AVANTE MEU TRICOLOR
·18 de outubro de 2024
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Oswaldo de Oliveira tinha um time recheado de estrelas no Tricolor (Foto: Reprodução)
MARCIO MONTEIRO
O treinador hoje sem clube Oswaldo de Oliveira teve breve passagem pelo São Paulo no início do século, entre os anos de 2002 e 2003. Teve tempo ainda para conquistar o Supercampeonato Paulista em 02.
A grande expectativa no clube, no entanto, era a conquista do Brasileirão naquele ano. Nomes como os pentacampeões Rogério Ceni, Ricardinho e Kaká, além de outros destaques como Maldonado e Luis Fabiano faziam o Tricolor ser um dos principais favoritos ao título.
E durante a fase de classificação, confirmou seu favoritismo ao terminar em 1º lugar. Assim, faria duelo de quartas de final contra o 8º colocado, o Santos que avançou na beira das almas.
Mas estava em ascensão. Diego, Robinho, Elano e companhia atropelaram o São Paulo nos dois jogos e acabariam campeões nacionais dias depois.
No início do ano seguinte, a derrota na final do Paulistão 2003 para o Corinthians aumentou a pressão sobre a queda do então técnico Oswaldo.
"Teve muitas outras coisas que eu não gosto nem de falar. A gente sabe que sempre acontecem interesses políticos, de pessoas que até já faleceram, então não quero nem falar por isso, que é covardia. Mas houve uma trama muito especial para me derrubar no São Paulo", iniciou Oswaldo em participação no Resenha, da ESPN.
Ele relembrou então um fato curioso que aconteceu enquanto comandava o Tricolor, que acabou o prejudicando bastante.
"Um dia nós tivemos treino de manhã e não tinha treino à tarde. E eu estava trocando as lentes dos meus óculos, então fui até a ótica para pegar. Quando cheguei lá, fiz o teste, e o rapaz disse: 'Oswaldo, vamos ter que dar uma ajustada. Tem como voltar em meia hora?'. Eu respondi que sim, e fui dar uma volta no shopping", relembrou.
"Apaixonado por música, eu comprava muitos CDs nessa época. Entrei e estou vendo as novidades. O telefone toca, era um repórter me perguntando se tinha treino à tarde. Disse que não. Ele perguntou onde eu estava, respondi que no shopping Iguatemi, expliquei a situação. Manchete do dia seguinte: 'Oswaldo cancela treino para comprar CD'. É brincadeira, né? Isso foi o montante daquilo tudo", disse Oswaldo, hoje aos 73 anos.
Oswaldo de Oliveira revelou ainda mais um bastidor em um desentendimento com dirigentes do São Paulo, que acabou culminando em sua demissão do clube do Morumbi.
"Eu contrariava (a diretoria). 'Ah, vamos contratar tal jogador', eu dizia para não contratar. 'Já está contratado', eu dizia: vai treinar fora do meu horário. Esse tipo de coisa criou um atrito muito grande. Um dia, acabou o treino e me chamaram para uma reunião. Ficou um diretor na minha frente, um de um lado e outro atrás. E eu sentado", iniciou.
"O diretor virou para mim e disse: 'Ontem, reunimos quatro cardeais do São Paulo e decidimos que fulano, fulano e fulano não podem mais jogar no time. Você vai ter que tirar os três'. Eu respondi que o primeiro já ia sair, o segundo estava se recuperando de uma contusão e não ia sair e nem o terceiro. Só que um dos diretores virou para mim e disse: 'Oswaldo, você é íntegro demais para trabalhar no futebol'. Fui obrigado a ouvir isso. Algum tempo depois, é claro, eu fui demitido”, completou o ex-técnico.
No curto período de comando no São Paulo, Oswaldo de Oliveira realizou 57 jogos, com 31 vitórias, 12 empates e 14 derrotas, além do título estadual.