Ex Sporting sob fogo? "Jorge Jesus é um orador que parece narcisar-se..." | OneFootball

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·04 de janeiro de 2025

Ex Sporting sob fogo? "Jorge Jesus é um orador que parece narcisar-se..."

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Manuel Sérgio fala de Jorge Jesus, ex Sporting

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Manuel Sérgio, filósofo e professor português, e correspondente do jornal 'A Bola', assinou um artigo de opinião com uma carta aberta a Jorge Jesus, treinador português que esteve no Sporting, e atualmente comanda os sauditas do Al-Hilal.

"Jorge Jesus é, para mim, uma trindade: o homem bom; o trabalhador incansável, porque nunca repousa, num trabalho de transcendência (não lhe basta o que faz, quer sempre fazer melhor); e o excecional treinador de futebol (...) Não sabe Jorge Jesus fundir, sintetizar, concentrar numa obra de pensamento sistematizado e depurado a teoria da sua prática? Fui adjunto de Jorge Jesus, no Benfica. Pude sentir como, a treinar, a sua eloquência se expande sem disciplina crítica, num livre jogo de intuições, observações, reminiscências, mas que os jogadores entendem e fazem suas", começou por escrever.

Prosseguiu: "Mas o futebol não é mais do que futebol? Sem dúvida! Por isso, nenhum treinador é perfeito (...) quando os historiadores se deitarem ao estudo do currículo desportivo de Jorge Jesus concluem, por certo, que ele foi bem mais do que o melhor treinador do Médio Oriente".

Acrescentou, de seguida: "Quando comecei a trabalhar, com o meu Amigo, no Benfica, surpreendia-me a sua rápida e certeira leitura do jogo. Só mais tarde percebi que o Jorge Jesus vê o futebol com inocência e, portanto, o vê na origem (...) o meu amigo, praticamente sem escola, sabe mais de futebol do que muitos (quase todos?) os licenciados, os doutorados, em educação física e desporto, ou em motricidade humana".

Terminou, da seguinte forma: "Fui adjunto de Jorge Jesus, no Benfica. E, sendo embora licenciado e doutorado e professor agregado, aqui digo, publicamente, que muito aprendi da sua lucidíssima inteligência. Sim, por vezes, ele é um orador que parece narcisar-se com a sua linguagem. E porquê? Porque os seus habituais ouvintes, os seus jogadores, findas as palestras do seu treinador, e tendo mesmo em conta o espírito de rebeldia que anima os mais jovens, não escondem a sua admiração: «Este homem diz-nos de futebol o que ninguém nos disse.» E alguns chegaram a confidenciar-me (não minto): «Melhor treinador do que este? Não conheci, nem conheço.»", rematou Manuel Sérgio.

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