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·02 de setembro de 2021

Federação Inglesa denuncia ofensas racistas de torcedores da Hungria contra jogadores da Inglaterra

Imagem do artigo:Federação Inglesa denuncia ofensas racistas de torcedores da Hungria contra jogadores da Inglaterra

Jogadores negros da seleção inglesa foram mais uma vez alvo de racismo durante um jogo de eliminatórias fora de casa, nesta quinta-feira, segundo um comunicado da Federação Inglesa de Futebol após a goleada por 4 a 0 da vice-campeã europeia sobre a Hungria, em Budapeste, pelo classificatório à Copa do Mundo do Catar. Em 2019, o mesmo havia acontecido diante da Bulgária, em Sofia, em jogo do torneio que selecionou as equipes que disputariam a Euro 2020.

Além do comunicado da FA, a emissora de televisão ITV relatou que Raheem Sterling e Jude Bellingham foram alvos de gritos de macaco durante o segundo tempo da partida, o que jornalistas da BBC também confirmam ter ouvido. Ao comemorar o gol que abriu o placar, Sterling, notório ativista contra a discriminação, comemorou com uma camisa em homenagem a uma amiga de 26 anos que morreu de Covid-19 esta semana na região da bandeira de escanteio e foi atingido com uma chuva de copos da torcida húngara.


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Antes da partida começar, essas mesmas arquibancadas haviam vaiado o protesto anti-racismo dos jogadores ingleses ajoelhando-se antes do apito final. Não havia torcedores visitantes no estádio. Não deveria haver nem torcedores do time mandante porque a Hungria foi punida com dois jogos com portões fechados – e um terceiro suspenso durante um período condicional de dois anos – por atitudes discriminatórias durante a Euro 2020.

No entanto, como o jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo é jurisdição da Fifa, os torcedores húngaros tiveram toda a liberdade do mundo para continuar com suas atitudes discriminatórias.

“É extremamente decepcionante ouvir relatos de ações discriminatórias contra alguns dos nossos jogadores ingleses. Vamos pedir que a Fifa investigue o assunto. Continuaremos a apoiar os jogadores e nossos funcionários em nossa determinação coletiva para destacar e atacar a discriminação em todas as suas formas”, disse a FA, em um comunicado.

O técnico Gareth Southgate foi político ao ser questionado sobre possíveis ofensas racistas antes do jogo contra a Hungria, dizendo que não queria falar sobre cenários hipotéticos e que a própria Inglaterra tem problemas com esse assunto dentro de casa, como as ofensas dirigidas a Jadon Sancho e Bukayo Saka após ambos perderem os pênaltis decisivos na final da Eurocopa contra a Itália.

Só que agora a cenário não é mais hipotético. “Eu recebi relatos de racismo, que eu não havia ouvido durante o jogo”, afirmou, em entrevista à BBC. “Todos sabem o que defendemos como time e isso é completamente inaceitável. Foi relatado. Nosso diretor de segurança conversou com os jogadores e pegou o depoimento deles. Vamos lidar com isso por meio dos canais certos. Acredito que as pessoas foram filmadas e temos esperança de que a situação será tratada da maneira certa”.

“O mundo está se modernizando e, embora algumas pessoas ainda fiquem presas às suas maneiras de pensar e aos seus preconceitos, elas serão dinossauros no fim das contas porque o mundo está mudando”, acrescentou.

O protesto anti-racismo no começo dos jogos que tem sido feito desde o ano passado, após a morte de George Floyd e das manifestações do movimento Black Lives Matter, foi recebido com uma “muralha de barulho” pelos torcedores húngaros, segundo uma repórter da Rádio BBC, puxada principalmente por “ultras atrás do gol, apesar de pedidos do técnico, dos jogadores e dos líderes do país” para que isso não fosse feito.

Ao marcar o primeiro gol da vitória sobre a Hungria, Sterling que dizia “Eu a amo para sempre, Steffie Gregg”, referência à filha do piloto jamaicano Gary Gregg que morreu de Covid-19 aos 26 anos em Miami esta semana, segundo o jornal Telegraph.

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