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·11 de agosto de 2025

Família Pernía, dos gramados para os grids na Argentina

Imagem do artigo:Família Pernía, dos gramados para os grids na Argentina

A família Pernía construiu um legado importante no futebol argentino.

Entre as décadas de 1960 e 1980, Vicente Pernía fez carreira como lateral direito de Estudiantes, Boca Juniors e Vélez Sarsfield, sendo bicampeão da Libertadores (1977 e 1978) e campeão do Mundial interclubes (1978) pelo Boca. Defendeu a seleção alviceleste entre 1974 e 1977, mas ficou de fora da convocação para a disputa da Copa do Mundo de 1978.


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Vicente e a mulher, Olga, tiveram cinco filhos, sendo quatro homens e uma mulher. O mais velho, Gastón, teve carreira breve na Major Indoor Soccer League, liga de futebol indoor dos Estados Unidos que existiu entre 2001 e 2008. Já Leonel defendeu o Boca Juniors no fim da década de 1990, também tentando carreira no futebol dos EUA e se aposentando em 2005.

Quem teve mais sucesso foi Mariano Pernía. Nascido em 4 de maio de 1977, começou a carreira no San Lorenzo no fim da década de 1990 como lateral esquerdo. Transferiu-se em 1999 para o Independiente, antes de migrar para o futebol espanhol: defendeu Recreativo de Huelva (2003 a 2004), Getafe (2004 a 2006) e Atlético de Madri (2006 a 2010).

Naturalizado espanhol, Mariano Pernía disputou a Copa do Mundo de 2006. No fim da carreira, jogou ainda pelo Nacional do Uruguai (2010) e pelo Tigre (2011 a 2012), no qual pendurou as chuteiras.

“Tenho as melhores também com os jogadores brasileiros. Joguei com Marcos Senna na Copa de 2006 com a Espanha. Um grande jogador, de enorme qualidade, excelente pessoa. E, claro, impossível não falar sobre craques que pude jogar contra, como Ronaldinho, Ronaldo, Kaká… Se for listar todos eles, ficaria falando aqui até amanhã. Tive a sorte de enfrentá-los e hoje em dia, quando olho para trás, fico muito grato por ter dividido o campo com todos eles. Foi impressionante”, relembra.

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Mas não foi apenas a história nos gramados que uniu a família Pernía. Ao deixar o futebol, Vicente Pernía começou uma inesperada carreira no automobilismo – assim como os filhos.

Em 1987, o patriarca virou piloto da Turismo Carretera, tradicional categoria de corrida com carros de turismo – mais ou menos a equivalente argentina da Stock Car no Brasil. Começou discretamente, mas evoluiu rapidamente e chegou a ser vice-campeão em 1997. No fim de 1999, “Tano” Pernía deixou as pistas.

O filho Leonal seguiu os passos do pai mais uma vez. Começou a pilotar em 1996, ainda como jogador de futebol, mas por hobby. Chegou em 2000 a uma divisão da Turismo Nacional e também começou a se destacar. Foi campeão da Super TC2000 em 2019, depois de colecionar vice-campeonatos na disputa em 2009, 2010, 2013, 2014 e 2015, ficando em segundo em 2021.

Mariano Pernía também seguiu a linhagem familiar. Estreou em 2011 na Fiat Linea Cup Argentina, com uma vitória em quatro corridas. Chegou ao Turismo Carretera em 2012 e à Turismo Nacional em 2013, tendo como principal resultado o terceiro lugar na temporada 2017 da TC 2000. Para “Galgo” Pernía, foi a chance de continuar sendo competitivo, mesmo que em outra modalidade.

“Foi uma mudança grande, mas que me ajudou muito a não sentir tanta falta assim do futebol. Continuo em um ambiente competitivo, e acho que isso é o que mais faz falta para um atleta de alto nível quando ele parte para uma ‘vida normal’. Sabia que cedo ou tarde iria tentar o automobilismo porque vi e vivi isso de perto com meu pai e meu irmão. Gosto muito da vida de piloto, sou um apaixonado, como é todo o argentino, pelo futebol e pelas corridas”, disse.

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Leonel Pernía (à direita) e o filho, Thiago (Imagem: Hernán Capa/TCR South America Banco BRB)

Em 2025, Leonel e Mariano se tornaram companheiros de equipe no TCR South America. Os irmãos ainda dividem o carro com Thiago Pernía, filho de Leonel. “Operário do futebol”, Mariano nunca deixou de ser grato ao que viveu nos gramados, nem mesmo quando foi para as pistas.

“Dediquei muito à minha carreira no futebol. Perseverei e nunca cruzei os braços. Acho que foi isso que me levou ao sucesso e a ter chegado muito mais longe do que poderia imaginar. Sou muito grato. Ele (o futebol) me devolveu muito mais do que um dia esperei e pude aproveitar cada momento. Acho que muita gente encerra a carreira sem ter aproveitado mais, e para mim sempre foi o contrário. Fui um apaixonado pelo jogo, fiz tudo com muita dedicação e carinho. Tudo isso faz com que tenha grandes lembranças desse tempo”, diz Mariano, que celebra a possibilidade de correr em família.

“O que mais curto é viver cada fim de semana com meu irmão e meu sobrinho em todas as corridas. Para falar a verdade, é um sonho para nós poder fazer o que gostamos, neste patamar elevadíssimo e ainda por cima em família. Depois de ter jogado futebol por tantos anos, em alto nível, viver tudo isso, na equipe em que estou, com a qualidade de companheiros que tenho no time, obviamente tudo isso faz você cortar muito os caminhos e torna as coisas mais fáceis”, analisou.

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Mariano Pernía no TCR South America em 2025 (Imagem: Hernán Capa/TCR South America Banco BRB)

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