Gremistas
·05 de novembro de 2024
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·05 de novembro de 2024
Uma fala do técnico Renato Portaluppi após o empate em 2 a 2 com o Fluminense ligou um alerta no Grêmio e tem feito dirigentes e conselheiros refletirem sobre a possibilidade do clube se transformar em uma SAF, modelo de gestão que tem transformado clubes brasileiros em potências continentais.
Após ser questionado sobre o futebol pouco vistoso praticado pela sua equipe nas últimas partidas, Renato citou que é necessário investir para jogar bonito, e neste sentido, aproveitou para ligar um alerta no clube sobre o modelo SAF.
“Ano que vem veremos dois campeonatos em um. Um das SAF’s, com dinheiro, disputando título, e outro com os outros clubes, lá embaixo”, alertou o técnico.
A transformação em SAF ainda está longe de ser uma possibilidade no Grêmio, mas internamente, há quem defenda que o modelo seja adotado no clube. Entre os conselheiros, existe divisão, mas a fala de Renato ligou um alerta para reflexão sobre o tema, que nas entrelinhas, já havia sido abordado pelo presidente Alberto Guerra.
Em seu discurso na festa de aniversário do Grêmio, no mês de setembro, o mandatário não tocou diretamente no tema, mas afirmou que o “negócio futebol” mudou e que o clube deve olhar para si e encontrar meios estruturados para seguir competitivo.
“Queria deixar uma mensagem para refletirmos. Estamos em um momento em que o clube deve olhar para si para que sejamos mais fortes para fora. O negócio futebol mudou e precisamos encontrar meios estruturados desta atividade para que sigamos competitivos sem perder nossa identidade”, disse Alberta Guerra, antes de completar:
“Entendo a polêmica do assunto e que isso nos traz a mente experiências não muito boas, mas seja qual for a nossa decisão interna, é importante sairmos unidos, aceitarmos as consequências e alinhar as expectativas”, finalizou o dirigente.
Renato e Alberto Guerra – Foto: Luis Eduardo Muniz / Grêmio
O modelo SAF, sigla para Sociedade Anônima do Futebol, consiste na transformação do clube em uma empresa e na venda dos ativos para um investidor, que se compromete a fazer investimentos no curto e longo prazo.
No futebol brasileiro, o Botafogo é quem desponta como melhor exemplo. O clube carioca, antes endividado, foi vendido para o empresário norte-americano John Textor, que investiu em reforços – e principalmente na reestruturação do clube, com construção de CT e quitação de dívidas. Segundo o empresário em declaração recente, a dívida do Botafogo que antes era de aproximadamente 1 bilhão de reais, hoje está no patamar dos 400 milhões de reais.
Em 2024, os clubes SAF’s assumiram posições de protagonismo. Finalistas da Libertadores, Botafogo e Atlético-MG adotaram o modelo em 2021 e 2023, respectivamente. Já na Copa Sul-Americana, o Cruzeiro está na final, e no Campeonato Brasileiro, entre os dez primeiros colocados, cinco são SAF.