ou à Fifa. A legislação brasileira, por sua vez, estabelece que somente agentes que tenham licenciamento têm permissão para atuar nessas condições.
O Artigo 11: “Disposições Gerais” do regulamento de agentes de futebol da Fifa, prevê que “somente um agente de futebol pode prestar serviços de agente de futebol” e que “quaisquer funcionário ou contratado pela agência que não sejam agentes de futebol não podem prestar serviços de agente de futebol nem fazer qualquer abordagem a um potencial cliente para firmar um contrato de representação.”
Em resposta às acusações, a CBF declarou formalmente que os termos da negociação ocorreram sob cláusulas de confidencialidade pela antiga gestão e que a administração atual, por meio do departamento de governança, estuda minuciosamente a situação.
Fernandes tem trânsito livre nos bastidores da CBF desde 2022, quando se aproximou do então presidente Ednaldo Rodrigues. Ao ser decisivo para o acerto final com Ancelotti, o intermediário teve direito a uma comissão de 1,2 milhão de euros (aproximadamente R$ 7,7 milhões) em contrato. As negociações com Ancelotti, aliás, tiveram início em 2023.
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que os termos que envolveram a negociação para a contratação de Carlo Ancelotti e sua comissão técnica possuem cláusulas de confidencialidade e foram elaborados pela antiga gestão da entidade. A atual gestão está avaliando a situação internamente, trabalho liderado por sua área de governança.”
Envolvido no caso, Diego Fernandes se manifestou ainda nesta quinta-feira:
“O contrato firmado por Diego Fernandes com a CBF, em relação à contratação do treinador da Seleção Brasileira, respeita rigorosamente todas as normativas da CBF e da Fifa, com previsão específica acerca da necessidade de cumprimento das exigências das mencionadas instituições, de modo que eventuais questionamentos são infundados e serão prontamente esclarecidos.
Cumpre ressaltar que, Diego Fernandes é consultor, conforme previsto no contrato, e que só poderá receber qualquer montante referente à intermediação, após sua inscrição como agente intermediário de futebol junto à CBF. Diego atuou formalmente como consultor, em função do curto prazo de tempo que se deu o desafio da negociação, o que seria incompatível com o processo para registro como agente de futebol junto à Fifa. Com a conclusão da negociação, Diego dará entrada ao registro para que, quando efetuado, possa receber o justo valor referente à intermediação.”