Fut das Minas
·04 de janeiro de 2025
In partnership with
Yahoo sportsFut das Minas
·04 de janeiro de 2025
Quando chegou ao Fluminense, em agosto de 2022, Hoffmann Tulio era conhecido como o “rei do acesso”, por ter subido para a série do Brasileirão feminino A1 com Cruzeiro e Atlético-MG. O Flu, que vinha tentando a vaga na elite desde 2019, não só foi vice-campeão da A2 sob o seu comando, como carimbou sua permanência na Série A1 para 2025, reafirmando a solidez do projeto tricolor.
Quatro meses depois de completar dois anos no cargo e já ao fim da temporada, o treinador concedeu uma entrevista exclusiva ao Fut das Minas. Os temas da conversa passaram pelos planos que possui no Fluminense, sua visão crítica sobre o cenário do futebol feminino no Brasil, a forma como enxerga as categorias de base e os caminhos para a Copa do Mundo de 2027.
A temporada começou em fevereiro com a disputa da Copa Rio contra Botafogo, Flamengo e Vasco. Com 13 novas peças nas mão, Hoffmann utilizou a competição como um laboratório para conhecer melhor o elenco do Fluminense e encaixá-lo para o início do Brasileirão, que começaria em março.
Naquela altura, o treinador relembrou a preocupação dele e da comissão com o cenário da briga contra o rebaixamento, já que dois dos candidatos previstos, Botafogo e América-MG, (que subiram junto com o Flu) estavam tendo um ótimo começo de campeonato. No final, o alvinegro sofreu com a troca no comando técnico e acabou rebaixado, mas o Coelho brigou por classificação no mata-mata e terminou em décimo.
“Era subir em 2023 e permanecer em 2024. Tomara que a gente consiga fazer o próximo passo, que é a permanência de 2025. E depois, em 2026, já falar de classificar realmente de forma mais sólida. A gente tem uma ideia até 2027 do que fazer e acho que a gente pode alcançar coisas grandes.”
Ao longo do percurso na A1, o Fluminense mostrou alto grau de competitividade, batendo de frente com grandes potências como Palmeiras, Grêmio e Ferroviária. Na avaliação de Hoffmann, o único confronto que fugiu à regra foi contra o Corinthians, quando sofreram uma goleada por 5 a 0. No entanto, isso não abalou as estruturas em Xerém, já que o foco maior estava na rodada seguinte.
“Entramos com metade do time reserva porque a gente tinha que olhar para o Santos na quinta-feira, que era o objetivo de não cair. Mas eu acho que foi o único jogo que a gente não conseguiu vender caro. Os demais, tirando a Copa Rio também, a gente sempre vendeu caro e é isso que eu espero que a gente continue fazendo aqui no Fluminense.“
Comemoração do gol de Mileninha, que deu a vitória ao tricolor. Foto: Satff Images/CBF
Ele revelou que, atualmente, sua maior ambição com o clube é levá-lo até uma final de Brasileirão e consequentemente para uma Libertadores, já que os dois finalistas garantem a vaga. Brincou que então poderia considerar o fim do seu ciclo no Flu.
“Fazer uma final de A1 já seria fantástico, eu colocaria o Fluminense numa outra visibilidade, numa outra visão do mercado. Acho que essa é a minha grande obsessão do momento, fazer o Fluminense chegar a uma final. “
Contudo, antes de pensar nisso, é preciso cumprir o estabelecido para 2025 e por isso o Flu já está se movimentando no mercado para montar seu elenco. O Tricolor já renovou com Karina, Camila Oliveira, Verônica, Letícia Bussatto, Sorriso, Gislaine, Yasmin, Cotrim, Nath Rodrigues, Kamilla e Lurdinha, faltando ainda oficializar outros nomes.
“Eu sempre digo que a gente tem que espremer a nossa laranja. A gente só tem uma laranjinha, às vezes alguns clubes tem um saco para fazer a laranjada, aí espreme só um pouquinho e já joga fora. A gente só tem uma, a gente tem que espremer bem. E é por isso que a gente no dia a dia trabalha bastante, para que essa laranja seja bem espremida. E assim, a parceria tem dado certo.”
Dos reforços, Marcello Neves, do GE, informou que o Fluminense fechou com Estefania Palomar (21), atacante do Boca Juniors e da seleção argentina, e Lelê (36), meia da Ferroviária. Ainda, de acordo com GZH, Cláudia (22), do Juventude e recém convocada para a Seleção Brasileira, também está acertada com o tricolor, além da atacante Chú (34), ex-Internacional, conforme informado pelo Onze Minas.
As quatro fazem parte de um pacote de sete atletas – que seriam oito se Keké já não tivesse chegado em 2024. Portanto, faltam ainda três nomes para fechar o grupo do ano que vem. O perfil buscado por Hoffmann e comissão é de jogadoras mais altas, com bom porte físico e também as mais experientes, acostumadas ao Brasileirão e a ganhar títulos, para passarem o “caminho das pedras” para as mais novas.
Atacante Keké comemorando seu gol na final do Carioca. Foto: Marina Garcia/FFC
“Eu queria tentar montar um time ali com pelo menos uma média de 1,70 – esse ano foi 1,68 – e que consiga correr muito, tanto as volantes quanto as pontas, num bate-volta. A gente está nesse caminho aí, essa é a ideia que eu tenho de time pro Flu.”
Por conta de um orçamento mais modesto, o Flu não consegue competir com os times do “big six”, como foi apelidado por Hoffmann. Assim, monitora o mercado em busca de atletas jovens com potencial, a exemplo da volante Claudinha (24), que chegou do Vila Nova-GO em 2023. Além disso, para conseguir contar também com algumas contratações de maior peso, otimizou os investimentos e reformulou as categorias de base, passando a trabalhar com elencos mais enxutos.
“Então, Amanda (Storck) compreende isso, que às vezes a gente faz algumas loucuras, que seria trabalhar com um elenco muito reduzido, o que não era uma prática do clube, mas para que a gente possa aumentar a qualidade. Isso tem sido feito, tanto na base quanto no profissional, e tem dado certo.“
No dia 15 de dezembro, ao derrotar o Internacional nos pênaltis, as Meninas de Xerém conquistaram o título inédito da Copinha Feminina para a base, que já possui um Brasileirão Sub-18 (2020) e dois título Cariocas (sub-18 2021 e sub-17 2022). Hoffmann não pôde estar na decisão, mas foi para São Paulo junto com sua comissão para acompanhar os jogos da primeira fase.
“A gente continua mantendo a tradição de ter uma categoria de base competitiva, seja no masculino ou no feminino, isso é uma coisa que o clube tem feito ao longo da sua história. A gente tem algumas peças ali bem interessantes, principalmente as mais novas.”
Algumas das peças citadas foram Rayka, eleita melhor jogadora da final, e a versátil Sophia, que atuou como lateral, mas é atacante de origem, ambas de 16 anos. A habilidosa meio-campista Mileninha (18), a atacante Carioca (18) e a goleira Thainá (17), decisiva nas penalidades, também foram destaques na opinião do treinador.
Mileninha, da base, durante um treino do profissional na reta final do Carioca. Foto: Marina Garcia/FFC
Ao longo da temporada de 2024, algumas atleta da base receberam oportunidades no profissional, especialmente durante o Carioca. Mileninha, Thainá, Lamis (20), Julia (20) e Carioca, foram frequentemente relacionadas, até nas fases finais. Uma novidade para 2025 é que a arqueira será integrada oficialmente ao elenco profissional.
“A gente aqui no Fluminense não quer perder o timing com essas atletas, de ficar segurando e segurando. Se ela não estiver jogando no profissional, desce para jogar com o PC (treinador do sub-20), amadurece nos jogos e volta para o treino.“
Ainda sobre 2025, Hoffmann contou que a ida para a Copinha não foi somente para assistir o Fluminense, mas para atuar como “olheiro”. Ele e a comissão observaram outras equipes e mapearam possíveis futuras contratações.
“Fomos lá também para avaliar jogadoras que a gente possa fazer alguma parceria, com algum time que não desenvolve tanto o sub-20 ou que não tenha profissional. Temos alguns nomes, já conversamos, agora ver se conseguimos fechar para trazer para o Flu e deixar o nosso sub-20 com mais opções para o PC, e no futuro quem sabe para o profissional.”
O técnico não acredita que promover as meninas – mesmo as mais novas – significa pular etapas. Na verdade, pensa que “se tem futebol, já tem que alcançar níveis mais altos de treinamento”. E sobre isso, não se refere à metodologia, mas à competitividade oferecida em cada categoria.
“Então é ter paciência, saber que elas não vão decidir os jogos imediatamente, mas que precisam de treinos que forcem elas a descobrir novos caminhos, novas estratégias, a se conhecer como uma nova jogadora e potencializar coisas.”
Foto: Marina Garcia/FFC
A empolgação para receber a Copa do Mundo de 2027 é inegável. Infelizmente, esse sentimento contrasta com a forte preocupação com o cenário nacional, que, apesar das promessas feitas pela CBF na candidatura para FIFA, ainda sofre com descaso em investimento e planejamento.
“Foi uma coisa muito mais governamental de ter a Copa do Mundo do que realmente em respeito ao futebol feminino. Porque hoje você não tem calendário. Eu tenho que fazer uma reunião com minha comissão e não sei quantos dias temos para a estreia.”
A entrevista foi feita em 17 de dezembro e importa ressaltar que até o momento da publicação, o calendário para 2025 ainda não foi divulgado. Isso sem contar a nova indefinição sobre o formato, já que recentemente o Portal Sereias, noticiou que há conversas entre a entidade máxima do futebol brasileiro e os clubes para uma possível mudança do regulamento do Brasileirão Feminino.
Segundo a reportagem, o presidente Ednaldo Rodrigues pretende propor o aumento de times na primeira divisão já em 2025, de 16 para 20. Para isso, criariam um torneio eliminatório entre os quatro rebaixados da A1 e os eliminados nas quartas de final da A2, em que quatro vencedores ficariam com as novas vagas na elite.
Hoffmann mostrou completa rejeição ao sugerido, especialmente pela pressa, mas concordou que a quantidade de rebaixados deveria ser menor. Ele defendeu que “o futebol feminino não tem que caminhar nos caminhos obscuros que o futebol masculino caminhou um dia”, se referindo às chamadas “viradas de mesa”, promovida por dirigentes influentes. Além disso, acredita que o futebol brasileiro não possui tantas equipes competitivas e que prejudicaria o equilíbrio e a qualidade da competição.
Quem assiste aos jogos do Flu repara a frequência com que o comandante leva cartões por reclamação com a arbitragem. E esse foi outro ponto duramente criticado por Hoffmann, que admitiu ter passado do ponto na final do estadual, mas não se arrepende das cobranças feitas ao longo da temporada. Na sua visão, nem mesmo a implementação do VAR em todos os jogos resolveria o problema.
“Os árbitros que iniciam apitam o jogo feminino, não dá. A gente já precisa de arbitragem mais experiente. (…) Isso mata o futebol feminino. Enquanto a gente não é reconhecido como profissionais que precisam dar resultado, qualquer árbitro vale. (…) Agora para mudar a história de arbitragem seria profissionalizá-los, né? Mas aí é uma discussão mais longa e o futebol feminino não entra nesse mundo, não.”
Hoffmann conversando com a arbitragem durante o jogo. Foto: Marina Garcia/FFC
Na concepção do treinador, um dos obstáculos para o desenvolvimento da modalidade é justamente a obrigatoriedade. Ele reconhece a importância da medida para impulsionar a criação de times e torneios, mas criticou a forma como os clubes ainda encaram o futebol feminino.
“Como é obrigado, todas as vezes que os clubes entram em qualquer crise, os departamentos sempre são aniquilados, sempre sofrem. Independente se gera algum valor ou não, o pensamento vai ser sempre esse. Eu acho que precisa ter reuniões com os clubes, com os presidentes, com a CBF, com as federações, para discutir a obrigatoriedade, aos poucos dissolver essa palavra e falar sobre o negócio.”
Por essas razões, o treinador não sente confiança em melhorias por causa da Copa do Mundo de 2027. Mesmo assim, deixou claro que confia na Seleção Brasileira sob o comando de Arthur Elias e que, diferente do que afirmou Rodolfo Landim, ex-presidente do Flamengo, os jogos estarão cheios. Ainda, que mesmo que por vias tortas, o Mundial terá um impacto positivo.
“Então acho que essa Copa do Mundo tem isso. Tem um lado fantástico de ver meninas indo para o estádio, torcendo, sonhando e ser as Martas, as Lorena, Leles, Rafas, Zanerattos e Gutierres, mas a gente não tem calendário e aí a gente volta para a obrigatoriedade.”
Preleção antes da final do Carioca. Foto: Marina Garcia/FFC
Ao mesmo tempo em que olha para o aspecto técnico e físico, olha também para o emocional. Além de destacar o trabalho do psicólogo Daniel, Hoffmann salientou a importância de se conhecer as particularidades de cada atleta para ajustar o tom das conversas.
“No dia a dia a gente tem as cobranças, mas as cobranças são individualizadas, são pautadas para as pessoas. A cobrança com a Lele (Letícia Bussatto) vai ser uma, com a Thainá vai ser outra.”
Sua esposa, Fernanda, é treinadora de tênis e por isso ele contou que aprende bastante com ela sobre métodos de treinamento e o lado mental. Enquanto mostrava orgulhoso as conquistas da companheira, penduradas na parede atrás de onde estava, falou como carrega ensinamentos das quadras para os campos.
“O tênis, se você está frágil, todo mundo te vê. O futebol não, você consegue se esconder um pouquinho. (…) Você pode passar uns cinco minutos observando, não querendo receber a bola para você melhorar, trabalhar a sua cabeça. Eu acho que o tênis nos ensina muito isso, de que é você ali, você está exposto, tem que lidar com seus demônios, com seus medos, com alguém falando com você ali dentro.“
Falando sobre si, Hoffmann se vê como uma pessoa transparente, altruísta e que busca sempre se colocar no lugar do outro. Embora pareça ser mais estourado por conta de suas reações nos jogos, ele explicou que aquela é apenas uma de suas faces para se adequar às necessidades do time.
“Se eu quero um time com essa cara de luta, com esse empenho, eu não posso ser diferente. No Palmeiras eu não tive nenhuma expulsão, por exemplo. Porque ali era um time que precisava talvez mais controlar o jogo, ter um controle emocional para decidir. É diferente. No Fluminense vai ser sempre esse Hoffmann que se entrega bastante, mas só me conhece mesmo quem está no dia a dia.“
Uma marca dos times comandados por Hoffmann é a competitividade e no Fluminense não foi diferente. Em 2023, primeiro ano completo que teve à frente das Guerreiras, fez uma campanha que fez jus à alcunha da equipe. De todos os jogos, lembrou de um em especial, contra o São José, pela última rodada da primeira fase.
“O jogo do São José é o jogo mais intenso que o nosso GPS marcou até hoje. Não é contra o Corinthians, a Ferroviária ou o São Paulo, é contra o São José, do Adilson (Galdino).”
Depois disso, decidiram a vaga pra A1 contra o JC-AM em uma final sem gols e decidida nos pênaltis. O Estádio Floro de Mendonça comporta cerca de cinco mil pessoas e estava muito cheio, como relembrou Hoffmann, “acho que foi o nosso maior público até hoje”
Depois, eliminou o Botafogo na semifinal e caiu somente na final, diante do Red Bull Bragantino. A crescente tricolor continuou em 2024, ano que teria uma nova etapa a ser cumprida: a permanência na A1. Para isso, o treinador reforçou o elenco e contou que teve que fazer ajustes na forma de jogar.
“Desde que eu cheguei no Flu, algumas ideias de futebol eu tenho mudado. Não tenho que ter a vaidade de fazer só do meu jeito, tenho que ter o resultado para o Fluminense. Então, adaptamos um pouco mais o nosso jogo. Vai ver que a Coimbra (goleira), por exemplo, pegou menos na bola esse ano. A gente foi muito mais objetivo e foi bem o que você disse, tentar sempre vender caro.”
Fluminense vice-campeão do Brasileirão A2 2023. Foto: Marina Garcia/FFC
“Rayka tem muito tempo ainda, a gente tem que cuidar bem dela, tem que orientá-la bem, tem que direcioná-la bem, para que a gente não perca ela no processo, mas ela tem um baita potencial e também tomar um pouco de cuidado com o mercado porque a gente sabe que o mercado feminino ainda não é muito honesto.”
“A Carioca a gente trouxe para trabalhar no profissional e também com a base. Fez um campeonato extremamente justo, um campeonato muito bom, foi importante para o time. Ali na primeira fase fez gols, puxou contra ataques, sabe proteger a bola, também é muito jovem, tem mais dois anos ainda de sub-20″
“Mileninha, que chegou no ano passado e começou a adaptação. A gente tem trabalhado bastante a parte física dela no dia a dia e tem feito também muitos treinos no profissional. Sophia é outra de 2008. E já é a segunda vez que, quando PC que precisa, ela joga de lateral e vai super bem. Talvez a gente comece a repensar a Sophia, reinventá-la. Foi muito bem mesmo.”
“As pessoas veem, acham que podem levar e pronto, acabou. Já no mercado masculino não é assim, (…) se você não alicia o meu, não alicio o seu e a gente segue fazendo futebol. No feminino não é muito assim, eu acho que deveríamos pegar isso do masculino”
“Quando a Amanda (Storck) fez a reunião comigo para me levar para o Flu, a gente foi muito sincero um com o outro. Ela me contou o que podia me oferecer e o que era o Fluminense, se eu topava, eu também fui muito sincero de como eu sou no dia a dia. É um pouquinho difícil porque eu quero ganhar o tempo todo, quero que as coisas sejam da melhor forma possível.”
“Antes eu gostava de ter mais a posse porque eu entendo isso que é melhor, é mais facilitado jogo, você está mais perto de ganhar. Só que você tem que saber quando dá e quando não dá. E você tem que saber que tem que dar resultado.”
“Aprendo muito com a Fernanda no dia a dia, nessas trocas de treinamento também, o que eles pensam de treino, como eles fazem, e tento aprender um pouquinho para tentar levar para o futebol.
“Acho que a carreira vai me levando. Eu não penso muito nisso não, não me sinto um treinador de futebol, sabe? Eu sou uma pessoa que trabalha com futebol, mas não me sinto só isso da vida. Eu falo isso direto, as minhas jogadoras sabem. Não me sinto treinador de futebol, eu estou treinador de futebol. Já trabalhei de carteiro, de entregando livros nos correios. Já trabalhei montando aulas e eventos na PUC. Nunca me senti menor em nada, não me fazia menor pessoa, nunca me fez. Então, treinador estou, talvez daqui a pouco treinador não serei, e a vida vai seguir.”
“A Libertadores inicia no brasileiro mesmo, é o mais difícil. Depois dali, sinto muito falar, mas a verdade é que sul-americanos estão muito abaixo dos brasileiros. Eu acho que às vezes um ou outro brasileiro se dá mal muito pelo nosso calendário, não estou nem falando para mudar, mas para você entender que quando chega no segundo semestre todo mundo está pensando se vai ficar, se não vai e aí quando você diz que não quer contar com a atleta, começam os trabalhos difíceis, ninguém mais quer se doar e a Libertadores cai nessa época. Mas é um problema que a gente ainda tem de contratos curtos.”
Acho que vai ser fantástico. Acho que a comissão vai conseguir extrair o máximo das meninas. E vou te falar, deve bater uma semifinal aí, pelo menos. Uma semifinal é fantástica para a gente. Se for para final, não preciso nem falar. Acabei de falar sobre os finais. Mas já seria fantástico uma semifinal. Então assim, meninas assistindo o jogo, meninas se envolvendo.
“Eu sou contra o VAR, porque a ideia do VAR vem do vôlei do tênis, onde a bola bate na linha, é fora ou dentro, bateu no dedo, pegou ou não pegou. Lances que definem a jogada, ponto. Não há interpretação. O futebol é um esporte de interpretação. E o que eu interpreto? No vídeo é uma coisa e ao vivo é outra. E o vídeo fica dialogando com ao vivo. Isso é uma loucura tão grande.”
“(…) o árbitro, quando tem VAR, ele não apita porque ele tá esperando o VAR definir. Só que por outro lado a regra fala que o campo é mais importante, então fica na coisa que você vê claramente que o árbitro não apita, bandeira não levanta esperando o VAR. E aí se o VAR não é conclusivo, e não vai ser porque é de interpretação muitas vezes, o jogo se perde.”