Trivela
·09 de março de 2021
In partnership with
Yahoo sportsTrivela
·09 de março de 2021
A Football Association (FA), federação de futebol da Inglaterra, pediu que as empresas de mídias sociais introduzam uma identificação para as contas criadas em suas plataformas. A ideia é que seja possível identificar aqueles que cometem infrações online, como em casos de racismo. Para a federação inglesa de futebol, é responsabilidade também das empresas atuarem nesse sentido para evitar a sensação de impunidade de quem comete abusos online.
Na Inglaterra, o assunto tem sido muito discutido pelos constantes abusos sofridos pelos jogadores, como aconteceu com Patrick van Aanholt, neerlandês, ofendido online depois de perder uma chance de gol diante do Manchester United, em um empate por 0 a 0. Foi só o mais recente de diversos episódios de ofensas preconceituosas.
Jogadores como Marcus Rashford, Anthony Martial, Axel Tuanzebe, Lauren James, Reece James, Romaine Sawyers e Alex Jankewitz foram alguns dos jogadores vítimas de ofensas online nos últimos meses. Além deles, o árbitro Mike Dean tamém recebeu ameaças de morte nas mídias sociais. Por tudo isso, a FA acredita que as empresas também precisam começar a assumir sua parte da responsabilidade para identificar esses usuários e, assim, que eles sejam devidamente punidos.
“Eu acho que qualquer ataque a qualquer oficial é completamente errado e nós nos opomos a qualquer tipo de abuso”, afirmou o executivo-chefe da FA, Mark Bullingham, em entrevista à Sky Sports. “Temos sido muito claros que as plataformas de mídia social, neste tipo de abuso e no abuso racial, deveriam fazer mais”.
“Eles deveriam assumir a responsabilidade que eles são os publicadores desse tipo de conteúdo e eles, na verdade, são os que têm a tecnologia para agir, para prevenir até que isso seja publicado, e permitir que as autoridades ajam rapidamente quando for o caso. Eles deveriam estar fazendo mais e nós continuaremos a colocar pressão neles para isso”, continuou Bullingham.
O Facebook, dono também do Instagram, se manifestou em nota para a Sky Sports ao ser questionado a respeito. “Nós não queremos abusos discriminatórios no Facebook ou Instagram e vamos removê-los quando o encontrarmos. Entre outubro e dezembro do ano passado, nós agimos em 6,6 milhões de conteúdos com conteúdo de discurso de ódio no Instagram, 95% encontrados antes que qualquer pessoa nos reportasse”, afirmou a empresa.
“Nós trabalhamos de forma próxima às forças da lei no Reino Unido e respondo a todos os pedidos legais de informação em investigações sobre discurso de ódio. Continuaremos a trabalhar com a polícia e a indústria em geral para resolver coletivamente esse problema”, diz ainda a nota.
O Twitter já tinha dito no mês de fevereiro que não mudaria a sua atual política. “Nós acreditamos que todos têm o direito de compartilhar a sua voz sem que um governo exija um documento de identidade”, afirmou a empresa. Depois das falas do executivo-chefe da FA, a empresa decidiu enviar novo comunicado a respeito.
“Continuaremos a desafiar esse comportamento repulsivo na origem, juntamente com nossos parceiros de futebol e outras empresas de mídia social. Estamos ansiosos para compartilhar atualizações em breve sobre novas ferramentas para apoiar os indivíduos que sofrem abuso crescente e reduzir o fardo sobre as vítimas de tais comportamentos”, diz o comunicado.
“Estamos comprometidos com a iniciativa do Kick It Out de combater o ódio online e esperamos continuar essas discussões e desenvolver soluções com nossos parceiros no futebol”, diz ainda o Twitter.
Enquanto vivermos esse jogo de empurra-empurra de responsabilidades, teremos menos ação e mais palavras soltas. É preciso que todos ajam em conjunto contra os excessos que são constantemente cometidos em mídias sociais, com pouca punição a respeito. As empresas de mídias sociais precisam de fato se comprometer a serem proativas nesse sentido, se não o discurso de ódio só ganha força para agir sem identificação.