Stats Perform
·13 de julho de 2019
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Décadas atrás, o Campeonato Inglês era marcado por gramados enlameados e um futebol bastante rústico. Troca de passes, no estilo Arsenal dos anos 2000 ou deste Manchester City treinado por Pep Guardiola? Que nada! Era um jogo tão diferente que os barulhentos torcedores faziam a bizarrice até de comemorar escanteios como se fossem gols. Afinal de contas, muitas vezes as redes balançavam tendo como origem uma cobrança do corner.
Este cenário começou a mudar no início da década de 1990, com o advento da Premier League. Mas houve um jogador inglês que, ainda que sem querer e bastante por conta de sua altura, seguiu fazendo com que torcedores abrissem um sorriso a cada oportunidade de se lançar a bola pelo alto da área oposta. Peter Crouch, do alto de impressionantes 2,01m, literalmente pode ser considerado um dos maiores jogadores da história do futebol. Em estatura, evidentemente. O inglês de 38 anos, com passagens marcantes por clubes de expressão e seleção inglesa, anunciou nesta sexta-feira (12) sua aposentadoria. Não deixa de ser um marco.
Em primeiro lugar porque Crouch fez história na Premier League e na Inglaterra ao defender uma lista respeitável de times: jogou nas categorias de base de QPR e Tottenham, mas estreou profissionalmente no inexpressivo Dulwich Hamlet antes de fazer o único intercâmbio de sua vida no futebol sueco. Jogaria nas equipes principais de QPR e Tottenham apenas anos depois; Com uma carreira construída a partir dos anos 2000, colecionou clubes. Além dos já citados, passou pelo Portsmouth, Aston Villa, Norwich, Southampton e finalizou a carreira no Burnley – que tem como torcedor mais famoso o Príncipe Charles. Mas será mais lembrado, além da seleção inglesa, pelo período em um Liverpool que acabara de ser campeão europeu em 2005 e no Stoke City – clube que mais defendeu em sua carreira.
A despedida dos gramados também é um marco, em segundo lugar, pelos óbvios gols de cabeça. E aqui os números são impressionantes: foram 53 testadas para o fundo das redes em um total de 108 tentos. Ou seja, quase metade das vezes em que cumpriu com a obrigação maior de um atacante, Crouch o fez com a cabeça. Aproveitando de sua altura. Disputou duas Copas do Mundo [2006 e 2010] e um comentário não tão incomum era de que, apesar do tamanho, “com a bola no pé não é bobo”. Verdade. Mas era quando a esfera voava por alturas que ele sentia-se confortável é que ele jogava confortável.
Com Peter Crouch em campo, qualquer dado estatístico que defende escanteio curto ou cruzamentos apenas em último caso seria bobagem. Talvez fosse mais justo vê-lo descalço, usando a chuteira como se fosse um boné. Se quando os jogadores se aposentam profissionalmente dos gramados, uma das expressões usadas diz que eles penduraram as chuteiras, o gigante inglês provavelmente a colocou em um lugar tão alto que dificilmente algum zagueiro conseguiria alcançar.