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OneFootball·17 de junho de 2023
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OneFootball·17 de junho de 2023
O ex-atacante Cacau, nascido no Brasil e naturalizado alemão, deu uma entrevista exclusiva ao blog do site de apostas esportivas Betway.
Nela, ele comentou sobre o racismo no futebol e exaltou Vini Jr.
Ele (Vini) está fazendo gol e dançando. E tem que dançar mesmo, na cara de quem está cometendo esse crime contra ele.
Com Vinícius Júnior, a Seleção encara Guiné em amistoso marcado para as 16h30 deste sábado (17), na Espanha.
Cacau hoje está com 42 anos. Ele começou a carreira na base do Palmeiras e do Nacional-SP.
Depois, escreveu história no Stuttgart-ALE, onde ficou por 11 temporadas seguidas, de 2001/02 a 2012/13.
Nesse período, inclusive, tirou a cidadania alemã e defendeu a seleção na Copa do Mundo de 2010.
E ele não apenas participou, como marcou um gol na estreia, no 4 x 0 sobre a Austrália, na África do Sul.
Cacau saiu para atuar pelo Cerezo Osaka-JAP, mas voltou para encerrar carreira no Stuttgart B.
Com vasta experiência na Europa, Cacau falou sobre os casos de racismo sofridos por Vinícius Júnior.
“Eu nem de longe experimentei aqui na Alemanha o que o Vinicius Júnior está vivendo na Espanha. Nem 1%”, afirmou.
“Gosto de falar isso porque muita gente no Brasil não sabe como é a Alemanha. A minha experiência aqui foi e continua sendo extremamente positiva”, completou.
No episódio mais marcante, Vini Jr ouviu gritos de ‘mono’ (macaco em espanhol) durante Valencia 1 x 0 Real Madrid, em Mestalla, pelo Campeonato Espanhol.
Antes, porém, o brasileiro já havia sofrido pelo menos outros nove ataques desde a chegada à Espanha. Cacau exaltou a força do atacante de apenas 22 anos.
“Acho ele extremamente forte. Inclusive, tem adversários dizendo que ele quer provocar, mas na realidade ele quer é bater de frente”, falou.
Na entrevista ao BetWay, Cacau também sobre a vida na Alemanha e as principais dificuldades para um brasileiro que vai para lá.
“O frio é pesado, mas os maiores desafios são a cultura e o idioma. É uma realidade totalmente diferente. O alemão é mais retraído, mais fechado”.
Apesar desse estilo mais fechado do povo alemão, Cacau garante que o respeito prevalece.
“Posso ir para qualquer lugar sem ver gente me olhando torto, me tratando como um estranho. Em nenhum outro país senti esse respeito”.
Além do frio, o idioma costuma ser outro obstáculo.
“Eu não tinha outra maneira de me estabelecer aqui. Precisava aprender o idioma. Então estudava em casa com livros e, na época, fitas cassete”.
Com tanto tempo no país, Cacau decidir tirar a cidadania. Com isso, ele pôde defender a seleção alemã, jogando, inclusive, a Copa de 2010.
“Depois de 8 anos vivendo na Alemanha, já com direito de tirar a cidadania, eu conversei com a minha mulher e decidimos que seria bom”.
Foto destaque: Alexander Hassenstein/Getty Images.